Olhando para os
prédios novos em construção, pude
me lembrar que faz quase três anos que
ia durante os fins de semana dar aulas de história a um aluno. Hoje
vejo o lugar que antes era uma pista sem
movimento, tomada por grandes
prédios e coberto de andaimes
por todos os lados. Também vejo um grande perigo com os trabalhadores destes
prédios.
Vale ressaltar que aconteceu a pouco tempo um acidente envolvendo pedreiros
e serventes numa construção . Eles despencaram de um elevador
sobre andaimes e morreram
muitos deles sobre o edifício em construção. Mesmo eles morrendo
o edifício sobe aos poucos, palmo a palmo,
metro a metro. Eu tive a oportunidade de ver
uma construção desde sua base inicial.
Ultimamente, pensei
num detalhe: os andaimes de edifícios
sobem na medida em que o prédio se
eleva. Andaimes modernos, mesmo com todas as cautelas de segurança,
não estão livres do risco de
acidentes. Empilhar tijolos, embutir
janelas e aprumar paredes, a 50, ou 80 de altura, tem lá seus riscos e suas vertigens. São esses
valentes obreiros das grandes
altitudes, que ariscam suas vidas
para deixar o prédio
grande e luxuoso. O prédio
que vi surgir, desde sua fundação, está quase
pronto com 44 andares. E os andaimes estão desaparecendo, gradativamente.
Foram úteis
mas já estão sobrando agora. Cumpriram
sua tarefa. A parte externa do
edifício está sendo concluída. O
acabamento interno, no qual os operários trabalham sem reclamarem da falta de segurança dos andaimes
Analisando andaime e construções,
pude fazer uma comparação: o
prédio seria como o G.’.A.’.D.’.U.’., e
os andaimes como nós. G.’.A.’.D.’.U.’. é o
prédio com base firme na rocha sem
abalar. Ele é a construção
já que fica por dentro e nós os andaimes, que ficamos por fora,
ao terminar a obra. Nossa
vida é uma vida de andaime, sobre e desce, mudando de um lugar para o
outro.
Sem saber ao certo quanto tempo vamos permanecer na obra.
Denilson Forato M.I.
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