segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Um breve estudo sobre o Rito Moderno


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RITO MODERNO OU FRANCÊS

A MISSÃO

                        Para que possamos abordar sobre o Rito Moderno, e melhor entendermos, compreender o entendimento de sua prática, temos que considerar sobre a Sociedade iniciática que nos une: a MAÇONARIA, diversos autores definem de várias formas, mas, o GRANDE ORIENTE DO BRASIL, seguindo a linha do pensamento que é adotado pelo Grande Oriente de França, define, assim:


“A Maçonaria é uma Instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria. Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento do dever da prática desinteressada da beneficência  e da constante investigação da verdade. Seus fins superiores são LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.

                        Portanto, no Rito Moderno, estuda-se que o Maçom, fiel ao espírito da própria Instituição, tem uma tríplice caminhada a percorrer, passando por três estados: O Místico, o Metafísico e o Científico, uma vez que nós, os Maçons, estamos ligados ao próprio destino da Humanidade.



HISTÓRICO

                        Foi no século 18 que a Maçonaria tornara-se Universal, expandido-se pela Inglaterra e Escócia.
                        A Maçonaria Especulativa introduzida na França pelos Ingleses  por volta de 1725. Em 1726 instalava-se em Paris uma Loja vinda da Escócia, com o nome de São Tomás. Em 1732 fundava-se a Loja Inglesa nº 204, em Bordéus, subordinada à Grande Loja de Londres. A Grande Loja de França, já estabelecida em 1766, se reorganiza a partir de 1771 para formar em 22 de outubro de 1772 o Grande Oriente de França.
                        O Rito Francês ou Moderno foi criado em Paris no ano de 1761, constituído aos 24 de dezembro de 1772 e, finalmente, proclamado aos 09 de marco de l773, pelo Grande Oriente de França, sendo Grão Mestre Louís Philippe Joseph, O Duque de Chartres, depois Duque de Orléans,  instalado solenemente aos 22 de outubro de 1773. No  entanto, o Grande Colégio dos Ritos, do Grande Oriente de França, estabelece a criação do Rito Francês somente em 1786, reconhecendo também todos os Ritos autenticamente maçônicos (O Rito Francês com Sete Graus e o Rito Escocês Retificado, criado no Grande Oriente em 1776 e 1781, e o Rito Escocês Antigo e Aceito, com 33 Graus, unido ao Grande Oriente em 1804).
                        Em seu nascimento, o rito Moderno abrangia, apenas, os três primeiros graus simbólicos, básicos e essenciais da Maçonaria e adotava as primeiras Constituições de Anderson de l723.  Numa época havia grande paixão pelos altos graus, surgindo a cada momento novos graus e novos ritos e que serviam como atrações para os novos iniciados, numa flagrante indisciplina. Em virtude da pressão de irmãos.


                        Em 1774, o Grande Oriente de França se  viu  compelido a procurar uma fórmula para harmonizar as diferentes doutrinas que vicejavam  desordenadamente  num  emaranhado  proliferar  de  altos  graus,  por  influência da Cavalaria, da nobreza e de misticismos, o que dava origem à exploração da vaidade, inerente àqueles que procuravam a Ordem Maçônica com a única intenção de satisfazer o seu ego, desfigurando assim a Ordem.
                        Assim, o Grande Oriente de França nomeou uma comissão composta de maçons esclarecidos e de elevada cultura (entre eles Bacon de la Chevalerie, Conde de Stroganoff e do barão de Toussainct)  para estudar todos os  sistemas   existentes   e  elaborar  um  rito  composto  do  menor  número  possível de graus  e  que  contivesse  os  ensinamentos  maçônicos.
                        Após três anos de estudos, a comissão chegou à conclusão de que o novo rito não deveria adotar nenhum dos altos graus, que seriam, então abolidos; considerando que isso iria trazer enormes problemas, podendo provocar movimentos cismáticos, tendo em vista o grande número de pessoas condecoradas com esses altos graus na maçonaria européia, a comissão, para evitar isso, renunciou da empresa, mas recomendou  manter  apenas os três graus iniciais. O Grande Oriente da França acatou as conclusões da comissão e, partindo dessa decisão, expediu circular a todas as lojas da obediência, aos 03 de Agosto de l777, afirmando que só seriam reconhecidos  os três primeiros graus simbólicos, o que causou uma grande reação  de alguns  irmãos, visto que, o Rito de Perfeição ou de Heredon criado por Pirlet, em 1758, já contava com 25 graus. Cabe, aqui, um esclarecimento importante: na mesma época, o Grande Oriente da França criou a palavra semestral, como sinal de regularidade para todos os maçons, sendo imitado por todas as potências maçônicas, mesmo por aquelas que combatiam os Grandes Orientes.
                        Em  razão disso, em 1782, criou  uma  nova  comissão especial, com o nome  de Câmara dos Ritos, encarregada da formação do rito, que deveria conter a parte essencial dos altos graus. Essa comissão, depois de mais de quatro anos de estudo e cujas conclusões foram acolhidas, surgindo então em l786, nascia o Rito Francês ou Moderno contendo 7 graus.
NO BRASIL
                        A Maçonaria se introduziu no Brasil quando este era Província da Monarquia Portuguesa. Remonta a cerca de 1730 a fundação em Portugal das primeiras Lojas sob influência da França e Inglaterra.
                        Portanto, a Maçonaria do Brasil desde o século XVIII está ligada à de Portugal. Enquanto a sede da Monarquia Portuguesa foi em Lisboa, a Maçonaria sentia ser mais fácil os movimentos revolucionários no Brasil, daí as Inconfidências, Mineira (1789) e Baiana (1799).
                        Nos primeiros anos do século XIX, as lojas Maçônicas espalharam-se consideravelmente nas províncias de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. Umas sob os auspícios do Grande Oriente Lusitano, outras sob o de França.
                        No Brasil a primeira Loja do Rito Moderno, foi fundada sob o título de “Loja Reunião”, com irmãos vindos da França, com a obediência ao Grande Oriente da França, no ano de 1800, E em 1802, em Salvador foi instalada a Loja “Virtude e Razão”, portanto 22 anos antes da fundação do Grande Oriente do Brasil em 17 de Junho de 1822, e fechado por D.Pedro I, Príncipe Regente, sendo restaurado em 1832 por José Bonifácio de Andrada e Silva. Desde então o Grande Oriente do Brasil, adotou o Rito Francês e a Constituição do Grande Oriente da França de 1826, adaptada por Gonçalves Ledo e promulgada em 24 de outubro de 1832, passou a trabalhar sob os auspícios do Rito Moderno, nos trabalhos dos seus Corpos legislativo e Administrativo até hoje, embora muitos Maçons ignorem.


OS GRAUS 
  • Graus simbólicos:
1º.  Grau - Aprendiz             
2º.  Grau - Companheiro  
3º.  Grau - Mestre

            Para o Rito Moderno, os três graus simbólicos, representam as três grandes etapas da evolução do pensamento humano: Intuição, análise e síntese.
  • aprendiz, pela sua inexperiência maçônica, que lhe dá situação de recém-nascido, perante a Luz, só pode trabalhar através do processo intuitivo, ou do pressentimento;
  • Companheiro pode trabalhar de acordo com um processo analítico, já que a análise é o processo lógico que vai do composto ao simples, é o estudo de cada uma das partes de um todo;
  • O mestre, por seu turno, que é o homem integral, na última etapa evolutiva do pensamento humano, faz a síntese, juntando tudo o que está disperso, para concretizar a obra final. O mestre Maçom é o homem na plenitude de sua racionalidade e de seu espírito crítico, consubstanciando o ideal maçônico de desbastação da pedra bruta, já que a transformação desta em pedra polida, ou cúbica, significa o próprio aperfeiçoamento moral e mental do maçom.
  • Graus filosóficos:
4º.   Grau - Eleito
5º.   Grau - Eleito Escocês
6º.   Grau - Cavaleiro do Oriente ou da Espada
7º.   Grau - Cavaleiro Rosa-Cruz.


            Os quatro graus, chamados filosóficos, que substituíram e sintetizaram o emaranhado de graus de outros sistemas (Rito de Misraim que chega a ter 90 graus e o Rito de Mênfis – 96 graus), seguem a linha dos chamados graus históricos, ou seja, aqueles que mostram a história hebraica após a construção do primeiro Templo de Jerusalém, erigido por ordem de Salomão, indo até o advento do cristianismo, sob a dominação romana na pátria judaica.


            E em 28 de Maio de 1999, da E \V\, em sessão nº 1333, e promulgada, em sua redação final, aos 03 de Setembro de 1999, da E\V\, em Sessão nº 1334, o SUPREMO CONSELHO DO RITO MODERNO, aprovou a Constituição do Supremo Conselho do Rito Moderno, em seu Art. 1º, parágrafo único à criação de mais 2 graus, que são:
8º. Grau – Cavaleiro da Águia Branca e Preta ou Cavaleiro Kadosh Filosófico, Inspetor do Rito
9º. Grau – Cavaleiro da Sapiência, Grande Inspetor do Rito. 

            (Já, Em l785, foram editados rituais oficiais para os três graus simbólicos,  resultado  da  uniformização  e  da  codificação  das  práticas das Lojas Francesas  nos  anos  anteriores.  Com o Regulador de 1801, todos  os  graus do Rito Moderno  passaram  a ter   o  seu  ritual. Houve  um  período,  em Portugal,  no  qual  o  Rito  Moderno  chegou  a  funcionar  com
um grau 8 (Kadosh Perfeito Iniciado) e até um grau 9 (Grande Inspetor).

CORRESPONDÊNCIA DE GRAUS


            É evidente que não existe equivalência absoluta entre os Graus filosóficos dos diversos Ritos, mas para fins de reconhecimento o Rito Moderno admite em principio, a seguinte correspondência entre os diversos Ritos adotados pelo Grande Oriente do Brasil, conforme o Art. 110 do Regimento Interno do Supremo Conselho do Rito Moderno:
 
MODERNO
ADONHIRAMITA
BRASILEIRO
R.E.A.A
YORK
Grau 4
7
9
9
Mestre de Marca
Grau 5
14
14
14
Past Máster
Grau 6
15
15
15
Mui Excelente Mestre
Grau 7
18
18
18
Maçom do Real Arco
Grau 8
30
30
30
Cavaleiros de Malta
Grau 9
33
33
33
Cavaleiros Templários

OBJETIVOS, FINALIDADE,  FILOSOFIA e DOUTRINA

            Em nossa Ordem todos os Ritos atendem ao sentimento filosófico de cada membro, de acordo com a formação cultural de cada irmão e na formação dos diferentes Ritos. Nos ensinaram que o Rito em maçonaria, é um conjunto de regras ou preceitos, com os quais se praticam as cerimônias e tem sua autoridade regulada e sua hierarquia própria e com independência. Dentro dessa visão, encontra-se o Rito Moderno praticado dentro das diretrizes que lhe foram traçados, uma vez que há de dirigir seus passos em direção ao campo científico na formação do homem, não existindo em seus membros a preocupação de se obter altos graus, nem tampouco a ostentação de títulos e condecorações, fazemos nosso trabalho silencioso, humilde, porém produtivo.  
                         
                        O Rito Moderno, que é fruto da Maçonaria Francesa, entende que o maçom deve ter a faculdade de pensar livremente, de trabalhar para o bem-estar social e econômico do cidadão, de defender  os direitos do homem e uma melhor distribuição de rendas.  Essa tendência filosófica humanista é que parece contrapor-se aos aspectos de religião cultural.

                            O Rito Moderno não considera a Maçonaria como uma Ordem Mística, embora seus três primeiros graus estejam impregnados da mística das civilizações antigas.  A busca da verdade, transitória e inefável, realiza-se pelo aprendiz na intuição, pelo companheiro na análise e pelo mestre na síntese, num processo evolutivo e racional.

                           Os padrões do pensamento da Maçonaria Francesa são racionais e  científicos, e  se prendem à época moderna, ao Humanismo, neste padrão, o RIO MODERNO é progressista, na medida que se propõe o progresso pensado, articulado e lógico, mas sobretudo humano. E é ao mesmo tempo e não paradoxalmente, respeitador e estudioso das indispensáveis tradições, visto que observa constantemente e fielmente as Constituições Andersonianas de 1723, que é caracterizada pela liberdade de pensamento, assim, o Rito Moderno trata dos assuntos maçônicos de forma ampla, cientifica e global, e tem sua área de interesse com abrangência.

                        A síntese dos debates da Assembléia, em l876, que levaram à resolução de l877, mostra bem, que: - “A franco maçonaria não é deísta, nem é atéia, nem sequer positivista. A instituição que afirma e pratica  a solidariedade humana, é  estranha  a  todo  dogma  e  a  todo  credo  religioso. Tem  por  princípio  único  o  respeito  absoluto  da  liberdade  de  pensamento  e  consciência.  Nenhum  homem  inteligente  e  honesto  poderá dizer,   seriamente,  que  o  Grande  Oriente  de  França  quis  banir  de  suas  lojas a crença em Deus e na imortalidade da alma quando, ao contrário, em nome da liberdade absoluta de consciência, declara, solenemente, respeitar as convicções, as doutrinas e as crenças de seus membros”.  Portanto, o Rito propõe uma promessa e não um juramento, pois é contrário à imposição de um padrão religioso teísta, respeitando a liberdade de consciência individual e às concepções metafísicas de foro íntimo, o rito não é deísta, nem teísta, nem positivista, ateu ou agnóstico, mas, adogmático, e de prudente neutralidade, deixando a cada membro suas próprias convicções. 

                        Muitos escritores Maçons – Certamente, por não terem entendido o verdadeiro sentido da reforma investem contra o Rito, pois o desconhecimento a respeito do Rito Moderno ou Francês é intenso. Uma das mais infantis acusações (?) ou afirmativas gratuitas que se faz sobre o Rito é ser ele agnóstico, espúrio, e acima de tudo ATEU. É lamentável que maçons, que deveriam conhecer um pouco de filosofia e teoria do conhecimento, façam confusão entre ateísmo e agnosticismo.

O Rito Moderno, por saber que a atitude filosófica da Maçonaria é a pesquisa constante da verdade, e por outro lado, ao ver que a verdade, para que seja considerada em todo o seu sentido, deve ser absoluta e infinita, abraça a corrente de pensamento que reconhece a impossibilidade do conhecimento do Absoluto pelo homem em sua finitude e relatividade, ou seja, o AGNOSTICISMO.

 Afirmando assim uma posição de humildade perante o Absoluto. O que deveria ser característica de todo Maçom.
  Acrescente-se mais que o Gnosticismo, como teoria da possibilidade de conhecimento (não confundir com os chamados "Gnósticos" do início da Era Cristã), afirma que é possível conhecer o absoluto.

  Meus irmãos, o Ateísmo, ao afirmar categoricamente a inexistência de Deus, pertence à corrente gnóstica, posto que, nessa assertiva, mostra ser possível conhecer o Absoluto, donde podemos concluir que o ateu jamais será agnóstico e o agnóstico não pode ser ateu, pois suas teorias da possibilidade do conhecimento se chocam frontalmente.

 Por outro lado, há religiões, como o Budismo, que, em sua origem, toma uma posição agnóstica, não se preocupando em explicar o Absoluto, reconhecendo a impossibilidade de definí-lo.

 Portanto, desta forma, o Rito Moderno acolhe em seu seio, sem nenhum constrangimento, irmãos das mais diversas profissões religiosas e filosóficas, posto que, mesmo sendo ele agnóstico, não impõe aos seus membros o agnosticismo, mas exige deles uma posição relativa quanto à possibilidade de que outros Irmãos, que abraçam outra filosofia, estejam certos, ora quem é dono da verdade não tem necessidade de pesquisá-la ou procurá-la.
             Outra afirmativa que se faz sobre o Rito Moderno é sua anti-religiosidade, o que não passa de outra confusão.

                   “O Rito Moderno mantém-se  tolerantemente  imparcial,  ou  melhor,  respeitosamente  neutro,  quanto  à exigência, para os seus adeptos, da crença específica em um Deus revelado, ou Ente Supremo, bem como da categórica aceitação existencial de uma vida futura; nunca por contestante ateísmo materialístico, mas unicamente, pelo respeito incondicional ao modo de pensar de cada  irmão, ou postulante.  Demonstra  apenas, a  evolução das crenças estimulando os seus seguidores ao uso da razão, para formar a  sua  própria opinião.  Procura ensinar que a  idéia de Deus resulta da consciência e que as exteriorizações do seu culto não passam de um sentimento íntimo, que se  pode traduzir das mais diversas maneiras.”

                       O Rito Moderno não admite a limitação do alcance da razão, pelo que desaprova o dogmatismo e imposições ideológicas e, por ser racionalista, e, portanto, adogmático, propugna pela busca da Verdade, ainda que provisória  e em constante mutação.

                        A filosofia do Rito se opõe a qualquer espécie de discriminação. A não admissão de mulheres dá-se em decorrência de tratados e não da natureza do Rito.

                        A doutrina do Rito Moderno, evidentemente, é, em sua maior parte, idêntica à doutrina maçônica comum a todos os ritos.





Seus princípios fundamentais:
            O Rito Moderno, coerente com seus princípios aceita como mais concernente a compilação de Findel, que é a seguinte:
  1. A obrigação de cada Maçom de professar a religião universal em que todos os homens de bem concordam. (praticamente transcrevendo as Constituições de Anderson, primeiro documento oficial da moderna Maçonaria)
  2. Não existem na Ordem diferenças de nascimento, raça, cor, nacionalidade, credo religioso ou político.
  3. Cada iniciado torna-se membro da Fraternidade Universal, com pleno direito de visitar outras Lojas.
  4. Para ser iniciado é necessário ser homem livre e de bons costumes, ter liberdade espiritual, cultura geral e ser maior de idade.
  5. A igualdade dos Maçons em Loja.
  6. A obrigatoriedade de solucionar todas as divergências entre os Maçons dentro da Fraternidade.
  7. Os mandamentos da concórdia, amor fraternal e tolerância; proibição de levar para a Ordem discussões sobre assuntos de religião e política.
  8. O sigilo sobre os assuntos ritualísticos e os conhecimentos havidos na iniciação.
  9. O direito de cada Maçom de colaborar na legislação maçônica, o direito de voto e o de ser representado no Alto Corpo.
              Como vemos, dificilmente poderemos fazer alguma ressalva a respeito desta relação, razão porque a aceitamos como a que mais se coaduna com aquilo que possamos efetivamente chamar de LANDMARQUE, embora também seja possível de crítica.

                   Princípios estes, comuns a todos os ritos, entretanto o Rito Moderno inscreve uma importante idéia doutrinária:
A Maçonaria reconhece a total liberdade de investigação da verdade, dentro do espírito crítico e do raciocínio científico; representa, também, a garantia das franquias religiosas, de acordo com o princípio de que as concepções de ordem metafísica são de foro íntimo, pertencendo, portanto, ao domínio da consciência individual.

É dessa forma, que o RITO MODERNO, respeitando a liberdade de crença de cada maçom, não preconiza invocações, preces e a imposição de um definido padrão religioso.





ALGUMAS PARTICULARIDADES DO RITO MODERNO.
DINÂMICA RITUALÍSTICA
 DISPOSIÇÃO DO TEMPLO
                        O templo tem quase as mesmas características dos demais ritos. A diferença inicia nas posições das Colunas simbólicas, triângulos, dignidades e oficiais (inverso do REAA).  Ao adentrar o Templo o irmão encontra à sua direita a Coluna Dórica, coluna de Força, a Coluna Simbólica com a letra “B” ao sul, comandada pelo 1º Vig\, que é composta dos 1º e 3º Expertos, Tesoureiro, Hospitaleiro, Mestre de Banq\, Mestres e Companheiros, enquanto, que a Coluna Coríntia, coluna da Beleza, a Coluna simbólica “J”, comandada pelo 2º Vig\, a qual é composta pelo 2º Exp\, Cobr\Interno, Mestre de Harmonia, Chanc\, Mestre de Cerim\, Arquiteto, Mestres e Aprendizes. No Oriente estará a coluna Jônica, Coluna da Sabedoria - o Ven\ Mestre, à sua direita encontra-se o Secretário, Secret\ Adj\ e o Porta Bandeira, e a sua esquerda, o Orador, Orad\ Adj\ e Port\ Estand\

                        No Rito Moderno não há obrigatoriedade de haver uma determinada ordem de entrada dos Irmãos no Templo. A única regra de entrada, quando existente uma ordem, é a entrada primeiro dos Aprendizes, depois dos Companheiros, e, sucessivamente Mestres, Mestres que ocupam cargos, e deverão se dirigir diretamente a seus lugares, sendo que os Irmãos de cargos mais altos na hierarquia serão sempre os últimos a entrarem, antes do Venerável. As Autoridades Maçônicas que dispensarem a formalidade no seu ingresso entrarão (as Estaduais antes das Federais) também antes do Venerável, exceto o Grão-Mestre Geral e seu Adjunto e o Grão-Mestre Estadual e seu Adjunto, quando na sua Jurisdição, que deverão entrar sempre com formalidade, conforme determina o Regulamento Geral e no protocolo de recepção de Autoridades.
TRATAMENTO
                        No Rito Moderno, é dispensado tratamento especial aos Aprendizes e companheiro. Em nossos templos por ocasião dos trabalhos, nossos Irmãos menores podem fazer uso da palavra. Entendemos que devem, para exercitar o dom da palavra e o aconselhamento é praticar exercícios da leitura, aprimorando o conhecimento e a pronuncia com trechos de boas obras, adquirindo assim a desinibição no preparo de trabalhos escritos e lançando-se depois ao improviso.


TRIÂNGULO DOS COMPROMISSOS


                        O Triângulo dos Compromissos no Rito Moderno é mera referência, posto que ele deve ser considerado parte, uma extensão da mesa do Venerável (Triângulo da Sabedoria), portanto jamais deverá ser colocado no Ocidente. Em caso das sessões de iniciação, elevação e exaltação, no momento da prestação do compromisso, para que os profanos, os Aprendizes e os Companheiros não subam ao Oriente, ele poderá ser trazido até a borda do Oriente.
                        O Altar dos juramentos foi suprimido do Rito Moderno, dentro da linha de respeito às crenças individuais, não obriga o maçom a jurar fidelidade a um padrão religioso, que pode não ser o seu.

                        No Rito Moderno, o maçom promete, e a sua promessa encerra tudo aquilo que as diversas religiões, apoiadas em sólidos princípios morais, também prometem: amor à humanidade, respeito as direitos individuais e coletivos, prática da moral e da virtude, socorro aos necessitados, luta pela Pátria e pela Liberdade. A espiritualidade intrínseca dessas promessas mostra, bem, que não existe o pretendido materialismo, de que os adversários do rito o acusam, tão injustamente.

                        As promessas dos maçons, no Rito Moderno, são feitas com o corpo erecto, não havendo as genuflexões, durante as cerimônias de iniciação e de exaltação, em que o candidato, ajoelhado, é “sagrado” pelo Venerável, numa reminiscência dos hábitos das antigas ordens de cavalaria, protegidas e estipendiadas pela Igreja.


LIVRO DA LEI


                         No Rito Moderno, o Livro da Lei (Bíblia; Corão; Tora, Etc) permanecerá fechado durante os trabalhos, sobre o Triângulo dos Compromissos, tendo em cima o Esquadro e o Compasso.
                        Não se pode confundir o Livro da Lei, regra da Moral Maçônica, com o Livro da Lei Sagrada de qualquer religião. Conforme determina os oitos pontos exigidos pela Grande Loja Unida da Inglaterra, o Livro da Lei Sagrada, que ela especifica como a Bíblia deve ficar à vista e no Rito Moderno, como no Rito Schröder, deve ficar fechada em cima da Mesa do Venerável.
                        Como Livro da Lei Maçônica determinamos o uso das Constituições de Anderson, edição de 1723, primeiro ordenamento da Maçonaria após a sua institucionalização em 1717, na falta dela pode-se usar a constituição da Obediência.


O USO DAS ESPADAS

                        No Rito Moderno, o Mestre de Cerimônias porta uma espada, ao contrário de outros ritos, onde ele deve conduzir um bastão, todavia, para preservar a pureza do simbolismo original do rito, todos os maçons, em loja, deveriam, sempre, usar uma espada embainhada, presa à cintura, pois ela representa a igualdade entre todos os obreiros de uma Oficina.
                        Para o Rito Moderno, a espada é, também, o símbolo do combate, que o homem deve sustentar, para defender a justiça e a verdade, pois o maçom, mais do que ninguém, deve batalhar, constantemente, contra a injustiça e contra a mentira, lutando, sempre, com armas leais, de que a espada é o tipo tradicional. Só os mestres maçons pegam em espadas.
                        O Venerável, não usa a Espada Flamígera, ondulada, de origem mística. Para a Sagração, deverá usar a Espada Maçônica (reta).

MALHETES

                        No início dos Trabalhos, por ocasião da verificação nas colunas, os Vigilantes devem sair de seus triângulos segurando o malhete, na altura do coração, formando ângulo reto com o braço e antebraço e percorrer as colunas. O Malhete é a ferramenta de trabalho do Venerável e dos Vigilantes, portanto devem sempre estar com o malhete nas mãos, na forma indicada, salvo em situações especificadas no Ritual.

FERRAMENTA DE TRABALHO

                        O Ir\ que porta Ferramenta de Trabalho não faz o sinal de Ordem, como o Venerável, os Vigilantes, o Mestre de Cerimônias e o Cobridor. No caso do Ir\ que conduz o Saco de Propostas e Informações ou o Tronco de Solidariedade, este deve fazer o sinal de ordem toda vez que estiver em pé e parado, pois o saco de Propostas e Informações e o Tronco de Solidariedade não são ferramentas de trabalho.

MEDITAÇÕES, CONCENTRAÇÕES OU SIMILARES
                        Esclareçamos que no Rito Moderno não existe, antes do início dos Trabalhos (quer dentro ou fora do Templo) qualquer tipo de meditação, concentração, prece, leitura de trechos filosóficos ou religiosos, ou algo parecido. Estas demonstrações terminam se transformando em pregação desta ou daquela religião, o que não se deve ocorrer em um Rito que é eqüidistante das religiões, como deve ser a autêntica Maçonaria.
SUBSTITUIÇÕES EM LOJA
                        Os aprendizes só podem ocupar cargos, (sem usar colar) que estejam na Coluna do Norte e que não subam ao Oriente ou se dirijam à coluna do Sul, e tampouco poder ocupar o cargo de Cobridor. Porém, podem eventualmente ocupar os cargos de Chanceler, 2º Experto e Mestre de Harmonia.  Enquanto que, os companheiros só podem ocupar cargos (sem usar o colar) que estejam na Coluna do Norte e do Sul, e tampouco devem ocupar o cargo de Cobridor, porém, podem eventualmente ocupar os cargos de Chanceler, 1º, 2º e 3º Expertos, Tesoureiro, Chanceler e Mestre de Harmonia.

POSIÇÃO DO COBRIDOR

                        A posição correta do Cobridor é na mesma linha do Venerável, ou seja, na linha central do Templo. Quando da entrada ou saída de irmãos, ou em situações que exijam outra posição, este poderá se deslocar com sua cadeira lateralmente para a esquerda, somente enquanto durar essa necessidade. O cobridor faz parte da coluna do Norte.

POSIÇÃO DO IR\ EM PÉ

                        No momento em que é conferido em loja se os presentes são maçons, todos devem estar voltados para o “triângulo com o olho quer tudo vê”, que fica na parede atrás e acima da cabeça do Venerável. O 2° Vig\ confere a coluna do Norte, o 1° Vig\ a coluna do Sul e o Venerável confirma os do Oriente. Quando o Venerável diz “também no Oriente”, finda a obrigação de continuar olhando para o “triângulo com o olho que tudo vê” e todos se voltam à posição normal, ou seja, olhando para frente.

POSIÇÃO AO FALAR

                        Ao se estar à Ordem, deve-se ficar normalmente em pé em relação à sua cadeira, não sendo necessário permanecer o tempo todo olhando para o Oriente. Também não é necessário virar o corpo interior, basta apenas girar a cabeça para onde se dirige a palavra.

MOVIMENTAÇÃO DO MESTRE DE CERIMÔNIA E HOSPITALEIRO
                        Deverão executar os dois triângulos sobrepostos inversamente, ou seja, Venerável, 1º Vigilante, 2º Vigilante (1º triângulo) e Orador, Secretário e Cobridor (2º triângulo). Somente depois de efetuados os referidos triângulos é que irá ao Oriente buscar as propostas dos Irmãos que estejam ali sentados, sejam quais forem seus cargos ou comendas. Somente o Grão Mestre presente é exceção, pois ele incorpora a cabeça da Loja, juntamente com o Venerável. Estes triângulos jamais deverão deixar de ser executados; havendo necessidade de maior celeridade, dado o grande número de Irmãos presentes, o Venerável determinará que um Irmão colabore captando as propostas dos Irmãos que estiverem sentados nas colunas. Durante seu trajeto levará a bolsa junto ao quadril esquerdo.


BATERIA         (00 – 0)

“Obs:- Quando no início e final dos trabalhos e o venerável diz “a mim meus irmãos, pelo sinal, pela bateria e pela aclamação”, se faz necessário fazer o sinal, descarrega-lo corretamente para depois iniciar a bateria”.
 
ACLAMAÇÃO
                        No Rito Moderno, atualmente, a aclamação que é feita estando em sinal de ordem, sem bateria alguma, e procede no início e no final dos trabalhos, após o sinal e a bateria do grau, é composta das palavras “LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE”, trilogia vulgarizada pela revolução Francesa. Todavia, nos rituais antigos, consignavam uma aclamação diferente, ou seja “Vivat, Vivat, et in aeternum vivat!”, acompanhada de três estalos feitos com polegar e o médio da mão direita, sendo, o primeiro, à altura do ombro esquerdo, o segundo, à altura do ombro direito e o terceiro sobre a cabeça (sinal este do Rito Adonhiramita), formando os três ângulos do triângulo eqüilátero, símbolo da sabedoria.

 TRATAMENTO NO INÍCIO DO USO DA PALAVRA

                        Com a intenção de uniformizar e como sempre foi de uso e costume nas Lojas do Rito Moderno, recomenda-se que o Irmão, quando usar a palavra no início de sua peroração (A parte final de um discurso; epílogo) diga: Venerável Mestre, demais Luzes(ou 1º e 2º Vigilantes), Autoridades e Dignidades com assento no Oriente (poderão ser nomeadas), meus Irmãos,..... Quando o Grão Mestre estiver presente, começará pelo seu nome.

ENTRADA EM LOJA

                        Antes da Sessão, estando todos à porta do Templo (Átrio), cabe ao Mestre de Cerimônias apenas dar os avisos de praxe: sobre o tipo de sessão; desligar os telefones celulares e, eventualmente, outros avisos rápidos e úteis.

LUZES

                        No triângulo do V\M\ devem estar as três luzes acesas e uma única luz acesa no triângulo de cada vigilante. Isso em todas as sessões do simbolismo, ou seja, nos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. Não deve haver luz acesa nos triângulos dos demais cargos, a não ser aquela indispensável à leitura, se for necessário.
A INICIAÇÃO  X  PROVAS FÍSICAS
                        A iniciação no Rito Moderno procura dar ao candidato o conhecimento dos primeiros e fundamentais princípios da ciência e filosofia maçônica, ignorando completamente as concepções esotéricas pertinentes à morte profana e o renascimento para a verdadeira vida espiritual. Parte do pressuposto de que a dramatização não se faz mais necessária para o homem racionalizado e adogmático. Suas provas são intelectuais e éticas, nunca físicas.
                        O profano que se inicia no Rito Moderno renasce para o plano mais elevado da razão, transformando-se num livre pensador e num crítico dialético do processo histórico do homem. Aprende a respeitar as etapas propiciatórias deste entendimento, como as provas físicas do passado cultural do homem, mas dispensa a teatralização para induzir o agnóstico no conhecimento dos princípios fundamentais da Maçonaria moderna.
                        O Rito Moderno entende que as provas físicas induzem o candidato a um clima de terror desnecessário. A Morte profana não deve ser temida; é mister que seja compreendida racionalmente. Mesmo quando da permanência na Câmara de Reflexão, os emblemas da morte e da exigüidade do tempo, não pretendem transmitir ao recipiendário um temor quando a morte ocorre, pois enquanto há vida, não existe morte.
                        Os Objetivos das provas do Rito Moderno pretendem transmitir ao candidato, paz, tranqüilidade e ausência de perturbações. Portanto, este objetivo só será alcançado com as provas intelectuais, jamais com as provas físicas dos ritos teístas.
                        Para nós do Rito Moderno que professamos o adogmatismo não cabe definir o valor das provas físicas dos demais ritos, apenas exercitar o nosso direito de valorizar o intelecto sobre o físico, numa proposta muito parecida com aquela que pretende o domínio do espírito sobre a matéria.
                        No Rito Moderno, o candidato não presta juramento ajoelhado, e sim um compromisso de pé com a mão sobre o compasso, visto que, sendo um homem livre e de bons costumes não necessita jurar para cumprir as Leis e ser aceito nos meios maçônicos. O candidato não tem nenhum constrangimento com provas emocionais e não é submetido à seminu dez, ao contrário, lhe é dado todas as condições para que tenha um preparo mental para discernir os princípios da Instituição.
                        O candidato, no seu primeiro interrogatório responderá sobre temas de ordem pessoal e entendimento da Maçonaria, tais como, se já leu e o que pensa sobre a Maçonaria? Quais as suas qualidades e defeitos e os procedimentos pessoais sobre, moral, trabalho, direito e deveres. Findo o 1º interrogatório, faz-se a primeira viagem que é acompanhada por dois oficiais (Experto), onde um deles diz: Meu filho vinde conosco - esta viagem simboliza a infância, a criança vem ao mundo nua, fraca, incapaz de prover por si só as suas necessidades, mas traz consigo o tríplice direito: Á CONSERVAÇÃO, À EDUCAÇÃO E À INSTRUÇÃO. O homem e a mulher que lhes deram a vida têm o dever de dar satisfação ao seu direito. Obriga-os também um para com o outro, pois é a aplicação primordial do princípio da solidariedade, é a base jurídica da família.  Os dois Maçons que o sustenta, representa os pais, pois junto significa a célula do agrupamento humano – a família. Durante a primeira viagem, deve ser executado em surdina (nenhum ruídos é feito), para que o recipiendário possa meditar sobre esta viagem.
                        O candidato, no seu segundo interrogatório responderá sobre temas de ordem familiar (Caráter e utilidade do casamento; Casamento entre pessoas de raças, nacionalidade e religiões diferentes; Paternidade extraconjugal; Igualdade da mulher na sociedade conjugal e fora dela; Planejamento familiar e aborto; Deveres dos pais em relação aos filhos), A 2ª viagem  o Experto toma o candidato pelas mãos e diz Meu discípulo, segui-me,  Esta viagem simboliza a juventude, pois é depois da primeira idade, que continua a educação, que é a mais essencialmente obra da família, é preciso que o adolescente receba os ensinamentos que devem torna-lo um homem útil e um bom cidadão. Durante a segunda viagem, será ouvido um contínuo tinir de espadas.
                        O candidato, no seu terceiro interrogatório responderá sobre temas de ordem social (Liderança e como exerce-la; Livre Pensamento; Patriotismo; Cidadania – direitos e deveres; Reação ou acomodação contra a injustiça; Direitos Naturais e direitos derivados da lei escrita; A Vida humana e a Pena de Morte; Guerra e Antagonismo entre as Nações; Governo democrático, absolutista e ditatorial), em seguida o Experto oferece o ombro e diz Meu amigo, apoiai-vos em mim, é feito a terceira viagem, que representa a idade madura, o candidato chega à plenitude de seu desenvolvimento, mesmo nesse período da vida, o homem necessita de auxílio e apoio, pois isolado, não poderia levar a termo nenhuma empresa importante. Durante a terceira viagem, deve ser executado em surdina (nenhum ruídos é feito), para não distrair o recipiendário de suas meditações sobre o sentido desta viagem.
 
CONCLUSÃO

                        Meus Irmãos solicito aos prezados ouvintes para que trabalhem por uma maçonaria forte, o mundo se evoluiu vertiginosamente e no século passado o avanço tecnológico chegou a ser aterradores, todas as organizações culturais buscando as reformulações de seus conceitos. No princípio do terceiro milênio, precisamos estar preparados e preparar nossos jovens obreiros para a perfeição, elevando-os aos seus próprios níveis, para que possam permitir que a obra maçônica seja eterna como a humanidade.


                        Em nome da LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE, todos os Irmãos do universo, devem cooperar na estabilização de uma maçonaria lúcida, evolutiva, progressista, incessante, incentivadora de que nós  olhemos com os mesmos olhos, que nos amemos com o mesmo coração; que nos conheçamos sempre melhor em nossas aspirações e nos compreendamos mais em nossas limitações; que ao construirmos a própria vida, não impeçamos o nosso semelhante de tranqüilamente viver a sua; que cada um de nós não fique alheio aos momentos de cansaço, dissabor ou desatino do outro e sinta real e intimamente a necessidade do próximo; e finalmente que a nossa fraternidade não seja delimitadas, más extensivas a todos os membros da grande família humana.


                        De tudo o que foi exposto, podemos tirar algumas conclusões importantes, entre elas a não supremacia de ritos, ou de um rito, pois todos eles são importantes para a estrutura e a essência do pensamento maçônico; pois não podemos achar que este ou aquele rito é melhor do que os demais, mas, sim, mostrar que, apesar de nos ser atacado por quem o desconhece, o
Rito Moderno é tão maçonicamente estruturado quanto os demais ritos e não há nenhuma incompatibilidade com a doutrina maçônica.  É um Rito totalmente, de acordo com o texto original da Constituição de Anderson, de 1723.


                        A Maçonaria moderna, respeitando a idéia individual de cada maçom, como fez o Grande Oriente da França, em 1877, que dizia “em nome da liberdade absoluta de consciência, declara, solenemente, respeitar as convicções, as doutrinas e as crenças de seus membros”. O nome, a imposição de um padrão, o dogma não importam, pois o sentimento é tudo.  Pois é essa liberdade de consciência no tocante às concepções espirituais e religiosas que é a maior característica da Maçonaria moderna. É a liberdade o princípio máximo da Instituição, pois ela nasceu com o início das lutas pela emancipação física e espiritual dos homens. A Liberdade total e absoluta, direito que deve ser exercido racionalmente e com responsabilidade, não admite a obediência passiva e rastejante, não permite o cerceamento da livre determinação política dos povos, abomina todas as tiranias como afrontosas ao espírito humano e prega a igualdade de direitos, sem privilégios de casta.

                        Muitas constituições maçônicas, urdidas sob a égide da antiga Maçonaria, proíbem, totalmente, ao maçom as discussões sobre assuntos políticos e religiosos. Ora, a Maçonaria é uma escola de civismo e de liberdade e cada maçom tem, não apenas o direito, mas, também, o dever de se interessar pelos grandes problemas das nações, pois das tendências políticas depende o bem estar e a estabilidade dos povos. Assim, as referidas proibições representam uma acintosa afronta à liberdade de consciência dos maçons.
                        A Maçonaria Moderna tem como princípio básico e fundamental de sua doutrina, na luta constante em defesa da Liberdade.
A posição de um grande maçom espanhol “Emílio Castelar”:

                “Sem Liberdade a arte é irreflexiva com o a natureza, é a imitação do passado, é vôo da ave prisioneira, que se ensangüenta nas grades de seu cárcere. Sem Liberdade, o lar doméstico, que o anjo da família deve guardar, está exposto às delações do espião e às violações do esbirro. Sem Liberdade, o pensamento, alma da ciência, cai no silêncio e morre! Sem Liberdade, toda a justiça é mentira, todo o castigo é infâmia, toda a religião é hipócrita. E é por isso que o anelo de todas artes, o segredo de todas as investigações cientifica, os desejos de todas as gerações se encaminham, infalivelmente, para romper as cadeias, sacudir as tiranias, conseguir, enfim, essa LIBERDADE, sem a qual é triste, odiosa e impossível a vida”.
           

O MAÇOM COMO AGENTE DE MUDANÇA

  “Eles (Os Maçons) difundirão as verdades que aprenderam, farão amar nossa Ordem pelo exemplo de suas qualidades, prepararão, através de uma ação incessante e fecunda, o advento de uma humanidade melhor e mais esclarecida”.
                        

BIBLIOGRAFIA

  • O Rito Francês ou Moderno – A Maçonaria do Terceiro Milênio – Supremo Conselho do Rito Moderno, 1ª Edição, 1994; Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda;
  • O Rito Moderno – Antonio Onias Neto (Grande Secretário Geral de Orientação Ritualística para o Rito Moderno do G\O\B\);
  • Palestra sobre o Rito Moderno – Antonio Nogueira da Silva Filho (Ex-Delegado do Rito Moderno para o Estado de Rondônia);
  • Manual de Dinâmica Ritualística do Rito Moderno  - 2000;
  • Ritual do 1º Grau – Aprendiz do Rito Moderno – 1998;
  • O Rito Moderno –  A Verdade Revelada; Frederico G. Costa & José Castellani – 1990,  Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda;
  • A Maçonaria Moderna – José Castellani – 1987;  Editora A Gazeta Maçônica;
  • Manual do Rito Moderno – Grau de Aprendiz – José Castellani & Frederico G. Costa – 1991; Editora A Gazeta Maçônica;
  • Fragmentos da Pedra Bruta – José Castellani, Volume 1;  1999; Editora Maçônica “A TROLHA” Ltda;
  • Uma Visão Global – Walter Pacheco Jr;  Madras Editora Ltda

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