terça-feira, 20 de junho de 2023

O USO DA PALAVRA, "JUSTO E PERFEITO"


 

Como sempre digo, os jargões da Maçonaria viraram banalidade, e muitos irmãos as dizem sem noção da origem, banalmente e sem a implicação que elas produzem material e imaterialmente, dentro e fora de Loja.

Para os ritos deístas o J.P.,  temos que aprofundar na história bíblica no Antigo Testamento, precisamente no livro de Gênesis 6:9-14, que faz narrativas sobre Noé; os seus filhos; que a Terra estava cheia de violência; fala da destruição da Terra e da Arca. Ainda em Gênesis 6:9, relata que “Noé, era homem Justo e Perfeito em suas gerações, e andava com Deus”. Então, surge biblicamente nesse momento a expressão “Justa e Perfeita” (BÍBLIA SAGRADA).

Em referencia a ritos não deístas como o Rito Moderno ou Francês faremos uma explicação:  “que a expressão J.P. tem origem nas associações de artesãos construtores, as chamadas Guildas de Corporação,  hoje englobadas sob o título de Maçonaria de Ofício, ou Maçonaria Operativa, para distingui-la da Maçonaria dos Aceitos, associação maçônica, sem laços profissionais de união”.

 “Desde remotos tempos, os construtores sempre verificaram a exatidão das construções com o prumo, ou Perpendicular, e com o Nível, proclamando, ao constatar essa exatidão, que “tudo está justo e perfeito”.

Vê-se, pois, que a expressão ‘tudo está justo e perfeito’ veio de épocas pretéritas, originária da chamada Maçonaria de Ofício, possuindo a época a finalidade de atestar a exatidão da obra, após verificações empreendidas com o Prumo e o Nível, instrumentos de ambos os Vigilantes, respectivamente, em informação que era transmitida ao (Mestre mais sábio) o  Venerável Mestre, Chefe da obra.

Transformando-se a Maçonaria, de Operativa em Especulativa (1717), por não mais agregar apenas construtores de profissão, mas construtores no sentido simbólico, do templo moral e social da humanidade, segundo o atual conceito da Instituição, é intuitivo que a expressão teria deixado de possuir aquele significado, uma vez que não mais estamos construindo edifícios ou catedrais.

O nível hoje é símbolo da igualdade e, juntamente com o prumo, formam uma esquadria.

Recorrendo-se o dicionário da  língua portuguesa , quase nada há de interessante, onde o vocábulo ‘justo’ significa ‘conforme à justiça, à equidade, à razão; ou ainda, imparcial, íntegro ou exato e preciso. De qualquer forma, ‘justo’ é um adjetivo e como tal pode ser usado, por exemplo, para se dizer ‘homem justo’, nunca se dirá, em português, tudo justo, como também não se diria ‘tudo virtuoso’.

Já o ‘perfeito’ exprime um tempo de verbo, passado, e é também um adjetivo a indicar a reunião “de todas as qualidades concebíveis, ou a superação do mais alto grau numa escala de valores”. Igualmente soa estranho dizer-se “está tudo perfeito”, uma vez que também é adjetivo, servindo para modificar um substantivo, como ‘objeto perfeito’, ‘jóia perfeita’, ‘obra de arte perfeita’, no sentido de que nestes não se observa nenhum defeito. Fonte: www.dicio.com.br

Na linguagem jurídica, a expressão ‘justo’, que ‘é derivada do latim ‘justus’, entende-se o que é conforme o direito e a justiça. É o que é legítimo, próprio, adequado, eqüitativo.” Já o ‘perfeito’, ‘do latim perfectus , é empregado na terminologia jurídica, precisamente no sentido literal ou de origem: quer exprimir o que está concluído, segundo as regras legais, para que produza os efeitos desejados’, é utilizado na expressão ‘ato jurídico perfeito e acabado’.

Abandonando tais conceitos, poucos esclarecedores para os nossos objetivos maçônicos, surge-nos a perspectiva de partir para a análise do tema, por intermédio de conceitos filosóficos de ‘justiça’ e ‘perfeição’, em busca oblíqua das bases da nossa expressão ‘justo e perfeito’.

Portanto, temos que colocar em prática no mundo profano a doutrina e os ensinamentos maçônicos transformando-os em uma filosofia de vida, como muito trabalho e ação.

... “É surpreendente ver como os homens falam das virtudes e da honra e não pautam suas vidas nem por uma nem por outra. A boca exprime o que o coração devia ter em abundância, mas quase sempre é o inverso do que o homem pratica”...

 O maior desafio para um maçom, tenho repetido isto, é honrar e representar a instituição no desempenho de suas atividades como homem, profissional, cidadão e chefe de família, pois deve ser exemplo de postura ética e moral numa sociedade excessivamente individualista, consumista, voraz, onde o TER a todo momento procura absorver o SER numa luta desigual e numa competição desenfreada, incompreensível e desumana. Uma sociedade em que valores familiares são desconsiderados, onde a honestidade, a honradez e a correção de conduta são tidos como sinônimo de atraso, de práticas ultrapassadas.

Mas sempre haverá um maçom nesse meio, o chamado “iniciado nos augustos mistérios da Sublime Ordem”, envolvido nesse turbilhão, atônito, muitas vezes impotente para reagir porque se apega exclusivamente às coisas do “mundo exterior” e não aplica as que aprendeu no “mundo interior do templo maçônico”, o que faz nascer o conflito, a quebra da ética e do decoro pessoais, numa cadeia de afetamento de condutas reprováveis como nunca se presenciou antes, contaminando a convivência dentro de nossas Lojas. “Fora é uma pessoa, dentro aparenta ser outra, mas sempre conflitante na prática dos princípios éticos e morais maçônicos, o que traz como consequência a quebra da harmonia e da confiança no seio de uma Loja, e consequentemente espraia por toda a Ordem.

É certo que ser justo e perfeito não é tarefa das mais fáceis, pois devemos procurar diariamente a busca pelo autoconhecimento, Enfrentando e aceitando nossa dualidade, rejeitando as ocupações supérfluas e os pensamentos inúteis, certamente estaremos bem mais perto do “justo e perfeito.

O filósofo Platão afirma que “o homem justo será aquele que tem uma alma harmônica, ou seja, respeita a ordem natural das coisas”. “A natureza” quer que o homem seja orientado pela razão. “O homem injusto se deixa governar somente pela sua parte concupiscente e irascível”.

Assim, meus Irmãos, para que tudo de fato esteja JUSTO E PERFEITO, devemos deixar de lado a hipocrisia, a falta de ética e sermos maçons de verdade. Primeiro, absorvendo e incorporando os ensinamentos da Ordem. Segundo colocando-os em prática na vida profana, pois só assim poderemos concluir que tudo realmente ESTÁ E ESTARÁ JUSTO E PERFEITO.

Denilson Forato M.I.

 

segunda-feira, 19 de junho de 2023

ESTAR DE PÉ E A ORDEM.

 


 

A expressão é utilizada em duas distintas situações:

(1) Na liturgia das sessões maçônicas; e

(2) Fora das Lojas.

 (1) Em Loja, estar de “pé e à ordem” significa estar em pé, com os pés em esquadria e fazendo o sinal de ordem, que varia conforme o grau em que a Loja estiver trabalhando. 

 A primeira vez em que a expressão é usada na ritualística é para verificar se todos os presentes na sessão são Maçons, ou seja, uma confirmação da condição de Maçom e, no caso de sessões, também uma confirmação de que os presentes estão habilitados para assisti-la.

 Depois, diversas vezes o Venerável ordena que todos fiquem “de pé e à ordem”, ai, segundo Mackey em seu Grande Dicionário (tradução livre): 

“o homem justo é aquele que, plantando firmemente os seus pés sobre os princípios do Direito e tão imóvel quanto uma rocha, não pode, por isso, ser afastado de sua posição ereta nem pelas seduções da lisonja, nem pelas carrancas do poder arbitrário. E, assim, esta palavra sugere ao Maçom algumas instruções relacionadas com a Virtude e a Justiça”.

(2) fora da Loja, a expressão passou a ser empregada quando um Maçom, se dirigindo a outro Maçom, a usa, no mesmo sentido da expressão profana “estar às ordens”, ou seja, estar à disposição. 

 O Maçom ao utilizar essa expressão para outro Maçom, quer dizer que está fraternalmente à disposição do Irmão.

 A pergunta fica, será que esse jargão fora de Loja é bem empregado? Digo que não sei.

Como mel que adoça a boca, os Maçons falam essa frase a bel prazer, sem saber do peso e da responsabilidade que é dizer: “ Estar de Pé e a Ordem”, será mesmo?

 Pergunto a todos que leem esse texto, quantas vezes você esteve a disposição do seu seu irmão ou de sua Loja? Quantas vezes você quis obter vantagens nas costas dos irmãos ou Lojas? Quantas vezes você deixou um irmão para trás podendo-lhe dar uma simples carona na noite fria? Quantas vezes você tramou ou fez fofoca de irmãos ou Lojas? Quantas vezes você zombou e mal disse de ritos diferentes do seu? Quantas vezes você traiu seu irmão? E assim vai ladeira abaixo.

 Então meu dileto irmão que me lê, ao dizer: “Estou de pé e a Ordem” tenha cuidado com as palavras, pois um Maçom verdadeiro só tem uma palavra, e essa não volta.

 Reflitamos sobre nossas palavra e principalmente sobre  nossos atos.

 

Denilson Forato, M.I.

domingo, 18 de junho de 2023

HOMOSEXUAIS E INDICAÇÃO NA MAÇONARIA

 



Este é um grande tabu na Maçonaria brasileira. Um assunto tão polêmico que é evitado, a ponto de eu ter recebido algumas solicitações para não o incluir tal opinião e posição.

 Sem entrar no mérito da discussão (que nem ao menos é realizada), me aterei aos fatos relacionados ao tema no meio maçônico internacional, de forma a fornecer informações aos interessados em, quem sabe, um dia debate-lo.

 Em (13/05/2023 ). Uma Loja Maçônica na Cornualha - Inglaterra acolheu o que está a ser descrito como um acontecimento inédito para a Maçonaria em Inglaterra e no mundo. A Loja de Penwith, na antiga cidade portuária de Hayle, foi o local para o início da jornada maçónica de Valentin Nicolae (Nick) Ilovan.

A Loja estava repleta de maçons de toda a Província para testemunhar o que foi a primeira vez para a Maçonaria em Inglaterra, quando o Maçom Ben Evans conduziu o seu companheiro Nick, nascido na Roménia, através da sua cerimónia de iniciação, bem como a instrução após a iniciação e a apresentação alargada do quadro de Loja do primeiro grau.

Fonte https://www.freemason.pt/macons-inglaterra-iniciacao-casal-mesmo-sexo/

 Posições nos EUA

 Qualquer um que se deseje tornar Maçom, e qualquer Maçom que deseje permanecer na nossa fraternidade, deve ser um homem, como o Dr. Anderson entendia que os homens eram em 1722 e como os nossos ancestrais do Texas os entendiam na época da adoção da nossa atual Constituição.

 Em relação à questão colocada, decido, portanto, que:

Uma mulher biológica (ou seja, um indivíduo que foi designado como mulher no nascimento) não pode ser Maçom.

Um homem transgénero (ou seja, um indivíduo que foi designado como mulher no nascimento, cuja identidade de género ou expressão de género agora é masculina) não pode ser um Maçom.

Uma mulher transgénero (ou seja, um indivíduo que foi designado homem no nascimento, cuja identidade de género ou expressão de género agora é feminina) não se pode tornar Maçom nem permanecer Maçom.

 G. Clay Smith, Grão-Mestre da Grande Loja do Texas (2023-2024)

Fonte: https://www.freemason.pt/grao-mestre-do-texas-decide-sobre-a-questao-de-membros-transgenero/

 As Grandes Lojas, da Geórgia, New York,Boston,Michigan, e de Tennessee, se pronunciaram oficialmente contrárias ao ingresso de homossexuais na Maçonaria. Essas posturas têm gerado manifestações idênticas  de outras Grandes Lojas nos EUA, como a da Califórnia, que se pronunciou publicamente sobre o assunto, contra a homossexualidade nas Lojas Maçônicas. Nesse sentido, creio que a pergunta que cada um deve se fazer é: Você considera a homossexualidade como algo imoral? A resposta para essa pergunta e a complexidade envolvida em sua compreensão conduzirão sua opinião sobre o tema.

Lembrando ainda que a Grande Loja da Geórgia e Utah, uma de muitas que se posicionaram oficialmente contra os homossexuais na maçonaria, já havia se envolvido anteriormente em polêmica discriminatória, ao tratar da proibição de ingresso de maçons que não fossem brancos. O assunto parece ainda ser um problema em alguns estados dos EUA, mas os mesmos mantém as tradições da Old Charges e Landmarks antigos. https://www.noesquadro.com.br/conceitos/gays-na-maconaria/

 No Brasil

 O casamento homossexual é então um paradoxo insustentável segundo os princípios maçônicos, pois este é potencialmente infértil e estéril. Não se trata de uma questão religiosa, de deboche de injúria ou de mera homofobia, trata-se de uma questão filosófica, metafísica e transcendental. Esta união é contrária aos princípios sagrados da união harmoniosa entre dois seres (homem e mulher), porque simplesmente é primariamente estéril (homem com homem ou mulher com mulher), sendo assim antagónica às doutrinas sagradas da procriação (prole) e da fertilidade tão idolatradas por todos os povos e culturas do mundo. E muitas Potências regulares se opõe em suas leis internas.

 YASSIN TAHA, CIM 241.035, Deputado Federal, membro da ARLS Perseverança de Paranaguá nº 0159, que para iniciar em nossos Augustos Mistérios e com fundamento no artigo 1 inciso x do RGF “contar com a concordância da esposa ou companheira. Se solteiro, obter a concordância dos pais ou responsáveis, se deles depender”, a qual requer seja cumprida, e requerer o cancelamento da Iniciação do profano Senhor L. A. M. F., residente n Rua xxx, Agua Branca-SP nascido em 05-01-1983, natural de S. Joaquim da Barra-SP empresário casado com o Senhor T. S. O., conforme especificado na Certidão de Casamento que segue anexa.

Ao mesmo tempo declaro estar exercendo o direito a livre manifestação previsto no artº 30, II da Constituição do GOB e artigo 5, da Constituição Federal, pois admitir um candidato nestas condições fere os princípios da Maçonaria e os costumes basilares da família e pela União do homem e da mulher.

N. Termos

P. Deferimento

Paranaguá, 19 de Dezembro de 2019

 

Parecer da Procuradoria do GOB: (...) Por solicitação do Irmão (...) que está sendo requerido o “cancelamento” de sua iniciação, omitimos seu nome e de seu esposo e outros dados, (...)

Fonte: www.freemason.pt

 A admissão ou ingresso  em qualquer associação, depende do ato constitutivo (estatuto), que é soberano para definir de que modo é composta a associação, de acordo com suas finalidades. O estatuto pode exigir determinados requisitos, por exemplo, uma idade mínima, ou o exercício de determinada profissão, em conformidade com suas finalidades.(...) Lei n.º 10.406, de 07/01/2002 NCC.

 A admissão à Maçonaria é restrita a pessoas adultas sem limitações quanto à raça, credo e nacionalidade, desde que gozem de reputação ilibada e que sejam homens íntegros. https://gob-pr.org.br/conteudo/como-posso-me-tornar-macom/1827

 Então a questão está lançada para o debate, mas continuo sendo contra, a entrada de homossexuais na Ordem Maçônica, com base nos Landsmarks, Old Charges, Leis de Pike e Estatuto da Potência GOB e Lojas jurisdicionadas. Por se tratarem de associações particulares com suas regras próprias de gestão em seus Regimentos Internos.

Nada contra os homossexuais, mas na Maçonaria, não, por favor!

 

Denilson Forato – M.I.

terça-feira, 9 de maio de 2023

Um tratado sobre a vaidade

 

A Maçonaria, como organização, não tem como objetivo a promoção da vaidade pessoal de seus membros. Na verdade, um dos princípios fundamentais da Maçonaria é o da humildade e modéstia.

 Os maçons são encorajados a se concentrar em trabalhar juntos em prol do bem comum, em vez de buscar a promoção pessoal. Isso significa que a vaidade é geralmente desencorajada dentro da organização.

 Além disso, a Maçonaria é uma fraternidade que valoriza a igualdade entre os seus membros. Não há hierarquia dentro da Loja Maçônica, e cada maçom tem o mesmo valor e importância dentro da organização.

 No entanto, como em qualquer organização composta por seres humanos, pode haver casos isolados de membros que são vaidosos e buscam a promoção pessoal. Esses comportamentos não são encorajados e podem ser vistos como contrários aos ideais da Maçonaria.

 A vaidade pode ser definida como uma excessiva preocupação com a aparência, status ou reputação pessoal. É a tendência de se considerar superior aos outros ou de querer ser admirado e elogiado por eles.

 A vaidade pode se manifestar de diversas formas, como a exibição de bens materiais, o culto à beleza física, a busca por títulos e posições de destaque, entre outras.

 Embora a vaidade possa trazer alguma satisfação pessoal, ela também pode ter efeitos negativos. Pode levar a uma excessiva preocupação consigo mesmo, à falta de empatia pelos outros, e à frustração quando a admiração ou reconhecimento esperado não é alcançado.

 

Além disso, a vaidade pode levar a uma falta de autenticidade e à necessidade de se criar uma imagem que não corresponde à realidade. Isso pode levar a uma sensação de vazio e insatisfação, já que a pessoa não se sente reconhecida pelo que ela realmente é.

 Por fim, a vaidade pode interferir nas relações interpessoais, pois a pessoa vaidosa pode acabar se tornando arrogante e distante dos outros, dificultando a construção de relacionamentos verdadeiros e saudáveis.

 Em resumo,

Em resumo, a Maçonaria não promove a vaidade, mas sim a humildade, modéstia e igualdade entre seus membros. A vaidade pode ter efeitos negativos na vida de uma pessoa, prejudicando sua autoestima, relacionamentos e bem-estar emocional. É importante encontrar um equilíbrio saudável entre cuidar de si mesmo e valorizar as relações e experiências de vida verdadeiras.

 

Ir. Denilson Forato M.I.

sábado, 25 de março de 2023

O que o Aprendiz deve aprender

 

Ao nos tornarmos maçons, participantes dessa nobre instituição que há muitos anos vêm tentando mudar e melhorar o caráter do ser humano, para que tenhamos uma sociedade mais justa, mais fraterna e solidária, nos deparamos com alguns símbolos e palavras que nos identificam como maçons, assim, por exemplo,  quando chegamos em uma loja maçônica de qualquer potência regular, em qualquer lugar do mundo, nos é exigida a nossa identificação como maçons.

Dentre outras coisas é perguntado:

O que vindes aqui fazer?

A resposta correta é:

Vencer minhas paixões, submeter minhas vontades, e fazer novos progressos na maçonaria.

 

VENCER MINHAS PAIXÕES

O propósito da Maçonaria é edificar um mundo ideologicamente perfeito, do qual o homem virtuoso será ao mesmo tempo, o beneficiário e o organizador.

O que estamos tentando construir é o edifício perfeito dentro do ser humano, ou seja, é eliminando as arestas de nossos vícios e lapidando as nossas paixões que poderemos nos tornar um ser humano melhor para nossos familiares, nossa sociedade e para nós mesmos.

É mudando nossos hábitos, ações, e comportamentos, que transformamos o mundo a nossa volta. É a busca da perfeição e a prática das virtudes que nos transformarão em seres humanos melhores.

SUBMETER AS MINHAS VONTADES

A vontade, é a capacidade que os seres vivos têm de determinarem o seu procedimento de acordo com o que é orientado pela consciência ou pelo instinto. Como seres humanos, nossa vontade pode ser controlada pela inteligência, que escolhe os recursos de que vai fazer uso para manifestar-se. Assim, à luz dos costumes e leis, somos obrigados a restringir a manifestação da nossa vontade àquilo que pode ser feito ou representado, sem ofensa à lei ou aos bons costumes.

FAZER NOVOS PROGRESSOS NA MAÇONARIA

A Maçonaria não é religião, não é Igreja e não é escola, é uma instituição iniciática e eclética que conclama toda a humanidade a viver fraternalmente, todos como irmãos.

Os progressos que viermos a fazer dentro da Maçonaria só dependerão de nós mesmos. Cabe a cada um de nós irmãos, buscar a perfeição maçônica e, por conseguinte, a perfeição humana.

CONCLUSÃO

Mais uma tríade da Maçonaria, vencer minhas paixões, submeter minhas vontades, e fazer novos progressos na Maçonaria, é mais do que uma frase simbólica para que sejamos reconhecidos como irmãos, é basicamente o resumo do que buscarmos e nos comprometemos a fazer ao entrar na Ordem. Outra grande lição: Exercitar o silêncio sempre.


Ir. Denilson Forato, M.I.

terça-feira, 21 de março de 2023

Cada um oferece o que tem.

 

A verdade é que na verdade, cada um dá o que tem, nada além disso.

Com essa frase eu começo uma reflexão.

Vocês já perceberam como anda a motivação em Loja? As sessões são monótonas, com trabalhos medíocres, e pasmem é um show de parabéns pra cá e pra lá. Quando na verdade deveríamos dizer ao irmão que fez tal trabalho, que sua peça apresentada foi uma droga. Mas por educação ficamos quietos e exercitamos o silêncio.

A questão cultural no século 21 está em decadência, devido a muita informação na internet e pouca leitura e interpretação dos usuários. Em resumo os povo só quer ver  “telas” de celular e mais nada.

Estamos envolto a um monte de “Franksteins”, um corpo sem cérebro, um zumbi não pensante. E isto está dentro das lojas, também.

Com muitos anos de Maçonaria tenho visto os acidentes culturais e outras montas. Gente que fica só na corda de 81 nós, piso mosaico, colunas e blá , blá, blá.

Precisamos ter um elite pensante, uma elite crítica uma elite que faz a diferença. Hoje não temos. Temos os velhos de Loja, pois os novos não querem ler nada, nem tão pouco a Bíblia ou República de Platão, mas fica de olho no lixo do BBB ou outras porcarias.

Então deixo para vocês refletirem: Vamos fazer as sessões mais atrativas, com trabalhos de alto nível, com temas relevantes, com situações interessantes para todos os presentes. Chega de baboseiras, de mística quântica e outras diversidades. Vamos para a prática e para resultados.

Cabe a você oferecer o que tem, cabe a você oferecer algo de bom em Loja.

Sua inteligência.

 

Autor: Denilson Forato, M.I.

RITUAL REXONA E A FALTA DE LEITURA

 


RITUAL REXONA E A FALTA DE LEITURA

Vocês conhecem o Ritual Rexona? Milhares de Maçons o usam todas as sessões e em diversos Graus e Ritos. É aquele que vai e volta em baixo do braço. Só é aberto na sessão e depois é jogado na gaveta ou fica dentro da mala do incauto para ser usado na próxima sessão e se usar. Não é lido e nem tão pouco interpretado por muitos Maçons, pois seus interesses primordiais são: títulos, pins, aventais e medalhas.

Um hábito que estimula a mente e a criatividade, a leitura é superimportante para a formação do pensamento crítico do Maçom.

Maçom que não lê é um Maçom parado no tempo, nas brumas da ignorância.

Os fatores para o afastamento da leitura são inúmeros, porém alguns deles podem ser analisados. A falta de estímulo, de estrutura, fatores sociais e políticos podem ser algumas das causas, Outro fator que pode ser analisado é a concorrência, pois a escolha de ler um livro pode bater de frente com a de consumir outros tipos de mídia.

Os Maçons em sua maioria, costumam usar seu tempo livre para outras tarefas como assistir televisão, usar a internet, enviar mensagens no Whatsapp, escutar música e assistir a filmes. A leitura demanda um esforço, uma concentração, uma dedicação, que muitas vezes nós não temos. Então esse espírito de rapidez, de agilidade, que as mídias sociais nos colocam, ela nos impede de ter um tempo de maturação, onde possamos ruminar nesse sentido. Tal colocação vai ao encontro a uma verdade, que mostra que a preferência do Maçom por mídias nas quais menos esforço é necessário.

Formatos como os livros digitais e os Audiolivros podem ser uma alternativa para vencer alguns obstáculos. Com a possibilidade de ler um livro em seu celular, é possível fazer uso dessa atividade durante momentos como o transporte de casa ao trabalho. Além disso, é muito mais fácil encontrar livros gratuitos ou a preços acessíveis, aumentando as possibilidades para o leitor que não tem tanto dinheiro para aplicar nessa atividade.

Mas como ler mais? Tornar a leitura em um hábito só é possível com o próprio exercício da leitura. Como a gente resolve isso? Estimulando. Irmãos estimulam Irmãos. Existem diferentes caminhos para cultivar isso, podemos ler qualquer livro, então uma das formas de transformar a leitura num hábito é ler livros que nós gostamos. No caso dos Rituais Maçônicos e livros de nossa Filosofia, devem ser um deleite para o obreiro da Arte Real. Além do apoio da família e amigos, outro ponto a ser destacado é o de ler sempre: “Quem tem o gosto da leitura acaba encontrando horário, encontrando tempo e dedicação para leitura sempre, pois tem prazer com essa leitura”. Outra dica é a de criar metas de leitura e separar um tempo para isso acontecer em momentos como férias e fins de semana.

Porém, é importante lembrar que a leitura não deve ser uma tarefa chata ou difícil, mas sim uma atividade prazerosa. Com ela é possível explorar as mais diversas áreas do conhecimento ou mesmo descobrir incríveis histórias de ficção Nós somos o que nós lemos e se lemos pouco, pouco somos, pouco sabemos, pouco evoluímos, pouco seremos.

Então fica o recado, leiam o seu Ritual!

Autor: Ir. Denilson Forato

 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

XENOFOBIA MAÇÔNICA

 

Eu como ítalo-brasileiro e descente de judeus, já senti na pele a xenofobia e o preconceito e terras estranhas e terras conhecidas e também dentro de Loja.

Xenofobia é “medo e ódio de estranhos ou estrangeiros, ou de qualquer coisa que seja estranha ou estrangeira,” de acordo com o Merriam-Webster Medical Dictionary, © 2002 Merriam-Webster, Inc.

Xenofobia é, obviamente, uma palavra grega, xenos significando estrangeiro e phobos significando medo. Isso eu pude deduzir da minha própria cabeça. Também é uma palavra que não se desviou de suas raízes. Ainda, de certa forma, significa medo de estrangeiros.

Onde em Maçonaria encontraremos um “medo e ódio a estranhos ou estrangeiros, ou qualquer coisa que seja estranha ou estrangeira”? Onde, realmente.

Poderíamos começar em qualquer lugar que diz de um irmão em potencial que ele estaria mais confortável “com os seus iguais, a exemplo dos americanos do sul dos EUA.

Mas podemos também olhar para qualquer lugar que fala sobre “não fazê-lo dessa forma,” “usos e costumes”, falta de atualização, pois isso é simplesmente um medo ou ódio a tudo que é estranho ou estrangeiro. Se um irmão de 30 anos acostumou-se fazê-lo de uma maneira e somente de uma maneira, que é sua reação quando ele diz “esta não é a maneira como é feito nessa loja” senão a reação de um xenófobo?

Qualquer lugar que rejeita ideias ou pessoas porque elas pertencem a um grupo identificável que não somos nós, este é um lugar onde eles precisam se conformar em ser xenófobos. Tenho a certeza de que você pode pensar em situações semelhantes, mas acho que eu identifiquei três que poderíamos passam muito bem sem eles na Maçonaria.

Número 1: Racismo

Em pleno século 21, ainda convivemos com esta histórica situação de cor de pele, não evoluímos em nada, pois existe o racismo incorporado em nossa cultura. O racismo se destaca com os judeus, hindus, muçulmanos, nordestinos, sulistas e assim por diante. Coisa que precisa mudar e urgente.

Número 2: Medo da Mudança

Um oficial na minha loja era cuidadoso sobre seu ritual, e ele lia e relia o livro, de modo que ele estava muito familiarizado com ele. Ele se tornou tão sólido que apenas depois de alguns anos ele podia responder perguntas que homens buscando obter suas joias de anos não conseguiam, e isso influenciava seu trabalho. Os usos e costumes impedem a evolução de uma Loja, pois a mesmice impera e os “velhos” não querem dar espaço para o “novo”.

 

 

 

Número 3: Insularidade

A palavra “insular” vem do latim insula, ou ilha. Vamos descobrir que aqueles que vivem em conchas auto impostas pelas quais todo mundo de fora se torna estranho de alguma forma grave, rapidamente se torna insular – isolado tanto física quanto intelectualmente. Encontraremos esta forma de xenofobia predominante em toda a Maçonaria, e é um aspecto pernicioso dela.

São chamados os “pratas da casa” e os que chegaram depois de “os outros” , não querendo dar espaço para “os outros” contribuírem para a evolução da Loja e seu crescimento. Tem medo de perder o psedo poder, algo que não leva a caminho algum, apenas ás pelejas em Loja, desconfiança, sessões com desconfianças e até indigestas. Neste sentido a sessão vira uma reunião corporativa e não uma sessão maçônica.

A solução para tudo isso  é o diálogo entre os irmãos e a educação maçônica. É ser verdadeiro e honesto em suas atitudes e desarmado em seus preconceitos.


 

Autor: Ir. Denilson Forato-M.I.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Considerações Sobre o Rito Moderno ou Francês

 

Considerações Sobre o Rito Moderno ou Francês

Ir.·. Antonio Onias Neto - M .´. I .´.

Sob.·. Gr.·. Insp.·. Geral do Supr.·. Cons.·. do R.·. M.·.

 

Muito se critica e pouco se conhece a respeito do Rito Moderno ou Francês. Uma das mais infantis acusações (?) ou afirmativas gratuitas que se faz sobre o Rito é ser ele ATEU. É lamentável que maçons, que deveriam conhecer um pouco de filosofia e teoria do conhecimento, façam confusão entre ateísmo e agnosticismo. O Rito Moderno, por saber que a atitude filosófica da Maçonaria é a pesquisa constante da verdade, e por outro lado, ao ver que a verdade, para que seja considerada em todo o seu sentido, deve ser absoluta e infinita, abraça a corrente de pensamento que reconhece a impossibilidade do conhecimento do Absoluto pelo homem em sua finitude e relatividade, ou seja o AGNOSTICISMO. Afirmando assim uma posição de humildade perante o Absoluto, o que deveria ser característica de todo Maçom.

Acrescente-se mais que o Gnosticismo, como teoria da possibilidade de conhecimento (não confundir com os chamados "Gnósticos" do início da Era Cristã), afirma que é possível conhecer o absoluto. Ora, o Ateísmo, ao afirmar categoricamente a inexistência de Deus, pertence à corrente gnóstica, posto que, nessa assertiva, mostra ser possível conhecer o Absoluto, donde podemos concluir que o ateu jamais será agnóstico e o agnóstico não pode ser ateu, pois suas teorias da possibilidade do conhecimento se chocam frontalmente.

Por outro lado, há religiões, como o Budismo, que, em sua origem, tomam uma posição agnóstica, não se preocupando em explicar o Absoluto, reconhecendo a impossibilidade de definí-lo. Desta forma, o Rito Moderno acolhe em seu seio, sem nenhum constrangimento, irmãos das mais diversas profissões religiosas e filosóficas, posto que, mesmo sendo ele agnóstico, não impõe aos seus membros o agnosticismo, mas exige deles uma posição relativa quanto à possibilidade de que outros Irmãos, que abraçam outra filosofia, estejam certos, ora quem é dono da verdade não tem necessidade de pesquisá-la ou procurá-la.

Outra afirmativa que se faz sobre o Rito Moderno é sua anti-religiosidade, o que não passa de outra confusão, que os dicionários, se consultados, ajudariam a esclarecer. O prefixo "anti" quer dizer "contra". O que melhor caberia para o Rito é o prefixo "a", que significa "inexistência", "privação"; e é empregado no sentido de eqüidistância entre o "a favor" e o "contra". A maçonaria é eqüidistante das religiões, não é uma seita religiosa, e os Irmãos que assim a tornam são, evidentemente, ou aqueles que procuram desvirtuá-la, ou aqueles que insatisfeitos com suas religiões procuram na Maçonaria uma nova religião ou a compensação para as suas frustrações místicas.

 E, é baseado na eqüidistância perante as religiões que o Rito Moderno não adota a existência da Bíblia no Triângulo de Compromissos, Altar de Juramentos para outros Ritos. Os defensores da colocação da Bíblia alegam que deve haver um "livro da lei revelada". Ora, a Bíblia só passou a ser adotada em algumas Lojas a partir de 1740, antes disso Anderson e os demais Maçons aceitavam a obrigação do "Livro da Lei", Lei Maçônica, Lei Moral. Acrescente-se, ainda, que existem religiões, tais como a Umbanda, o Candomblé, a Pajelança, e outras, com diversos adeptos entre nós, que possuem um livro da lei revelada, cuja tradição é oral. Perguntamos, que livro religioso se colocaria na presença de tais Irmãos?

 

Vemos constantemente Irmãos Judeus e Muçulmanos, quando Iniciados e em suas exaltações, compelidos a jurarem sobre a Bíblia Cristã, em tradução Católica ou Protestante, numa autêntica violação de suas consciências e dos princípios maçônicos, ou numa prova de que tais juramentos são falsos. Nosso "Livro da Lei" são os princípios da Sublime Ordem, quando muito as Constituições das Potências às quais pertença a Loja, onde constam tais princípios, ou, ainda, as Constituições de Anderson, em sua redação original, que deu origem à institucionalização da moderna Maçonaria. Aproveitamos para transcrever o artigo primeiro da Constituição de Anderson, que é bastante claro a respeito do assunto: "O Maçom está obrigado, por sua vocação, a obedecer a Lei Moral, e se compreender seus deveres, nunca se converterá em um estúpido ateu nem em um irreligioso libertino. Apesar de nos tempos antigos os Maçons estarem obrigados a praticar a religião que se observava nos países em que habitavam, hoje crê-se mais conveniente não impor-lhes outra religião senão aquela que todos os homens aceitam, e dar-lhes completa liberdade com referência às suas opiniões particulares. Esta religião consiste em ser homens bons e leais, quer dizer, homens honrados e probos, seja qual for a diferença de denominações ou de convicções. Deste modo, a Maçonaria se converterá em um centro de União e é o meio de estabelecer relações amistosas entre pessoas que, fora dela, teriam permanecido separadas".

Após a leitura deste texto, muito pouco se poderá acrescentar a respeito, além de que há religiões que não permitem ao homem se ajoelhar perante seu semelhante, como exigem alguns Ritos, o que não é permitido no Rito Moderno. Mais uma vez o Rito prova, com sua atitude, ser eqüidistante e respeitar a religião de todos os Irmãos. Bom seria que os Irmãos, que se intitulam religiosos, estudassem um pouco a história e o conteúdo de outras religiões além das nossas, saindo de uma posição sectária, proibida pela Ordem.

Outra "terrível" acusação que se faz ao Rito é não invocar e tampouco adorar o "GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO", tendo inclusive evitado o uso de seu nome nos Rituais. Ora, meus Irmãos, por mais boa vontade de que possamos estar imbuídos, jamais deixaremos de invocar as entidades religiosas a que estamos ligados dentro de termos e Rituais próprios de nossa religião, e, estaremos desta forma sempre ferindo e violando as crenças e as formas de adoração de outros Irmãos. Deixemos as adorações e as invocações para fazê-las em nossas Igrejas, nossas Sinagogas, nossos Templos religiosos, nossos Centros, nossos Terreiros, nossas Casas e evitemos fazê-las em Loja, onde temos a obrigação de não forçar qualquer Irmão a repetir fórmulas com as quais sua consciência não possa concordar.

 Quanto ao não uso do nome do Grande Arquiteto do Universo nos Rituais: este uso só começou a ocorrer a partir da Convenção de 1877, por conclusão do relator da proposta de exclusão do seu uso nos Rituais do Grande Oriente de França, e, é bom lembrar que este Irmão relator era um religioso, o pastor protestante Frederico Desmons. Este foi o grande motivo para que a Grande Loja Unida da Inglaterra rompesse relações com o Grande Oriente de França

 No entanto, o Grande Oriente da Bélgica, desde 1872, vedara a invocação e a inclusão do Grande Arquiteto do Universo nos seus Rituais, e nem por isso a Potência inglesa rompera relações com os belgas. O principal fundamento para a exclusão do nome do Grande Arquiteto do Universo dos Rituais é terem os Irmãos, como se pode observar, utilizado dia a dia o símbolo do Princípio Criador da Energia inteligente, do Ente Supremo, do mesmo modo que se vulgarizou o termo Deus, particularizando o seu emprego, invocando-o e adorando-o, conforme sua religião e não como símbolo de todas as concepções que se tenha do que é a Origem do Universo.

 Antes de encerrar essas breves considerações gerais sobre o Rito Moderno ou Francês, não poderíamos esquecer o problema dos "Landmarks". O que são "Landmarks"? O próprio nome diz: são marcas de terra, limites, lindeiros, e como tal devemos considerá-los, jamais como dogmas.

 Lembremo-nos: NA MAÇONARIA NÃO EXISTEM DOGMAS, EXISTEM PRINCÍPIOS. No Brasil, existe uma verdadeira psicose pelos "Landmarks" de Mackey, e, no entanto, quando a Maçonaria veio para nossa Pátria, eles sequer existiam, tendo aparecido apenas em 1858. Meus Irmãos, fica a pergunta: quem deu poderes, que entidade inspirou ao nosso Irmão Mackey para firmar dogmas dentro da Sublime Ordem? Particularmente um deles: o 25º, que não permite qualquer alteração, ferindo o princípio da investigação constante da verdade, da evolução, da pesquisa, de se afirmar progressista: nada pode mudar a partir dele, é o dogma da imutabilidade, da não evolução. É evidente que o Rito Moderno, dentro desses termos, não poderia aceitar os "Landmarks" de nosso querido Irmão, que pretendeu impedir um dos fundamentos da Maçonaria: A LIBERDADE.

Meus Irmãos, diversos são os "Landmarks" mais conhecidos, tais como os de Findel, de Lecerff, de Pound, de Mackey, de Grant, que chegam a 54, e muitos outros. Qual deles é o profeta da Maçonaria que recebeu inspiração divina pra que se afirme ser sua catalogação a correta? Que Congresso Maçônico mundial concluiu serem estes ou aqueles os "Landmarks" aceitos universalmente? Deverão os "Landmarks", mesmo que universais, estacionarem no tempo e no espaço? Apenas como lembrança, devemos citar que muitos dos nossos Irmãos de outros Ritos e de outras Potências concordam plenamente conosco na tese que abraçamos sobre os "Landmarks".

Conclamamos aos Irmãos de todos os Ritos e de todas as Potências: devemos nos preocupar com aquilo que nos une, e, relegar ao segundo plano o que nos separa. Este é o fito primordial do Rito Moderno quando dá origem à instituição de um "Grande Oriente": admitir a diversidade dos Ritos, unindo, numa mesma Potência, Irmãos das mais diversas posições filosóficas, num verdadeiro Universalismo, pois este é o princípio fundamental da Sublime Ordem.