quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Iniciação - Autor Artur da Costa Sanfins - AM


           

É uma honra e um privilégio poder esta aqui com vocês apresentando meu primeiro trabalho na maçonaria.
Hoje vou falar sobre Iniciação, a minha iniciação, meu “batismo maçônico”.
Este assunto se tornou muito importante porque o mundo vive uma revolução tecnológica mas nossos princípios estão em queda. Corrupção, egoísmo, individualismo,  vaidade , nos esquecemos que estamos no mesmo planeta, no mesmo barco, que somos todos um, que juntos fazemos melhor.

 A Maçonaria durante todos estes séculos passados tem honrado este planeta através de diversos pilares sendo a  fraternidade um deles, e isto deve continuar.
A apenas alguns dias participei deste iniciação, um evento marcante para min.
Minha história começa a muitos anos atrás, sempre me interessei por Egito, Sumérios, Essênios e outros que tiveram grande relevância na história. Seus conhecimentos contribuíram como o berço de muitas ciências.

Ao longo dos anos fui pesquisando e aprendendo, seja astrologia, astronomia, matemática, arquitetura,  as quais sempre me despertaram interesse, seja pela simbologia, seja pela tecnologia que há muitos milênios foram utilizados por estas civilizações. Muitos conhecimentos que dos quais os cientistas atuais ainda não entendem.
Quando fazia reforço para alunos em história  sempre fiz questão de conta-la mostrando a origem dos acontecimentos, envolvimentos e consequências do que havia sido feito, não simplesmente como um fato isolado. Desta maneira era rapidamente absorvido e entendido por eles.

Em 2004 surgiu nas telas dos cinemas o filme “A Lenda do Tesouro Perdido” com Nicolas Cage, que me deixou literalmente alucinado pela história que citava, envolvente, cheia de ligações com inúmeros eventos da história, claro que com toques de cinema e que devem ser vistos prudentemente devido a liberdade literária.

Desde então minha mente procura algo mais, e quando se busca algo, passamos a filtrar informações sobre o assunto, e eu cada vez mais via símbolos, procurava o porque.
Em visita a França pela primeira vez, me expus ao lema  Liberté, Egalité, Fraternité (Liberdade, igualdade, fraternidade, em português) , o resultado de uma batalha contra a vaidade, injustiça. Iluministas em busca de novas maneiras de pensar e agir, entre outras causas. Mais símbolos, mais pilares que já faziam parte de mim, nada por acaso ...
Passado algum tempo conheci o agora irmão Denilson Forato, só colocou mais lenha na fogueira, com seu amplo conhecimento de história, imaginem como fiquei...
Vários anos se passaram, nossa amizade prosperou, nossas conversas corriam de forma fácil, fluída, cheia de novidades que agora eu bebia feito um sedento no deserto, era e é bom conversar com ele.

Um belo dia conversamos sobre a maçonaria, vi o quanto era próximo ao que eu procurava, tempos depois veio o convite para  me juntar...
 

Reflito que foi trabalhoso passar por diversas conversar com outros irmãos, perguntas e mais perguntas, respostas e mais respostas, documentos e mais documentos. Então veio o dia em que me avisou da data da iniciação.
Compartilho que este momento foi muito especial, não sabia como encarar o fato, digo que devido a alguns acontecimentos anteriores ao contato com o Denilson, fiquei apreensivo, seria uma realidade ? 

Mas o dia chegou, agora era real.

Imaginem então o que se passou comigo quando vim para esta iniciação,  eu que já havia lido muitos livros sobre simbologias, astrologia, Egito, Sumérios, Essênios,  outros filmes como “StarGate”, tudo passava numa fração de tempo.
Uma honrada ordem onde a liberdade, fraternidade, igualdade são os pilares, exemplos históricos de tantos personagens ilustres, onde os valores humanos e a irmandade é o anseio normal. Parecia um sonho.

Embora receoso com tudo isto, a amizade e a postura do Denilson pesavam  no lado da confiança  e confiei, então começou a iniciação.
A ida ao lugar de nosso ultimo repouso aqui na terra, as simbologias, palavras cifradas, tudo era especial, vendado, passei por muitas sensações.

Fui despojado de meus objetos, carteira, dinheiro,  e celular. Me senti pelado.
Colocado em um local que havia barulho de ferramentas, simulação dos primórdios de trabalhos nas obras, cheio de barulhos que me lembravam os lugares onde pedreiros e serventes trabalham, ruídos de ferramentas como pá de pedreiro, enxadas, cinzéis e outros eram  reconhecidos, o quanto tempo que fiquei aguardando não sei, serviu para reflexão de tudo que passara, vendado e na escuridão, passavam filmes e mais filmes em minha mente, talvez um pouco do personagem de Indiana Jones , descobridores dos novos mundos, mas muito mais profundo, isto era realidade e eu procurava absorver cada segundo, tentando encaixar o enredo em alguma linha de história...

Levado a uma câmara, cheia de símbolos, lugar de reflexão, pouca luz, água, fogo, ar, frases, elementos que nos levam ao mais profundo dos ensinamentos e ao mesmo tempo nos advertem, isto não é para qualquer um, isto é sério.
Um dos momentos que mais me deixou apreensivo foi quando precisei beber algo durante o ritual,  eu pensava... se nem em festa eu bebo algo que ficou longe de minhas mãos, imagine agora vendado, lembrei “confia” e confiei, e na sequencia outro liquido, gosto de fel, e mais rituais, fiz várias viagens simbólicas, lições aprendidas por eles durante estes muitos séculos que agora também aprendia.

Estive em uma sala, me desvendaram brevemente, se podia ver um caixão com uma pessoa dentro, cercado de pessoas encapuzadas, velas, cena pesada, um visível aviso aos curiosos, mais uma vez o alerta a seriedade de tudo aquilo.
Os rituais foram se encadiando...

Até que a luz foi permitida, depois de muita reflexão, como é bom ver novamente a luz. Neste momento fui apresentado aos que agora passei a chamar de irmãos. Me senti acolhido, renascido, feito criança, recebi um avental, símbolo de que o trabalho será constante, mas tenho certeza que compensará, passei a ser um aprendiz .
Passar por um rito destes, poucas pessoas já passaram, mas muitos deveriam passar, aprender o que muitos aprenderam no decorrer dos séculos e agora de forma simbólica aprendemos de forma menos cruel, sem os incômodos da sede, fome, sem as masmorras onde tantos pereceram.

Finalizando, convido todos a manter esta irmandade  propagando a liberdade , a igualdade, a fraternidade, o trabalho em prol do próximo, o desenvolvimento pessoal e da pátria.
Irmãos, vamos dominar o EGO, a Vaidade, temos muito o que fazer pela humanidade !
Muito obrigado !



Fonte: Dados próprios, artigos de Denilson Forato


Santo André 24 de agosto de 2016


TFA

Artur Da Costa Sanfins

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

"Onde está o segredo Maçônico?" --" Está dentro de você" -- Denilson Forato



  
A Iniciação tem como objeto conduzir o indivíduo até ao Conhecimento por meio de uma iluminação interior, projeção e apreensão no centro do Eu humano da luz transcendente. Constitui o verdadeiro "batismo maçônico". É o começo de uma vida nova. É através da iniciação que um indivíduo recebe os primeiros conhecimentos de uma sociedade secreta que se chama Maçonaria, ingressa na Ordem, transformando-se em Irmão e inicia a aprendizagem dos segredos da Maçonaria, saindo das "trevas" para a luz.

Esta alegoria encontra-se corporizada na venda colocada sobre os olhos do iniciando e que apenas é retirada, quando da sua aprovação, no final da cerimônia. À escuridão que se manteve sucede então o conhecimento da realidade envolvente - a loja ritualmente preparada e os Irmãos decorados conforme o grau.
Irmãos, embora ainda não conheça profundamente a Maçonaria, penso que a iniciação é a mais importante cerimônia maçônica e o ato mais relevante da vida de um maçom. A sua origem não é apenas simbólica, mas resultou da necessidade que as antigas sociedades sentiram de conservarem em rigoroso sigilo os seus mistérios e de propagar as suas doutrinas.

As iniciações Maçônicas vêm, ao longo dos anos, de acordo com a investigação que efetuei, sendo associadas aos chamados Antigos Mistérios. Os mistérios de Mitra, de Ceres, dos Essênios, têm sido colocados como pontos de partida para as iniciações Maçônicas.

A iniciação é um processo continuo que tem como finalidade proporcionar o desenvolvimento da qualidade de Maçon. Nenhum Irmão deve pensar que a partir do momento do cerimonial, passa de Neófito para Maçon. A iniciação não é um processo de revelação repentina. É o inicio de um caminho de aprendizagem através dos tempos no qual nos vamos tornar uns verdadeiros maçons.

A iniciação apenas nos oferece os instrumentos para o nosso aperfeiçoamento e transformação.
O método da iniciação é uma via essencialmente intuitiva. Esta é a razão porque a franco-maçonaria usa símbolos - um símbolo é uma imagem sensível utilizada para exprimir uma idéia oculta, mas analógica - que servem para provocar a iluminação através da aproximação analógica Esta linguagem tradicional, imemorial e universal permite estabelecer, através do tempo e do espaço, a relação adequada entre o sinal e as idéias.

A iluminação que os símbolos provocam permite, ao mesmo tempo, apreender os diferentes pontos de vista e unificá-los, revelando a unidade que os transcende e fazendo passar do conhecido ao desconhecido, do visível ao invisível, do finito ao infinito.

Por esta razão, é difícil traduzir os símbolos maçônicos em linguagem usual sem lhes falsear o sentido profundo e o valor.
Digamos apenas que tais símbolos são tirados quer da tradição religiosa, quer do hermetismo e da alquimia, constituindo uma transposição de uns e de outros para a forma e para o uso dos utensílios dos mações operativos. Além disso, eles não consistem somente em objetos, mas também em gestos, sinais, palavras, lendas e parábolas. A própria fórmula Grande Arquiteto do Universo é um símbolo que exprime a Força Criadora Suprema.

Os símbolos na Maçonaria podem dividir-se em três tipos:

Símbolos religiosos tradicionais:

O triângulo, o delta luminoso, os três pontos: o símbolo evoca, nas suas três formas, a idéia da divina Trindade;
O Templo de Salomão e os seus adornos;

Símbolos herméticos e alquímicos:

Os quatro elementos: terra, ar, água e fogo; 
Os três princípios da Grande Obra: enxofre, o sal e o mercúrio;
A fórmula V.I.T.R.I.O.L. - Visita o interior da terra e, retificando, descobrirás a pedra oculta.
 "Trata-se de um convite à investigação do Ego profundo, que não é senão a própria alma humana, no silêncio e na meditação" segundo Jules Boucher- A Simbólica Maçônica-Ed Pensamento

Utensílios maçônicos:

O compasso: medida na procura;
O esquadro: retidão na ação;
O maço: vontade na aplicação;
O fio de prumo: profundidade na observação;
O nível: atuação correta dos conhecimentos;
Avental: simboliza o trabalho constante.

 O segredo e o silêncio maçônico

 Nos tempos antigos, as Sociedades Iniciáticas possuíam os seus segredos e exigiam silêncio absoluto a todos os seus iniciados. 
A Maçonaria não foi diferente. Em tempos de Maçonaria Operativa, era absolutamente necessário que os processos técnicos que envolviam a arte de construir fossem protegidos. 
A Maçonaria Especulativa herdou estes famosos segredos que, outrora, serviram de base para as grandes perseguições sofridas.
Na sociedade atual, todas as pessoas têm acesso à informação, praticamente, não existe mais nenhum segredo na Maçonaria.Mas não se fala de Maçonaria em meio profano, nunca! 

Contudo, para o Mundo profano, continuamos a ter o nosso segredo. O segredo maçônico é, de fato, de ordem simbólica e iniciática e leva anos a se descobrir.
Para alguns autores, o segredo maçônico é um estado de iluminação interior, uma evolução que se alcança pela iniciação, que a linguagem humana não poderia traduzir e, portanto, trair, pois as palavras correspondem a conceitos, enquanto o pensamento iniciático transcende ao pensamento conceptual.

Desta forma, o segredo da Maçonaria só poderá ser apreendido depois de muito estudo,suor,decepções, lágrimas e reflexão.

De fato o segredo maçônico é incomunicável, pois reside essencialmente no simbolismo dos ritos, sinais, emblemas e palavras. E estes, embora possam ser conhecidos e divulgados, só são compreensíveis pelos iniciados.

"os verdadeiros segredos da Franco-Maçonaria são aqueles que não são ditos ao adepto e que ele tem de aprender a conhecer pouco a pouco, à medida que vai soletrando os símbolos". Assim, e de acordo com R. Guenon "o que é transmitido pela iniciação não é o próprio segredo, pois ele é incomunicável, mas a influência espiritual que tem os ritos por veículos".

O Segredo é aprendido com: Frequência em Loja, Assiduidade,Pontualidade, Comparecimento,Presença "viva", Participação, Trabalhos,  Elaboração de trabalhos, visitas em outras Lojas, Convívio entre os Irmãos, Dominação do EGO e da VAIDADE , Leitura e muito Estudo.

Denilson Forato - MI