sexta-feira, 21 de outubro de 2022

A Síndrome do “Não Tenho Tempo”, o mal que assola a Maçonaria.


Ir.Denilson Forato

Esta semana eu assisti ao filme “In Time”( O preço do amanhã) É um filme americano de 2011 estrelado por Justin Timberlake.  O filme não é lá grande coisa, mas a ideia é muito interessante. Todos os personagens vivem em um mundo aonde não existe dinheiro como nós conhecemos. Tudo a ser comprado é pago com tempo de vida, desde a passagem de ônibus até carros e casas. Cada cidadão nasce com um cronômetro no braço que mostra quanto tempo de vida a pessoa ainda tem.

Achei um absurdo a passagem de ônibus custar algumas  horas de vida!

Mas se pararmos para refletir sobre o filme, vivemos de forma bastante semelhante. Claro que não sabemos o quanto de vida ainda temos pela frente , mas quando entramos em um ônibus às vezes gastamos muitas  horas de nossas vidas  lá dentro e eles ainda cobram nosso rico dinheirinho por isso. Se vamos ao supermercado gastamos mais horas. Filas, refeições, pedágios, em tudo o que fazemos gastamos tempo de nossas vidas.

A frase mais ridícula que uma pessoa pode dizer é “Não tenho tempo”. Todos têm as mesmas 24 horas diárias para fazer o que bem entendem. É deprimente dizer que não tem tempo. Sua produtividade e a quantidade de coisas que você faz durante o dia estão diretamente ligados à maneira como cada um gerencia o tempo disponível. Por isso, alguns fazem mais enquanto outros não fazem nada.

Dando uma abordagem mais “filosófica”, eu me arrisco a dizer que se a pessoa realmente se importa e quer algo, ela arruma tempo para fazer.

Isso vale para nossas reuniões semanais, em Loja, com muito tempo perdido , assuntos e pautas ruins ou fora de propósito.

Os grandes feitos demandam tempo. Só temos que começar, e começar é sempre o mais difícil pois, estamos condicionados a proteger nosso ego. Não queremos falhar! Temos um medo instintivo de falhar que nos leva à velha desculpa do “não tenho tempo para fazer o que eu realmente deveria  estar fazendo”. Se algo lhe foi atribuído, o faça e faça rápido. Não perca tempo. Se não pode fazê-lo, simples, diga não e fique com seu tempo, para você, e desperdice com o que quiser.

Mas saiba de seu compromisso, com você e com a ordem, você se comprometeu um dia em Estar de Pé e a Ordem, ou foram meras palavras, jogadas ao vento?

Denilson Forato, é Mestre Instalado-33º REAA e 7ºRM – Pós em Maçonologia,Filosofia e História.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

A Maçonaria num ponto de vista, crítico e necessário.

 


A Maçonaria Regular não é elitista. Significado de Elitista adjetivo Particular ou próprio do elitismo, sistema político que prioriza a elite, uma minoria que exerce poder e prestígio sobre um grupo social: sociedade elitista; clube elitista. Próprio do que há de melhor e mais valorizado num grupo social.

Mas é exigente. Nela têm lugar apenas homens livres e de bons costumes, dispostos a evoluir interiormente e também a auxiliar, contribuindo para o bem comum, instituições e famílias maçônicas  que necessitem desse apoio. Exige sim desde, um solene compromisso, palavra emprenhada, comportamento exemplar, estudos, assiduidade, pontualidade, disponibilidade, espírito de grupo, entre outros predicados.

Como já me foi dito uma vez, a Maçonaria não é uma casta indiana, do sec. 18, mas confesso, que na atual conjuntura intelecto-social na qual vivemos hoje, não seria tão do mal, sermos uma sociedade mais diferenciada das demais.

Eu defendo que os Irmãos Maçons devam ter prioridade, pois somos uma família, um grupo que merece ser tratado melhor e com suas atenções devidas.

Eu defendo que a família maçônica deve ser amparada, encaminhada e protegida pela Ordem e pelos Irmãos.

Eu puder ter contato com Lojas em países como: EUA,Portugal,Itália,Paraguay, Chile,Bolívia,Colômbia e até na Autrália. E em todos esses países a “coisa” é diferenciada, só no Brasil que temos certas situações, que chegam a ser hilárias.

A Maçonaria é e sempre foi uma sociedade diferente das demais, congrega em suas fileiras homens de alto nível intelectual, de respeito e por não dizer os doutos da sociedade. Mas, de alguns anos para cá, devido ao excesso de democracia ou permissividade, não sei, a coisa está se degringolando. Tem-se iniciados gente ruim na fonte, devido a problemas de finanças em Lojas deficitárias economicamente, candidatos que nada tem haver com a Ordem, mas é o “amigo” do “amigo”, entre outras situações.

Então concluo: Se queremos ser uma sociedade exemplar, que sejamos exemplo, que iniciemos só gente que “preste”, que nos tornemos fortes e influentes. Ai sim resgataremos as glórias do passado.

Hoje porém, eu afirmo, semanalmente, por duas horas, usaremos nosso ritual “Rexona” e terminaremos nossas noites no copo dágua, falando mal de um ou de outro. Façamos uma amarga reflexão, e matutando: O que posso fazer, para mudar esse cenário?

Autor: Denilson Forato – M.I.

 

 

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Memento mori: uma breve reflexão sobre a vida e a morte




Memento mori é uma expressão em latim que significa “lembre-se de que você irá morrer”. Apesar de parecer algo mórbido, memento mori funciona como um convite à reflexão para que nós pensemos sobre o nosso modo de viver e valorizemos mais a vida, cumprindo nossos deveres e desejos sem perder tempo e estando prontos para o momento em que a morte chegar.

Como surgiu a expressão “memento mori”

Acredita-se que a expressão memento mori tenha surgido na Roma Antiga, onde os povos tinham a tradição de realizar um desfile de gala em homenagem a um general vitorioso recém-chegado do campo de batalha.

Era uma cerimônia tão surpreendente e admirável que poderia fazer com que o general se sentisse um verdadeiro deus. Por isso, sempre havia um servo que tinha como única função ficar atrás do general dizendo Respice post te. Hominem te esse memento. Memento mori! que significa “Olhe para trás. Lembre-se de que você é mortal. Lembre-se de que você deve morrer!”

Esperava-se que a frase fosse um lembrete ao general a respeito de sua natureza mortal, forçando-o a assimilar a cerimônia com sabedoria e razão e fazendo-o se lembrar de que a fama e glória são temporárias.

Um convite à reflexão

A reflexão sobre a morte, de alguma maneira, passou por todas as gerações e diferentes culturas. Os filósofos estoicos, por exemplo, apesar de não usarem diretamente a expressão memento mori, em diversos momentos refletiram sobre a maneira ideal de se viver.

Marco Aurelio, antigo imperador estoico  romano, frequentemente se lembrava de sua morte em suas batalhas. Uma de suas frases demonstra isso: “Não aja como se fosse viver dez mil anos. A morte paira sobre você. Enquanto você viver, enquanto estiver em seu poder, seja bom o máximo que puder.”

Conclusão

Sêneca, um dos filósofos e escritores estoicos, também refletia sobre o assunto. Em sua carta ao amigo Lucílio, intitulada “Da economia do tempo”, ele diz: “Podes me indicar alguém que dê valor ao seu tempo, valorize o seu dia, entenda que se morre diariamente? Nisso, pois, falhamos: pensamos que a morte é coisa do futuro, mas parte dela já é coisa do passado. Qualquer tempo que já passou pertence à morte e não mais a você”. “Cada sol que nasce, cada sol que se põe, é o tempo que se esvaeceu pelos seus dedos” – E você tem ganhado tempo? Ou Perdido tempo? Tem dado “vida” à sua vida ou “adiantando a sua morte” – Memento Mori.

 

Ir. Denilson Forato – M.I. - 2022


quinta-feira, 6 de outubro de 2022

UMAS BREVES PALAVRAS SOBRE O COPO DÁGUA

 

UMAS BREVES PALAVRAS SOBRE O COPO DÁGUA

A Maçonaria tem por princípio e valor, total oposição aos VÍCIOS do mundo profano, acreditamos que a saúde e o respeito ao espaço maçônico, devam ser a mola mestra de uma verdadeira vida maçônica.

Segue um texto, visando demonstrar o eu vejo mas  muitos irmãos por ai, não veem assim.

1- "O cidadão, ao ter-se iniciado na Maçonaria, assumiu um compromisso sério e solene perante os seus irmãos de ter um procedimento correto e só praticar atos que o distingam pela moral. (...)

2- Nós, meus irmãos, conduzimos em nossos ombros um fardo pesado que só os fortes não esmorecem. Esse fardo chama-se: “Ser Maçom”. Não é fácil, a um cidadão ter de se conduzir na sociedade de hoje de maneira impecável. Mas, esta mesma sociedade não perdoa a um maçom, qualquer ato indigno ou até mesmo censurável. “O que em um profano seria uma qualidade rara, em um maçom não passa do cumprimento de um dever“.(...)

3- Não pode ou não deve o maçom embebedar-se ou fazer uso incorreto de bebidas alcoólicas. Lembre-se que a pessoa quando “passa do limite tolerável na bebida”, se expõe às críticas da sociedade e de seus irmãos, quando não fala demais ou age de forma inadequada. Todos nós gostamos de uma pólvora branca, amarela ou vermelha, eu mesmo sou adepto de tal prazer (...)

5- A pior escravidão é ser escravo de si mesmo. O alcoolismo é considerado pela Organização Mundial de Saúde como uma "doença incurável" que aparece igualmente, na mesma proporção, entre ricos, pobres, intelectuais, analfabetos, jovens, velhos, brancos, negros etc.

6-  Nós MAÇONS, temos o grande desafio de colocarmos o primeiro tijolo na construção deste “TEMPLO A VIRTUDE”, cavando de maneira positiva, “MASMORRAS AO VÍCIO” vencendo PAIXÕES, submetendo VONTADES e buscando salutares progressos neste caminhar evolutivo.

7- O Ágape fraternal ou “copo dágua” deve ser um momento de descontração, alegria, augúria, comemoração a vida e a felicidade dos irmãos, como se fosse uma extensão da Sessão Maçônica. Não se deve discutir “nada” de temas controversos, e que tenha que haver uma debate nas colunas, para se chegar a um denominador comum. Nada de cobrança a irmãos, nada de piadinhas de mal gosto, ofensas, etc. Devemos nos ater ao bom fogo e ao mastigamento, com assuntos de bom gosto e descontraído.

8- O cardápio deve ser combinado com  o mestre de banquete, ou outro irmão responsável, antes com opções, pois nem todos nós temos nossas saúdes 100% para suportar uma comida pesada e gordurosa e seus custos rateados de forma democrática.

9- Lembrem-se que no sec.18 – na Taberna Ganso e Grelha em Londres fundou-se a Grande Loja Unida da Inglaterra, eu disse em uma “taberna”, com comida e bebida. Mas lembrem-se que eram outros tempos e muitos assuntos eram resolvidos do duelo. Hoje, o irmão passa do limite do álcool, sai da Loja, bate o carro, se não se machuca, machuca alguém ou coisas pior; adamais esse mesmo irmão inconsequente tem em seu carro um adesivo da Maçonaria, para declarar aos quatro cantos, eu estou maçom e estou alcoolizado, sociedade, tomem as devidas providências necessárias, junto a mim.

Lembre-se que o maçom deve comparar-se a uma vela acesa: “consome-se iluminando”.

Ir. Denilson Forato – M.I.