terça-feira, 28 de julho de 2015

A Maçonaria ainda é relevante?



A questão de se a Maçonaria ainda é relevante em nossa sociedade em constante mutação é frequentemente colocada em fóruns maçônicos e por profanos. Isso indica que é de importância a muitos, a maioria Irmãos. Além disso, a questão é frequentemente colocada quando se discute as condições nas quais nossas Lojas estão atualmente; talvez até mesmo um desespero ante o que parece ser o futuro da Maçonaria. Na minha opinião, esse é um aspecto um tanto limitado de “relevância,” isto é, a habilidade de contribuir positivamente à solução dos problemas ou entraves defrontados pela Maçonaria e pelos Irmãos, como tais, em suas vidas diárias.

O dicionário Webster define “relevante” como:

“Etimologia: Latim medieval relevant-, do latim, particípio presente de revelare alçar. 1. Ter suporte significativo e demonstrável no assunto em questão 2. Suprir evidências tencionando provar ou desprovar qualquer assunto em debate ou sob discussão <testemunho relevante3. Ter relevância social 4.A qualidade ou estado de ser relevante; pertinência; aplicabilidade.”

Para os propósitos deste trabalho, eu enfatizaria as últimas duas definições. Apesar de tudo, queremos nos certificar de que o que fazemos vale nossos esforços!
Tentarei lidar com essa questão principalmente de seus aspectos morais. No entanto, seria quase impossível apresentar um tratado completo em artigo. Uma discussão completa necessita provas de toda alegação ou opinião, o que está além do escopo de minhas presentes reflexões. O que permanece é um esforço para apontar brevemente diversos ângulos possíveis de “relevância” e deixar para os leitores desenvolverem essas questões.
Quando discutindo a “relevância” em nossas vidas de sermos maçons, devemos distinguir entre quatro aspectos principais:

a.         a Maçonaria é relevante para minha vida diária?
b.         outras pessoas consideram o fato de eu ser maçom como afetando minhas atitudes e ações, o que prova sua relevância a mim?
c.         tem a Maçonaria, como uma organização, qualquer relevância às sociedades atuais, da forma que ela existe?
d.        a sociedade considera nosso corpo maçônico como relevante para resolver os problemas presentes ou futuros da sociedade humana?

No texto a seguir tentarei lidar apenas com o primeiro aspecto acima. Parece-me que aquilo que as outras pessoas pensam acerca de nós como maçons ou de nossa organização não causa dúvidas sobre nossa relevância entre irmãos. Somos nós quem temos de nos convencer de que pertencer à Maçonaria é de valor para nós como indivíduos.

A maioria de nós nos defrontamos com expressões de dúvidas ou mesmo de ridículo quanto à Maçonaria. Às vezes, podemos também duvidar da relevância de nosso Ofício Antigo à nossa célere e mudadiça sociedade. Quando usamos a frase “um peculiar sistema de moralidade,” levamos estimamos os ensinamentos morais de nosso sistema como relevantes para nossas vidas e para os julgamentos morais que temos de fazer, ou é tudo passeé? A fim de responder essas questões, devemos voltar aos nossos ancestrais, que se encontravam para espiritualizar ou moralizar, como costumavam chamar seu filosofar. Parece que nós temos de nos fazer quatro perguntas:

a.         a necessidade de socializar do homem com os outros mudou?
b.         a necessidade de sentimentos fraternais próximos deu completamente lugar à necessidade apenas de conquistas pessoais?
c.         a necessidade de se discutir ou ponderar sobre questões morais deixou de existir?
d.        todas essas mudanças necessitam de uma alteração de nossos princípios morais?
Vamos tentar examinar essas quatro questões.

a.         A necessidade do homem de socializar

Quanto à primeira pergunta, espero que você concorde comigo em que a necessidade do homem de socializar certamente não desapareceu. Os motivos podem ter mudado, talvez os propósitos para socializar com os outros servem para outros fins também, mas a necessidade real do indivíduo ainda existe. O homem continuou um animal social e, a despeito dos meios de comunicação modernos, ainda precisamos de contato humano direto.
Ao mesmo tempo, devemos entender que as implicações da ênfase de sermos uma fraternidade, de reter relações fraternais. Sem uma longa discussão de significados sociológicos, pode-se seguramente dizer que tal relacionamento é baseado em um laço emocional. Jaz na esfera das interrelações familiares e apenas pode existir quando há envolvimento pessoal. Quando encontramos um estranho pela primeira vez, todos sabemos o que sentimos assim que descobrimos que esse estranho é um Irmão. Pense em quanto logo nos abrimos um para com o outro, trocando experiências. Em minha visão, isso é uma prova da importância que vinculamos ao pertencer à nossa fraternidade antiga e ao seu sistema de princípios morais.

b.        Competitividade versus fraternidade

Sem dúvida, nas democracias modernas ocidentais vivemos em uma sociedade competitiva, uma sociedade orientada à conquista. Espero que concorde comigo em que esses aspectos de nossa vida moderna não anulam, de modo algum, nossa necessidade de socializar. A sociedade moderna fez-nos mais competitivos e com uma necessidade clara de provar a nós mesmo aquilo que fazemos. No entanto, devemos nos perguntar se conquistas pessoais se tornaram, em todos os casos, mais importantes do que o contato (emocional) pessoal. Tornou-se predominante em nossas atividades diárias, sobrepassando todo o resto? Em minha visão, a resposta é: NÃO. Ainda temos a necessidade de nosso lugar.

Ao mesmo tempo, devemos entender que quando usamos o termo “Irmão” queremos dizer uma ligação emocional, típica de grupos pequenos como nossa célula familiar. Sem investigar exaustivamente as teorias sociológicas acerca de grupos pequenos, espero estar sendo claro a todos, por suas experiências pessoais, que, em tais grupos sociais pequenos, forças aumentando a coesão são entendidas como legítimas e devem ser reforçadas, enquanto que a competição dentro de tal grupo pequeno é considerada ilegítima e é fortemente censurada. Não só é considerada ilegítima, mas também origina antagonismos emocionais muito fortes. Segue que, tão logo haja duras competições entre irmãos dentro de uma Loja, elas originarão reações emocionais muito fortes. Pode-se reduzir uma Loja a migalhas. Uma caracterítica típica de grupos pequenos é que eles são monolíticos e não permitem diversidade. Em oposição a isso, nossa sociedade moderna é baseada na diversidade. Por que motivo pregamos tolêrancia e moderação? Certamente esperamos que os irmãos deixem seus antagonismos do lado de fora das portas da Loja, para que se conserve a harmonia.

Do que eu acabei de dizer devemos perceber que aí existe uma tensão inerente entre nossa competitividade e nosso comportamento orientado à conquista fora da Loja e o envolvimento fraterno entre nós como Irmãos na Loja e como maçons. No mais, ela pode indicar porquê competições dentro de nossas Lojas frequentemente originam tensões fortes e porquê é oposta ao que consideramos relações fraternas.

c.         A necessidade de se discutir assuntos gerais

Apesar de nos comprometermos não discutir política e religião (fé) nas Lojas, parece-me que a troca de visões acerca de questões morais é ainda uma necessidade do homem moderno. Pode até ser uma das atrações da Maçonaria. Moralizar, como nossos ancestrais o fizeram.
O que parece a mim ser de extrema importância é que entramos em uma Loja, e na Maçonaria, para satisfazer outras necessidades. Um neófito Iniciado geralmente sente que ele tem oportunidades suficientes para competir fora da Maçonaria e da Loja. Parece que quando tudo é dito e feito, depois de cuidarmos de nossas necessidades materiais, depois de garantirmos todas as nossas necessidade pessoais e familiares, ainda precisamos satisfazer nossas necessidades sociais e espirituais. É isso que temos como objetivo atingir nos tornando irmãos desse laço místico. Tornando-nos Maçons.

Em minha visão, um dos fatores influenciando a força ou a fraqueza da Maçonaria hoje é nossa percepção de que devemos satisfazer essa necessidade ou fazer perder o interesse de muitos Irmãos jovens. Aqueles que vêm buscando relações intelectuais – pelo menos como fator adicional – desapontar-se-ão e logo saem. Esse é o motivo pelo qual considero satifazer as necessidades intelectuais como uma parte importante de nossas Lojas.

d.        Devemos mudar nossos princípios de moralidade?

Vamos nos voltar à questão de princípios morais e se eles, também, mudam rapidamente no ritmo em que sociedade moderna muda. Comecemos concordando que não apenas a sociedade humana muda ao longo do tempo, mas que o grau de mudança aumentou imensamente, criando novas condições e novos problemas. A situação a qual chamamos de “A Vila Global,” com seus meios modernos de comunicação, sem dúvida mudou muitos aspectos de nossa vida. Entretanto, espero que concorde comigo em que os princípios básicos de moralidade permaneceram inalterados, mesmo que suas utilizações possam ter mudado ao longo do tempo.

Consideremos dois exemplos. A questão da igualdade é o primeiro princípio que vem à minha mente. No século XVIII, “todos os homens nascem iguais” significava apenas a nobreza. Então se incluiu a burguesia e finalmente todos os homens foram incluídos, apesar de mulheres não serem consideradas “iguais”: foram as últimas a ser incluídas.
É mais provável que nós fomos os originadores do direito à auto-determinação, que se tornou lentamente aplicável aos direitos nacionais no século XIX e seguinte, e o direito das nações influenciaram a questão das minorias e de seus direitos. Como podemos ver, o princípio começou aplicável apenas a uma parte da sociedade e lentamente se ampliou para englobar todos os seres humanos.

Esses são apenas dois exemplos. O princípio da igualdade fora discutido em Lojas maçônicas e adotado por reformistas sociais. Começou com a igualdade de direitos (políticos e judiciais), mas é agora aplicado como igualdade de oportunidades a todos, sem considerar raça, religião e sexo. A idéia do estado de bem-estar social é uma descendente direta dos princípios morais adotados primeiramente por maçons. Agora, como maçons que se “encontram no nível,” acreditamos que ele se aplica apenas a nossos irmãos, ou aceitamos a aplicabilidade mais abrangente do princípio da igualdade? Como maçons, temos algo a dizer sobre a desigualdade na sociedade fora de nossa Loja? Temos o que dizer sobre abusos dos direitos da minoria? Isso não é relevante para nós como cidadãos?

Espero que concordem comigo em que o que acabamos de dizer significa que a necessidade de se discutir questões morais com os outros permaneceu inalterada. Eu dou um passo mais além e digo que há uma necessidade de se avaliar constantemente os princípios de si mesmo e os ajustar quando necessário para novas situações. Em outras palavras: quando falamos do princípio do governo da maioria, também predominante na Maçonaria, estamos na verdade discutindo princípios morais maçônicos que tipificam qualquer sistema democrático de vida. É a necessidade constante de um cidadão democrático conferir os limites de sua liberdade contra aqueles do seu próximo; os direitos dele contra aqueles de outros; os limites que devem ser colocados sob o governo da maioria. Então, também aqui, devemos concluir que os princípios de nosso “peculiar sistema de moralidade” ainda são válidos como o eram há décadas. Nosso sistema é “peculiar” no modo pelo qual é ensinado através de símbolos e alegorias. Essa é a única peculiaridade de nosso sistema.

Então, a Maçonaria ainda é relevante?

O que tudo o escrito acima tem com a Maçonaria? Tudo! A Maçonaria é um sistema de moralidade que nos ajuda a nos reformar de acordo com princípios morais ideais. Fazer o que Sócrates chamou de “viver a boa vida,” significando: a única vida que vale ser vivida, uma vida de acordo com os princípios morais de si mesmo. Temos todos sucesso? Certamente não! Sendo seres humanos normais – pelo menos espero que sejamos -, temos nossas fraquezas humanas. Nem sempre conseguimos o que esperamos, mas ao menos nos empreendemos a tentar chegar o mais próximo a esse objetivo. Não é melhor assim, mesmo se somente um pouco?

É interessante que a Maçonaria floresce em sociedades na quais homens têm crenças arraigadas e um senso de compromisso. Uma atmosfera na qual alguém tem como seu dever lutar pelas causas nas quais ele acredita. A Maçonaria não pode florescer em uma sociedade na qual haja uma atmosfera de apatia devido à visão de que nada pode ser feito para alterar injustiças, nem da qual o homem se sinta alienado.

Deve-se talvez perceber que novos movimentos de extremistas políticos e religiosos, de fundamentalismo, têm crescido por todo o globo e estão tentando obter supremacia. O que nós, como maçons, temos a dizer sobre isso, baseado em nossos princípios morais?
Preciso dizer mais? Parece-me que em toda sociedade moderna a Maçonaria pode contribuir para uma melhor atmosfera social e uma maior sensibilidade às necessidades de todos os membros dessa sociedade. Especialmente os fracos e os necessitados. Como maçons, devemos nos orgulhar disso.

Como organização, nós nos abstemos de nos envolver em assuntos políticos e religiosos, mas maçons – como pessoas físicas – são parte de uma fraternidade internacional de homens que expressaram seu compromisso com certos princípios morais e com sempre os conservar, de homens que poderiam influenciar a sociedade dando bons exemplos. Não pregamos nem damos publicidade a nossas contribuições. Por outro lado, empreendemo-nos em nos certificar e re-certificar constantemente, e tentar ser dignos do título “homo sapience.” Estamos prontos para ser – ao menos em parte do tempo – mais atenciosos com os outros e mais críticos de nós mesmos, e não dos outros? Nossa própria vida se tornará mais rica como resultado de sermos maçons em ações e em pensamentos?

Bem, deixo para que cada um de vocês reflita sobre isso.

A Música e a Maçonaria




A música é a arte de produzir sons e acordes combinar todos os elementos da criação de instrumentos de som; ritmos, sons, toques, timbres, organizações de série, melodias, harmonias, etc. No seu sentido mais primitivo. É a arte de produzir sons que combinem de forma tão agradável ao ouvido, que suas modulações agitem a alma.
Em todas as civilizações, a música assume um papel importante nos eventos mais relevantes, sociais ou pessoais, onde tem um papel de mediador entre o diferenciado (material) e o indiferenciado (a vontade pura), ou entre o intelectual e espiritual. Por conseguinte, assume especial importância nas cerimônias ritualísticas, além de sua capacidade de promover as emoções.
A música representa o equilíbrio e ordem, é uma linguagem universal. Na Maçonaria, a música representa uma das sete artes liberais, simbolizando a harmonia do mundo e especialmente a que deve existir entre os maçons. Através da beleza dos sons e da harmonia dos ritmos chegarem à sabedoria do silêncio.
A música é a arte de organizar sons. Toda arte consiste em organizar um material de acordo com as “leis” e um propósito.
A música é, em si mesma e na sua essência, uma maçonaria, uma construção de um caráter iniciático. Os elementos componentes não são os sons, pedras brutas, mas as notas, pedras polidas.
Os três parâmetros que especificam o talha da pedra, o som preciso:
A Força, que reside na densidade.
A Sabedoria, no seu ‘tempo’ ou comprimento.
A Beleza, na sua altura ou freqüência.
As pedras do edifício justo e perfeito musical devem ser montados: a música é uma construção, arquitetura, uma “Arte Real” que revela as leis universais da “Grande Obra” que organizamos em três etapas.
O silencio, vácuo necessário antes do evento, é o estado de aprendizagem.
O som, a manifestação, a consciência, o despertar do companheiro.
A melodia, a organização do som pelo mestre.
Outra analogia pode ser encontrada em três etapas, entre o método de formação do músico e Maçom:
O Aprendiz: Estudar a música em si (canta). Aprende a decodificar símbolos ou sinais (solfejo) e escolhe o seu/s instrumento/s. Isso requer um mestre ou instrutor.
O Companheiro: concedido a facilidade na interpretação de sinais e uso de seu/s instrumento/s. Colaborar com outros colegas no canto e da interpretação (polifonia, conjuntos instrumentais). Estudar a história, os estilos e os grandes mestres. Nesta fase, a companhia entra em um processo de auto-formação.
O Mestre: Sua tarefa é conseguir uma interpretação pessoal, uma experiência que permite a transmissão dos trabalhos. O mestre trabalha sozinho, mas exige um aprendiz, que aprende tudo o necessário para alcançar a verdadeira mestria. Essa relação se fecha o ciclo.
A música na Loja é representada pela Coluna da Harmonia, que é o conjunto instrumental ou reprodutor musical destinado a execução da música maçônica durante cerimônias rituais.
Nas Lojas, até que no século XVIII, começou a introduzir-se instrumentos de cordas, trompetes e tambores, só se empregavam vozes. A designação de “Coluna de Harmonia” aparece no final do reinado de Louis XV para se referir ao conjunto de instrumentos que soavam nas cerimônias, que teve um máximo de sete instrumentistas: 2 clarinetes, 2 trompas, 2 fagotes e 1 tambor. 
Então, a concorrência entre as lojas pelos instrumentistas mais virtuosos ter originado que foram admitidos sob os mesmos músicos, que isenta de qualquer contribuição, de serviços (embora ele só pudesse aspirar ao grau de Mestre), e compunham obras para várias cerimônias maçônicas (trabalhos, banquetes, funerais, iniciações, etc.) estes irmãos artistas, tinham o mesmo direito de voto como o resto dos irmãos e em grandes cerimônias, festas e banquetes eram obrigados a contribuir com sua arte.
A Coluna da Harmonia tinha como missão de proporcionar um complemento para o ritual, a música é uma forma funcional, cujo valor não depende principalmente do seu valor intrínseco, mas a sua importância para o destino designado.
Talvez a maior representação da música maçônica corresponda a Wolfgang Amadeus Mozart, que foi iniciado como aprendiz de maçom, em 14 de dezembro de 1784, na Loja A Esperança Coroada e para esta finalidade se interpretou na Loja, sua cantata “Alma do universo para ti, oh Sol” (Kantata 429), é um hino ao sol e a luz; cantata duplamente adaptada a celebração Maçônica da grande festa de São João do verão (mais conhecido como o solstício de verão) e ponto culminante do ano maçônico; e também se encaixa na cerimônia de iniciação maçônica. 

Grato e apaixonado pela sua Loja, escreveu para ela as canções mais notável, no que não se limito apenas a expressar um simples e belo sentido de palavras, mas nota-se que ele deu todo o calor de sua fantasia, e esperanças suscitadas de uma alma movida pelo bom e do belo, de amor para a humanidade.
Na ocasião da cerimônia da passagem de seu pai para o grau de companheiro, colocou música em um poema de Joseph von Ratschky, “A viagem do Companheiro” (K 468) de voz e acompanhamento de piano.

Poucos meses antes de entrar no terceiro grau da Maçonaria, participou em 11 de Fevereiro de 1785, na Loja vienense “A autêntica harmonia”, a iniciação maçônica de seu amigo Joseph Haydn no grau de aprendiz, a quem Mozart, por esse motivo lhe dedicou a “Seis quartetos de cordas”.
Pouco antes da investidura dupla que Mozart e seu pai receberam como mestres maçons em 2 de abril de 1785, na Loja vienense ‘A Esperança Coroada’, compôs para esta Loja duas de suas composições mais importantes maçônicas ‘ A alegria maçônica’ (K 471) e ” Musica  Fúnebre Maçônica’ (K 477).
Em 1786, durante uma reorganização das lojas de Viena ordenada pelo imperador Joseph II, Mozart escreveu para sua Loja ‘A nova Esperança Coroada’ duas cantatas maçônica: “Para a abertura da Loja” (K 483) e o ‘Encerramento da Loja’ (K 484).
Nos encontramos ainda com três obras de Mozart ligada à Maçonaria, e em que nós descobrimos a Mozart comprometido com a liberdade e os ideais da Revolução Francesa, especialmente em “Vocês os que honram o Criador do Universo Infinito” (K 619) , que é uma mensagem para a juventude alemã na época em que compôs a ópera de fraternidade universal.
As outras duas composições estritamente maçônica as que Mozart pus música foi uma pequena cantata maçônica, “Elogio da amizade” (K 623), datada em Viena, em 15 de novembro de 1789 e “Entrelacemos nossas mãos’ (K 623) e que é cantada, para formar o elo da Cadeia de União. Sua obra póstuma, seu canto do cisne, foi o intitulado “Pequena Cantata Maçônica”, o que deu em uma reunião realizada em sua loja, executada por ele mesmo, dois dias antes de se sentir atacado pela misteriosa doença que o levou para o túmulo.

É emocionante ver Mozart no limiar da morte, esquecendo-se de seu sofrimento e angustia física, cantando a fraternidade unida no trabalho, e na presença de luz no impetu e no calor da esperança.
Três semanas depois, morreu.
A lista de músicos e música inspirada por ideais maçônicos seria interminável, mas talvez a mais representativa são: J. Haydn, I. S. Bach, L. W. Beethoven e F. Liszt

quinta-feira, 23 de julho de 2015

FILOSOFIA DA MORTE



·         Na sabedoria do povo há um ditado que diz: “perdemos a nossa infância assim que descobrimos que vamos morrer”.
·         A morte é a coisa mais democrática da humanidade, é um destino inexorável de todos os seres vivos, mas só o homem tem essa consciência.
·         “O que se tornou perfeito, inteiramente maduro, quer morrer”. (Nietzsche).
·         A morte sempre trouxe questionamentos e angústia para o homem desde os tempos mais primitivos. Uma das grandes questões para a Filosofia responder é sobre o sentido da vida. De onde viemos? Por que viemos? Para onde vamos?
·         A crença na imortalidade simboliza a negação do homem finito e o anseio por uma vida eterna além-túmulo.
·         A Psicologia explica que durante a vida enfrentamos vários MOMENTOS DE LUTO: ao NASCER, experimentamos a primeira morte quando rompemos com o aconchegante mundo intra-uterino, momento em que nos deparamos com o desconhecido, isto é, com a vida social. Na ADOLESCÊNCIA, enfrentamos o luto pela perda do corpo infantil e a entrada no desconhecido mundo dos adultos. Na VIDA ADULTA enfrentamos o envelhecimento físico e o luto pela perda do corpo jovial para entrar no desconhecido mundo da SENILIDADE. Finalmente abandonamos o velho mundo para entrar no desconhecido MUNDO DOS MORTOS.
·         É o conflito entre o velho e o novo num ciclo infinito de mudanças.
·         “... observando a história e os diversos povos, podemos verificar que o sentido da morte não foi sempre o mesmo. O certo é que a maneira pela qual um povo enfrenta a morte ou o significado que lha dá reflete de certa forma o sentido que ele confere à vida.
·         Para as sociedades mais primitivas, a morte de um indivíduo está integrada às práticas coletivas do culto aos ancestrais. Neste caso a morte é entendida como o momento de assumir uma nova forma de existir na comunidade dos mortos. Daí os rituais de passagem, onde vivos, totem, Deuses e antepassados participam da mesma realidade vital.
·         Historicamente, as cerimônias fúnebres sempre foram realizadas conforme a tradição da religião do morto que é chorado, relembrado e sua ausência é assinalada pelo luto que pode variar o tempo conforme a época e os costumes locais.
·         “... em algumas regiões, a viúva deve guardá-lo pelo resto da vida. Um conjunto de atos determinados socialmente, como visitas ao cemitério, missas para a alma do morto, flores, visitas de pêsames e cartas de condolências, ajuda os parentes a atravessar o período doloroso da perda e a reintegração à vida normal”.
·         A vida moderna e o acelerado processo de urbanização têm modificado o comportamento do homem diante da morte. Antigos laços comunitários vêm sendo rompidos e as pessoas consequentemente estão caindo num extremo individualismo. O pouco tempo livre que resta não permite mais ao homem dedicar-se aos velhos e aos doentes que são “transferidos” para asilos ou hospitais a fim de que recebam “tratamento especializado” de médicos e profissionais de saúde treinados.
·         Os velórios também foram transferidos para Capelas mortuárias onde em geral não se levam crianças que por sua vez não vivenciam e nem aprendem sobre a morte e o luto. A justificativa desta mudança é evitar traumatizar a criança que recebe explicações vagas do tipo: “longa viagem”, “foi morar com o Papai do Céu”, etc.
·         Hoje, porém, fala-se abertamente sobre sexo, evitando-se falar sobre morte que tornou-se “obscena” e excitante. Os filmes violentos e sangrentos tomaram o lugar dos filmes de sexo na preferência popular.
·         “A curiosidade mórbida mostra o deslocamento do tabu: ‘A morte, não o sexo, é agora o tabu que violamos”
·         A “obscenidade” da morte se torna mais grave em casos de doenças terminais, onde se esconde até do paciente sua doença letal e sua morte próxima. Morte tornou-se uma palavra tão assustadora que a maior parte das pessoas prefere nem falar sobre este assunto “obsceno”.
·         Daí a necessidade de se “encobrir” a morte com um defunto bem arrumado, maquiado e num caixão acolchoado que parece até uma confortável cama. É um modo de disfarçar a morte sob a aparência de um repousante sono.
·       A ocultação da morte está na dificuldade de lidar com ela e relacionada com a incapacidade de lidar com a vida.
·         Quanto mais difícil a vida de uma pessoa, mais insuportável se torna a idéia de morrer sem realizar seus sonhos e metas de uma vida melhor. O homem autêntico enfrenta suas angústias e assume com responsabilidade a construção de sua vida enquanto o inautêntico foge delas e refugia-se na impessoalidade, na negação da transcendência e na repetição do que todo mundo faz.
·         Resgatar a consciência da morte, não é alimentar sentimentos mórbidos, obcecados pela morte inevitável, mas assumir a finitude da vida reavaliando nossos comportamentos, escolhas e atitudes.

EXERCÍCIO PARA CASA:


Estou eu como Maçom, mesmo sendo um ser pensante, instruído, preparado para lidar com a morte?

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Campanha do agasalho 2015


Posse de VM Eduardo Sélio Mendes





1º FÓRUM DA AEMA




























Maçonaria na Revolução de 1932.



Poucos têm conhecimento da importância da Maçonaria na Revolução de 1932.
Em apertada síntese, reproduzirei e comentarei um pouco da história Maçônica pelos idos de 32.
No ano de 1932 o Brasil vivia sob o regime implantado pelo golpe de 1930, e os Paulistas, sobretudo os dirigentes do PRP – Partido Republicano Paulista, não se conformavam com o resultado da Revolução de 1930.


Com efeito, a nomeação de um não paulista o pernambucano [João Alberto] como interventor de São Paulo, foi a gota d’água para o desencadeamento de uma grande propaganda contra o governo federal. Os paulistas clamavam pela promulgação de nova constituição.
A onda de agitação e descontentamento prosseguiu e, mesmo diante da promessa de eleições, nova Constituição e a nomeação de interventor paulista para São Paulo, o Estado se levanta contra a Revolução de 30.


Poucos sabem, mas a Maçonaria participou ativamente da Revolução de 1.932, como outrora, já havia atuado nos destinos de nossa nação, e sempre discretamente deixando sua marca. Segundo consta, já a partir do início de 1931, da pena do advogado, jornalista e tribuno Ibrahim Nobre, maçom da Loja Fraternidade de Santos, saiam críticas mordazes contra o golpe e a situação social, que eram publicadas no jornal paulista “A Gazeta”.


O início de 1932, o pensamento da população de São Paulo consistia no desejo de ter um interventor federal que não fosse militar e que fosse de São Paulo.
Ouvindo o clamor dos paulistas, no dia 3 de março o ditador nomeava, para o cargo, o embaixador Pedro de Toledo, Maçom, ex-Grão-Mestre do Grande Oriente Estadual de São Paulo (1908-1914), o qual assumiria no dia 7. Essa indicação, todavia, não serviu para aliviar o mal estar e a tensão reinantes em diversos pontos do país, começando, dessa maneira, a fermentar a revolta.
As reuniões preparatórias do movimento foram levadas a efeito na sede do jornal “O Estado de S. Paulo”, pelos maçons Américo de Campos, Francisco Rangel Pestana, Manoel Ferraz de Campos Salles, e José Maria Lisboa.


Nessa época, o jornal já era dirigido pelo Maçom Júlio de Mesquita Filho (Loja Maçônica União Paulista), que era um dos principais líderes do movimento.
A revolta eclodiu no dia 23 de Maio 1932, quando durante uma manifestação na Praça da República, alguns jovens – MARTINS, MIRAGAIA, DRÁUSIO e CAMARGO, cujos nomes deram origem ao M.M.D.C. foram mortos pela polícia política da ditadura. O Estado de São Paulo já possuía um governante civil e paulista, de modo que a grande reivindicação foi mesmo a promulgação da nova constituição. No dia 9 de julho, um sábado, a revolta constitucionalista estava nas ruas saindo do palácio Campos Elíseos e marchando à Estação da Luz e Sorocabana rumo ao interior.
Assim é que, o movimento eclodiu às 11h40min. Do dia 9 de julho, sob o comando de Euclides Figueiredo, com a tomada do Quartel General da 2ª Região Militar. No mesmo dia, às 23h15 min., as sociedades de rádio eram tomadas por civis. No dia 10, o interventor Pedro de Toledo (Maçom) era aclamado, pelo povo, pelo Exército e pela Força Pública, como governador de S. Paulo!!!


No dia 14 de julho, o Grão-Mestre estadual de S. Paulo, José Adriano Marrey Júnior (Maçom), convocou uma reunião dos Presidentes das Lojas Maçônicas da Capital. Nessa reunião, foi solicitado o apoio das Lojas à causa paulista, o auxílio às famílias dos maçons que tivessem seguido para as frentes de batalha, e a colaboração de todos os maçons que pudessem tomar parte, de alguma maneira, nessa luta por São Paulo.
Infelizmente, os Paulistas ficaram sós, pois não houve adesão de outros maçons dos demais estados. Deixado sozinho na luta pela Constituição e pelo Brasil, os combatentes de S. Paulo sem o esperado apoio de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul e sem os recursos necessários, resistiram por apenas três meses.


É que, o bloqueio do porto de Santos e a grande concentração de forças federais, vindas de todos os Estados, venceram a resistência dos soldados paulistas, graças ao esgotamento de seus recursos.
Getúlio venceu a Revolução, mas mesmo assim o governo percebeu que era difícil governar sem as oligarquias paulistas. Para não perder o poder, Vargas convoca uma Constituinte visando a conciliar as diversas tendências.


Finalmente, em julho de 1934, foi promulgada a nova Constituição brasileira, pela qual lutara o Estado de São Paulo, apoiado unilateralmente  pela Maçonaria, de modo que acabou sendo alcançado o objetivo. Além disso, houve uma mudança de atitude e de conceitos, notadamente os cívicos e libertários, cujos reflexos se desdobraram no tempo, até os dias atuais, com a preservação do Estado Democrático de Direito.


O civismo, que foi a mola propulsora da Revolução de 32, no meu modo de ver, não se faz presente hoje em dia. É chegada a hora de repensar tudo isso, afinal de contas estamos todos “no mesmo barco” e amamos nossa Terra.


Finalmente, quero manifestar, publicamente, meu orgulho de ser Brasileiro, mas, sobretudo, de ser Paulista! Que esta singela peça de arquitetura se preste a homenagear os combatentes de 32 e os Maçons que lutaram, articularam e apoiaram a insurgência, cujos reflexos benéficos se projetaram e se projetarão no tempo.


Autor:  Ir.’. Denilson Forato – M.’.I.’.

Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/244-a-revolucao-constitucionalista-de-32-e-a-maconaria-paulista.html