terça-feira, 8 de dezembro de 2020
domingo, 29 de novembro de 2020
De profano a macom
DE PROFANO A MAÇOM*
1. *INTRODUÇÃO*
O Profano é definido, segundo o dicionário de Maçonaria, como sendo o termo usado pelos Antigos Mistérios para designar os estranhos, que na Maçonaria se qualificam como os não iniciados em seus mistérios.
Este mundo está dominado por aqueles que, dentre nós, são mais atuantes: não necessariamente mais consequentes, não necessariamente mais honestos nos seus desígnios.
Este mundo que nós conhecemos ou pensamos conhecer, no âmago da nossa pueril inteligência, tem muito pouco a ver com a nossa qualidade de Maçom. Existe-se para consumir e não para consumar. É triste, mas é verdade, aquilo que nos liga, na inércia do sistema de estarmos vivos, é a ânsia daquilo que nos separa.
Juntamo-nos, corporativamente, para encontrar abrigos para o que nos separa. Afirmamos a diferença mais do que a semelhança, a iniciação Maçônica é um ato libertador pois que graças ao trabalho em Loja nos leva aos confins do Universo
2. *ANTES*
Não se conhece uma pessoa completamente, mesmo que com ela tenhamos uma convivência plena. Cada ser humano tem seus valores próprios, seus sentimentos, ideais que fazem parte de sua personalidade; a vida é um eterno relacionamento entre pessoas, podendo ocorrer desordem e desavenças desequilibrando a balança da igualdade.
Está aí um dos grandes problemas da Maçonaria, a escolha do profano para ser iniciado na Ordem Maçônica, talvez este seja o diferencial para se ter uma Loja composta por Irmãos dignos de pertencerem a ela.
Terá o padrinho muito cuidado na escolha do profano evitando a escolha de pessoas que queiram se aproveitar da Maçonaria em benefício próprio, ambiciosos de poder, lembremos que a Maçonaria serve ao Maçom apenas pelo fato de permitir que o Irmão entre na Ordem.
Cabe ao padrinho do candidato, antes de formalizar o convite ao profano, obter informações com outros Irmãos sobre a vida social, afetiva e familiar do mesmo, para se ter plena convicção da índole do profano e certificar-se que o mesmo receberá a filosofia Maçônica e permitirá que a Maçonaria entre dentro de si.
Devemos acreditar que é melhor para a Maçonaria, melhor ainda para a humanidade, que tenhamos poucos Maçons com muitas qualidades e condutas dignas, do que muitos Maçons que não contribuem em nada para o aperfeiçoamento da humanidade.
Em nosso universo existem profanos que por sua conduta são verdadeiros Maçons, só não conhecem a filosofia Maçônica; outros não tão qualificados, mas com sede de conhecimento, bastando para isso que seja lhes dado a oportunidade e os ensinamentos do caminho do bem.
3. *DEPOIS*
A Maçonaria, por sua definição, é uma associação de homens livres e de bons costumes, que em Loja devem dedicar-se ao aperfeiçoamento moral e social através de estudos filosóficos. Assim, os que dela participam nunca deveriam esquecer os juramentos feitos durante a iniciação.
Irmãos, aqui entramos como P.’. B.’., na esperança que nossas arestas sejam aparadas para que um dia possamos chegar ao estado de P.’. P.’.; aspiração maior de todo homem que deseja sair do estado de ignorância e ver a Luz.
O Maçom é livre, de bons costumes e sensível ao bem; e que, pelos ensinamentos da Maçonaria, busca seu engrandecimento como ser humano atuante e culto, combatendo a ignorância. A ignorância é o vício que mais aproxima o homem do irracional.
Assim sendo, por ser Maçom, deve ele conduzir-se com absoluta isenção e a máxima honestidade de propósitos, coerente com os princípios maçônicos, para ser um obreiro útil a serviço de nossa ordem e da humanidade.
Não se aprende tudo de uma só vez. O saber é o acúmulo da experiência e dos conhecimentos que se tem acesso; mas a ação construtiva da Maçonaria deve ser exercida de forma permanente em todas as suas celebrações, trabalhos em Loja e no convívio social, através da difusão de conhecimentos que podem conduzir o homem à uma existência melhor pelos caminhos da Justiça e da Tolerância.
O Maçom deve ter e manter elevada Moral, tanto na vida privada como na social, impondo-se pelo respeito, procedimento impecável e realizando sempre o Bem. É pelo valor moral que podemos cumprir sempre nossos deveres como elementos da Sociedade Humana e, particularmente, como membros da Sociedade Maçônica.
O Maçom busca o Bem pelo cultivo das virtudes e pelo abandono dos vícios. Tenta polir constantemente a sua pedra bruta reforçando a sua virtuosidade e reprimindo conscientemente os seus defeitos.
Pela autodisciplina livremente imposta a si mesmo, torna-se também exemplo para seus pares, colaborando para o progresso moral daqueles que com ele interagem.
Cabe ao padrinho a tarefa de estimular e promover ao novo integrante da Ordem Maçônica, os meios necessários que capacitem o mesmo a sentir-se plenamente a vontade, de tal forma que seus valores e talentos aflorem, para contribuir cada vez mais para o auxílio a humanidade.
4. *CONCLUSÃO*
Temos consciência que a verdadeira Iniciação não é um processo fácil, nem igual para todos qualitativamente; pode durar uma vida inteira para se ascender ao mesmo patamar em que outros apenas necessitam de um pequeno instante. Pode mesmo nunca chegar a manifestar-se.
Meus Irmãos, de fato não somos todos iguais. Somos apenas iguais na condição de seres humanos, que ao baterem à porta do Templo, trouxeram dentro de seu coração a pretensão de ascender a algo superior, à realidade da qual vivemos apenas na sombra.
O desenvolvimento espiritual que se traduz na capacidade de sentirmos a voz interior, com uma intensidade e frequência cada vez maior é, e sempre foi, o que diferenciou os homens. Já alguém disse: “não há boas nem más pessoas, o que existe são pessoas mais ou menos conscientes, mais ou menos elevadas espiritualmente”.
A verdadeira humildade, mostra-se no respeito que devemos demonstrar por alguém que não se encontra na nossa linha de pensamento e põe em causa as verdades transmitidas -- as nossas verdades.
É esta a grande lição do Aprendiz: saber ouvir os outros como a si mesmo, quer a razão lhe assista ou não. Devemos agradecer sempre o tempo que os outros nos dispensam, independentemente se para nos dirigir um elogio ou uma reprimenda.
Denilson Forato-M.I.33
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
Dicas aos apr.
Dicas aos aprendizes:
1- Estude o Ritual de Aprendiz
2-Abra os olhos,ouvidos e feche a boca
3-Colha os bons exemplos e descarte os ruins
4-Observe tudo a sua volta, mas não teça críticas, sois ainda aprendiz
5-Macom só tem uma palavra, cuidado ao dize-la, se disser cumpra-se
6- Saiba que estamos em crise, de pessoas e de organização, então seja paciente e relevante.
7- Faça você, participe, vá a Loja, faça trabalhos, pois nem todos "usam nossos sapatos" e cada um sobe a escada de um jeito diferente.
8-Seja fiel a você e aos outros.
9-Olhe nos olhos
10- tenha postura reta, palavra mansa e atitudes com medida certa.
11-Estude o passado,o presente e o futuro, pois de gente ignóbil e idiota o mundo está cheio.
12-Converse com seu irmão sempre.
13-Visite seu irmão e família.
14-Respeite seu irmão, seu espaço,seu ponto de vista, seus gostos, sua família, mesmo que não goste de algumas coisas, a palavra mágica é respeito.
15-Sempre haverão 3 verdades, a sua, a do outro e a real verdade, busque-a.
16-Cave masmorras aos vícios, seja ele qual for.
17-Seja exemplo bom em casa, na sociedade e na maçonaria.
18- Quando se achar o sabe tudo, pegue seu avental, seu malho e seu cinzel e vá trabalhar na pedra bruta.
Se seguirem essas dicas, não terão problemas na Ordem e nem fora dela.
Ir Denilson Forato,M.I.
sábado, 12 de setembro de 2020
quinta-feira, 10 de setembro de 2020
Por que algumas cunhadas não gostam da Maçonaria?
Meu marido sai,
disciplinadamente, todas as noite de quintas-feiras – elegantes, em seus
ternos, gravatas e sapatos pretos. (Há muito tempo atrás, meu avô fazia esse
mesmo itinerário.) Vão encontrar outros homens. Vão estudar antigas doutrinas e
saberes. Vão discutir filosofia, política, arte e religião. É tudo o que sei,
pois, de seus ritos e antigos procedimentos não me dou conta – coisas de
homens: (Há mulheres que se opõem. Será que se fosse uma reunião de bebidas e
futebol estariam mais à vontade? Não sei…
Nossos homens se vestem bem e
saem, rotineiramente, para discutir o mundo e suas humanidades – e buscar jeito
de serem, ambos, melhores. Gosto disso.
Há milênios se reúnem assim. E escrevem sua participação na História: Revolução Francesa, Independência dos Estados Unidos da América, Independência do Brasil, Abolição da Escravatura, República… para falar de algumas. A Maçonaria tem estado presente – deixando rastros de luz. Tenho orgulho disso.
E ai? Gostaram do texto?
Espero
que sim, pois se acham que é desta forma que “muitas” cunhadas se comportam,
sinto te desapontar, mas é não!
Muitas tem raiva da Maçonaria,
raiva dos cunhados e total asco em falar do assunto ou deixar o marido falar ou
receber irmãos em casa para falar de maçonaria.
A pergunta é, por quê?
A resposta é simples, por nossa
culpa, por nossas brigas, seja entre irmãos na base ou no topo da pirâmide, e
que elas de uma maneira ou outra ficam sabendo. A culpa é nossa pelas
exposições em redes sociais, em copos d’água em lindos restaurantes, e que o
irmão não leva a cunhada nem no buteco para comer uma coxinha, exposição e
ostentação demais.
A culpa é nossa por ser uma Ordem
desmantelada e que não ajuda a família maçônica,
uma sociedade fraca e sem propósito, fantasma do que foi no passado, aqui e em
outros países. Hoje nem empregar irmão, cunhada ou sobrinhos conseguimos. Isto
guardada as devidas proporções, um aqui outro ali.
A culpa é nossa que não nos atentamos aos "sinais" que as cunhadas dão ao fazermos as sindicâncias. Ás vezes um sim pode dizer não.
A culpa é nossa, pois colocamos “lixo”
para dentro da Ordem, gente mal sindicada, que viram com o tempo verdadeiros canalhas que se revelam flertando com cunhadas e ou
sobrinhas, quando não, coisa pior.
A culpa é nossa que deixa os irmão encher a cara no copo d’água
e ir embora bêbado, dirigindo correndo o risco de matar ou morrer.
A culpa é nossa pela nossa desarmonia entre Lojas e Ritos.
A culpa é nossa dos irmãos fofoqueiros que falam de tudo e de todos.
A culpa é nossa pelo fanatismo de alguns.
A culpa é nossa de irmãos que ligam toda hora para perturbar.
A culpa é nossa de termos deixado o criame de pavões crescerem.
A culpa é nossa pelos escândalos que são propagados aos quatro cantos do mundo.
A questão é, que não devemos contaminar a Ordem com problemas de família mal resolvidos.
E também não contaminar a família com problemas da Ordem que não temos poder de resolver.
Então, vou parar por ai e deixo
para vocês pensarem, a causa de algumas cunhadas não gostarem de Maçonaria.
Denilson Forato, M.I. 33º
domingo, 6 de setembro de 2020
Maçonaria perseguida
Ao longo dos últimos 300 anos a maçonaria passou por perseguições de toda a ordem. Políticas, religiosas, culturais e étnicas. Assim, resolvi apresentar uma breve reflexão sobre a perseguição á maçonaria antes da II Guerra Mundial, e durante a mesma, sumarizando os tempos difíceis pela qual a maçonaria passou nos meados do século XX.
O rol de perseguições á nossa augusta ordem foi enorme e de toda a espécie. Durante as primeiras décadas do século XX essa perseguição atingiu uma particular violência um pouco por toda a Europa.
Começando no primeiro regime Fascista da Europa, na Hungria em 1919 com Bella Kun, e prosseguindo com o regime Fascista de Mussolini em 1923, esses tempos difíceis na maçonaria propagaram-se também a Portugal e a Espanha.
Por exemplo, mesmo aqui ao lado durante, e após, o termo da Guerra Civil Espanhola, o Generalíssimo Franco promulgou em 1940 a Lei de Repressão contra a Maçonaria e o Comunismo. Aliás, Franco atribuía frequentemente todos os males que padecia Espanha ao complot Judaico Maçónico, como se pode testemunhar ainda no seu último discurso feito em Madrid em 10 de Janeiro de 1975.
Das muitas perseguições que a maçonaria sofreu no último século, posso destacar a perseguição sobre o jugo nazi e as coincidências temporais pela qual a maçonaria foi também perseguida em Portugal.
Quando Hitler chegou ao poder em 1933, a sua política estava bem definida, pois já no seu livro “Minha Luta”, Hitler dizia que “a maçonaria sucumbiu aos judeus e converteu-se num excelente instrumento para combater pelos seus interesses […]”.
No entanto os esforços para eliminar a maçonaria não eram a sua primeira prioridade. Mas, e após o estabelecimento e fortalecimento das bases do regime nacional-socialista, a perseguição chegou às portas das lojas. Primeiramente, as lojas que defendiam a tolerância, a igualdade, e que de algum modo estavam ligadas aos sociais-democratas ou liberais, foram sujeitas a perseguições e eram pressionadas para abater colunas “voluntariamente”.
Nessa primeira fase, durante o ano de 1933 aquelas lojas mais conservadoras, e que estavam dispostas a acomodar-se ao regime, ainda puderam funcionar durante mais algum tempo.
No entanto, os nacionais socialistas desde bem cedo pretenderam excluir de cargos públicos todos aqueles mações que se recusavam a renunciar á maçonaria.
A situação mudaria radicalmente no início de 1934 quando Roland Freisler (Juiz Nazi e Ministro da Justiça do Terceiro Reich) criou o “Volksgerichtshof” (Tribunal do Povo), que não era nem mais nem menos que um tribunal político pelo qual os nacionais socialistas tentavam controlar a população através de penas desproporcionadas e brutais.
Roland Freisler decidiu em Janeiro de 1934 que os maçons que não deixassem as suas lojas até 30 de janeiro desse ano, não se poderiam filiar no Partido Nacional Socialista. Ainda no mesmo mês, Hermann Goering na altura ministro do Interior da Prússia emitiu um decreto ordenando que as lojas se dissolvessem “voluntariamente”, e exigindo que essas ações “voluntárias” lhe fossem submetidas para a sua aprovação.
Além disso, as lojas foram atacadas em toda a Alemanha por unidades locais da S.A., que destruíram os templos, e seus recheios. Isto tudo somado á crescente pressão, sobre os funcionários públicos suspeitos de pertencerem á maçonaria (Magistrados, Professores, Militares), levou a que fosse desferido um duro golpe na nossa Ordem.
Ainda em Maio de 1934, o Ministério da Defesa Alemão proibiu a maçonaria, a todo o seu pessoal militar, e civil. Os funcionários estavam proibidos de aderir ou pertencer a qualquer loja maçônica. Nesse Outono de 1934, depois de Himmler e Reinhard Heydrich tomarem as rédeas da Gestapo, a polícia Alemã fechou muitas lojas e confiscou os seus bens.
Entretanto em 28 de Outubro de 1934, o Ministro do Interior do Reich, Wilhelm Frick, emitiu um decreto em que considera as lojas como “hostis ao Estado”. Ao serem declaradas hostis ao Estado as lojas sujeitavam-se a ficar com os seus bens apreendidos.
Só por curiosidade, em Portugal o então deputado José Cabral, Diretor-Geral dos Serviços Prisionais, apresenta, em 19 de Janeiro de 1935, na Assembleia Nacional, o projeto de lei n.º 2, visando a extinção das associações secretas. O projeto adotava uma definição de associação secreta que tinha em vista atingir a maçonaria. Enfim coincidências…
Finalmente, em 17 de Agosto de 1935, citando a autoridade de “O Decreto do Fogo do Reichstag (Reichstagsbrandverordnung)*”, Frick ordenou que todas as Lojas restantes fossem dissolvidas e seus bens confiscados.
Também em Portugal em 27 de Março de 1935 a Câmara Corporativa emite um parecer favorável à aprovação do projeto de lei, nº 2 num extenso parecer subscrito por Domingos Fezas Vital, Afonso de Melo, e Gustavo Cordeiro Ramos. A 21 de Janeiro de 1937 foi emitida uma portaria (baseada na lei nº 1901), que dissolve o Grêmio Lusitano (Associação profana que suporta o Grande Oriente), e a lei nº 1950 que entrega todos os bens do Grêmio Lusitano á Legião Portuguesa.
Ainda em 1935 Reinhard Heydrich Chefe da Polícia de Segurança e do S.D.** dizia que os Maçons, os Judeus, e o Clero, eram os “inimigos mais implacáveis da raça alemã”. Afirmava convictamente que era necessário erradicar de todos os Alemães a “influência indireta do espírito judaico”, pois para ele essa influência, “era um resíduo infeccioso Judeu, Liberal e Maçônico, que contaminava acima de tudo o mundo acadêmico e intelectual”.
Heydrich criou uma secção especial do Serviço de Segurança SS, Secção II /111, para enfrentar e exterminar especificamente a Maçonaria. O S.D. estava muito interessado neste tema, pois acreditava, que a maçonaria exercia um poder político real, e que controlava a opinião pública através da Imprensa, o que significava que a maçonaria, estaria em condições de fomentar a subversão e a revolução.
Mais tarde a RSHA*** uma mistura de S.D. e de Policia de Segurança formada em 1939 assumiu a seção dedicada á investigação da maçonaria.
No entanto a seguir aos anos tempestuosos de 1934, a 1936 e com a Alemanha a preparar-se para a guerra nota-se em 1937 e 1938, um alívio sobre a maçonaria.
Hitler amnistia alguns membros que renunciaram á maçonaria em Abril de 1938, e foram decididas algumas reintegrações nos serviços do Estado caso a caso. Após a II Guerra Mundial começar em 1939, muitos ex-maçons que tinham sido obrigados a aposentarem-se regressaram ao serviço público, sendo levantada a proibição de ex-maçons servirem na Wehrmacht (Forças Armadas Alemães), inclusivamente como oficiais. No entanto o Partido Nacional Socialista continuou a proibir os ex-maçons a aderirem às suas fileiras embora tenham havido algumas excepções depois de 1938.
Após conquistarem a Europa em 1940, e nos países aonde estabeleceram um regime de ocupação, os Alemães dissolveram as organizações maçônicas e confiscaram os seus bens e documentos.
Assim, alguns dos parceiros Alemães do Eixo decretaram medidas policiais e de segregação desfavoráveis aos maçons. Um exemplo claro desta política é o decreto proferido em agosto de 1940, pelo regime Francês de Vichy. Esse decreto afirmava que os maçons eram inimigos do estado e permitiam a vigilância policial a todo e qualquer maçom. Isso levou a que as autoridades Francesas do Regime de Vichy criassem um arquivo onde estavam identificados todos os membros do Grande Oriente da França, uma das principais organizações Maçônicas francesas;
Quanto ao modo de atuar dos Alemães nas zonas ocupadas, era o seguinte:
Depois de fecharem uma Obediência apreendiam a lista de membros, bibliotecas, mobiliário e outros artefactos culturais. Os itens apreendidos eram enviados para a agência alemã apropriada, principalmente o S.D. e mais tarde, o RSHA.
Também, como parte de sua campanha de propaganda contra a maçonaria, os nazistas e outras organizações de direita locais, montaram exposições antimaçônicas em toda a Europa ocupada. Assim, um pouco por toda a Europa a Alemanha, montou várias exposições, como a de Paris em outubro de 1940, e a de Bruxelas em fevereiro de 1941. Exibindo rituais maçônicos e artefatos culturais roubados de lojas, essas exposições visavam ridicularizar e dirigir o ódio contra os maçons e aumentar os temores de uma Conspiração Judaico-Maçônica.
Além disso a propaganda Alemã durante e guerra, sempre acusou os judeus e os maçons de terem provocado a Segunda Guerra Mundial e serem responsáveis pelas políticas do presidente dos EUA Franklin Delano Roosevelt, que foi identificado como maçom.
Em 1942, Alfred Rosenberg**** foi autorizado por um decreto de Hitler a realizar uma “guerra intelectual” contra os judeus e os maçons. Assim, Hitler concedeu uma autorização a Rosenberg, de livre acesso a todos os arquivos e bibliotecas maçônicas, de modo a ter informação e conhecimentos suficientes para continuar “a luta intelectual e metódica”, que era necessária para vencer a guerra.
Aquando do fim da Segunda Guerra Mundial, foram capturados aos Alemães enormes quantidades de arquivos e bibliografia maçônica que tinham sido apreendidas pelas autoridades Alemãs. Esse material foi capturado pelos aliados e enviado quer para Moscovo (importante arquivo capturado na Silésia), quer para Washington e Londres.
Desde o fim da Guerra Fria, muitas coleções relacionadas com a maçonaria foram restituídas aos países de origem, enquanto outras continuam a ser mantidas em armazéns no estrangeiro.
Honestamente é difícil determinar quantos Irmãos morreram durante o regime nacional-socialista apenas por serem maçons, mas uma estimativa conservadora aponta que os números de maçons Alemães que foram executados ou morreram em campos de concentração foram cerca de 80 000. Já, em todos os países ocupados estima-se que tenham morrido há volta de 200 000 maçons.
Por incrível que pareça a II Guerra Mundial além de derrotar o nacional-socialismo veio dar um novo sopro de vida á maçonaria principalmente nos Estados Unidos como explica William J. Jones de Villa Grove, (quinquagésimo terceiro Grão-Mestre do Estado de Illinois, 2000-2003). Segundo ele, “Após o final da guerra muitos dos homens que combateram além-mar juntaram-se á maçonaria. Eu penso que os veteranos experimentaram uma grande comunhão de objetivos e princípios com os seus camaradas quando estavam no serviço além-mar. Na Guerra eles estavam juntos, com outros homens, e sentiam um parentesco próximo, uma verdadeira irmandade. Quando chegaram aos Estados Unidos, não encontraram esse mesmo sentimento de irmandade que sentiam quando estavam além-mar, e refletindo chegaram á conclusão que gostariam de se juntar a uma fraternidade, a uma organização masculina, para que pudessem ter uma comunhão semelhante ao que tinham tido quando estavam em serviço além-mar.”
As bases filosóficas do Rito Moderno
Nosso Rito pode, sem dúvida nenhuma, orgulhar-se de seu papel de vanguarda junto à plêiade de Ritos praticados pela Franco-Maçonaria mundial.
De fato, grande parte dos feitos heróicos encabeçados por maçons ou dos movimentos sociais nascidos em lojas maçônicas, tiveram grande envolvimento com o ideário preconizado por nosso rito.
O Rito Moderno, desde sua criação oficial no ano de 1761, sempre caracterizou-se por um pensamento progressista, uma filosofia coerente, uma lógica arrebatadora e, principalmente, pela defesa corajosa e pujante da Liberdade Absoluta de Consciência.
Caberia perguntar: onde o Rito Moderno abeberou-se para formar seu “arsenal explosivo” de idéias?
A resposta para essa pergunta, nos faz retornar ao século XVII, época do genial Francis Bacon, chamado com justiça de pai do enciclopedismo moderno.
Bacon, além de estadista, foi o primeiro exemplo notável da tendência empirista do pensamento inglês e, ainda mais significativamente, foi o profeta e protetor da revolução científica nascente.
Bacon foi o primeiro autor a tentar identificar os métodos adequados para uma ciência bem sucedida, uma vez que uma ciência cujas investigações se dão desorganizadamente e feitas por um excêntrico qualquer, não podem trazer resultados significativos.
Bacon assume em “New Atlantis” (1627) a tarefa de apelo e encorajamento à colaboração dos sábios, defendendo que é ao Estado que compete criar as instituições de investigação e ensino de que a ciência moderna necessita.
Para Bacon, a prosperidade e o bem estar da comunidade dependem dos esforços dirigidos para o progresso da pesquisa científica, uma idéia completamente nova para a época. Na obra supra-citada, Bacon defende a idéia que é melhor várias pessoas trabalhando em conjunto do que uma isoladamente, para a prática das ciências e o desenvolvimento da sociedade como um todo. A “Casa de Salomão”, instituição científica utópica descrita em seu “New Atlantis”, clama pela aplicação da ciência e a fundação de uma academia de cientistas. Notemos aí a semelhança da simbologia aplicada por Bacon e a simbologia maçônica. Nossas lojas devem estar baseadas no Templo de Salomão, mas não o da antigüidade obscurantista e crédula, e sim do preconizado por Bacon, centro de irradiação da luz, da razão e da ciência para o mundo.
A idéia baconiana de uma “república dos sábios” figurada pela simbólica “ilha de Bensalém, inspirará o movimento nascente de constituição das academias, através de Leibniz e Oldenburg (1615-1677), primeiro secretário da Royal Society e grande admirador de Bacon.
Muitos outros grandes vultos seguiram os passos de Bacon e a abertura da “via racional” para o progresso da humanidade deu a sólida estrutura para a formação filosófica do Rito Moderno. Vejamos brevemente alguns deles.
Pierre Bayle (1647 – 1706), filósofo francês, foi o precursor do ceticismo de Hume, refutou a doutrina de Spinoza a respeito da criação. A importância de Bayle se encontra na enorme influência que seus escritos tiveram, inclusive sobre os enciclopedistas que, sob muitos aspectos, o imitaram.
Bayle lançou a idéia de que nenhum dogma é solidamente fundamentado na razão, declarando a inutilidade completa das disputas teológicas em que se envolviam calvinistas, jansenistas, molinistas sobre a graça, o livre-arbítrio etc… Bayle, apesar de calvinista, defendia a tolerância religiosa e o respeito à consciência individual.
John Locke (1632-1704) foi filósofo, político e médico. Destacou-se tanto com sua filosofia política, quanto com sua teoria do conhecimento, estabelecendo os limites do inteligível aos humanos.
Locke, ao contrário de Descartes que considerava que o conhecimento, originava-se de um conjunto de idéias claras e distintas, inatas em nossa mente, considerava que a filosofia deveria ser erigida sobre a razão e sobre o senso comum e não sobre especulações metafísicas, uma vez que o conhecimento não pode ser adquirido antes da experiência, esta a fonte da razão.
Além disso, Locke advogava uma ampla tolerância religiosa e filosófica, dando à consciência o direito de revoltar-se contra qualquer sistema opressor e intolerante.
David Hume (1711-1777), filósofo escocês, nascido em Edimburgo, irmão maçom iniciado na “St.Mary’s Chapel Lodge” iniciou seus estudos na área jurídica mas logo apaixonou-se pela filosofia. Hume é um empirista radical, o naturalista mais influente e completo da filosofia moderna, além de uma figura essencial do iluminismo.
A ética de Hume vê o pensamento moral como a expressão de sentimentos que sofrem uma evolução devido à nossa necessidade de cooperação social. Assim, a moral não seria originada em uma “lei divina” mas sim na necessidade humana de conviver em sociedade.
Hume encara a ciência como a busca pela descoberta de princípios simples que nos permitiriam discernir a ordem em meio ao caos. Assim, para Hume os acontecimentos naturais são, em si mesmos, “irregulares e separados”, e a arte científica consiste em detectar os padrões em que se inserem.
Bernard de Mandeville (1670-1733), filósofo holandês, de expressão inglesa, também empirista, fundamentou a moral nas tendências do homem, e não sobre um raciocínio filosófico-metafísico. Também não fundamentou a sociedade, seu progresso ou declínio nos princípios gerais morais de valor absoluto, mas em fatores, experimentalmente detectados, dos interesses e similares.
Charles Louis de Secondat, barão de Montesquieu (1689-1755), nascido nobre, iniciado na Maçonaria no dia 12 de maio de 1730 na Horn Tavern Lodge, desenvolveu uma profunda admiração pela Revolução Inglesa de 1688 e pelos ideais constitucionalistas de tolerância e liberdade a ela associados. Sua obra prima “O Espírito das Leis” (1748) introduziu um traço positivista na discussão das leis das nações, que era até então terreno para vários tipos de deduções teológicas e racionalistas. Montesquieu atribui o sistema legal dos diferentes países a acasos externos, como a geografia e o comércio.
Foi o maior responsável pela teoria da tripartição dos poderes do Estado (Legislativo, Executivo e Judiciário) e o maior mestre em Direito Constitucional que a humanidade já viu.
Adam Smith (1723-1790), filósofo e economista escocês, membro da loja maçônica “St. Mary Chapel”, foi influenciado pelo empirismo moral de Hume, apoiando-se na experiência para estabelecer uma ética. Admitindo a liberdade, formulou os conceitos de liberalismo político e econômico. Defendia que o melhor meio de um Estado desenvolver a economia é deixá-la desenvolver-se livremente de acordo com suas leis naturais, com um mínimo de fiscalidade e interferência.
Jeremy Bentham (1748-1832), pensador, jurisconsulto e economista inglês, nascido em Londres. É considerado um dos últimos representantes da Escola Moralista Inglesa. Defendeu a moral utilitarista, em que a utilidade do indivíduo e da sociedade são o fundamento da norma moral. A utilidade dos objetos é definida pela sua capacidade de produzir prazer e de evitar a dor, ou o infortúnio. A sociedade ideal é a que permite a felicidade do indivíduo sem comprometer o bem estar coletivo. Suas idéias terão continuidade com James Mill e Stuart Mill.
John Tolland (1670-1722), filósofo e Teólogo, filólogo e político da Irlanda. Fez estudos filosóficos em Glasgow, Edimburgo, concluindo em Leiden, Holanda.
Seu livro mais famoso “Christianity not mysterious” (1696) foi mandado queimar pelo Parlamento Irlandês e colocado fora da lei na Inglaterra.
Tolland defendeu uma religião natural, sem sobrenaturalismo. Foi um dos mais representativos deístas e o primeiro a ser chamado “livre pensador”. Negou a autenticidade da revelação. Tolland foi, juntamente com Shaftesbury, um dos principais artífices da transição do deísmo para o agnosticismo.
Anthony Ashley Cooper, terceiro conde de Shaftesbury (1671-1713), filósofo inglês, teve a John Locke como preceptor.
Shaftesbury foi um dos principais representantes da moral do sentimento, foi sempre um otimista metafísico, mas assim como Bayle, se revelou cético frente às religiões sobrenaturalistas, limitando-se à religião racional de deísmo.
Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet(1694-1778), foi um filósofo empirista, deísta, liberal que cedo se tornou um livre pensador. Permaneceu três anos na Inglaterra e lá absorveu a filosofia empirista inglesa, que difundiu a seguir na França, onde até então predominavam várias formas de racionalismo cartesiano. É sua a frase que ainda soa atual: “para um só filósofo ainda há hoje cem fanáticos”
Meus irmãos, não querendo me estender em demasia, finalizo por aqui esse mostruário de celebridades intelectuais que deram contribuições essenciais ao nosso rito. Se houvesse tempo, teríamos que citar toda a nata intelectual da Revolução Francesa, todos os grandes cientistas desde Galileu, Copérnico, Giordano Bruno, Newton, Tycho até os atuais como Stephen Hawking, Feynman, Planck, Heinsenberg, entre tantos outros que ainda levam corajosamente o estandarte da ciência e da razão em um mundo, apesar de toda a evolução, ainda estranhamente assombrado pelos demônios do passado.
Nosso rito não precisa de mistificações para ser grandioso, não precisa de invencionices e enxertos para ser especial e não precisa de crendices para atestar sua mais pura essência maçônica. O mais maçônico entre os maçônicos.
Nosso rito só precisa de homens compenetrados de seus ideais, homens dispostos a muito mais do que a mera repetição mecânica de fórmulas rituais. Nosso rito precisa dos espíritos mais ousados. Os mais genuinamente maçons entre os maçons. (grifo meu)
Deus e o Rito Moderno
Sou filósofo de formação, detenho a Cruz da Ordem Filosófica e Cultural do Estado de S.Paulo, a mais alta honraria da cadeira, mas também sou sou um “filosofador”, termo que acabei de criar, significando, quem brinca com filosofia, ou filosofista, que significa, falso filósofo, tanto faz. Todo mundo tem o direito de filosofar, mesmo quem não se formou em Filosofia, como Aristóteles, Platão e outros.
Filosofar, é pensar. Refletir a própria vida, a do próximo, mesmo porque, nossas conclusões servirão de conselho a quem pudermos repassar nossas ideais.
E um dos temas mais recorrentes de nossos pensamentos, quando não são nossas obrigações cotidianas, é a nossa origem, nossa inspiração, e quem é o responsável por tudo o que acontece na vida, na natureza e o depositário de nossa esperança em um melhor porvir. Deus ou uma alternativa a essa ideia.
O ser humano tem, como característica, a necessidade de carecer de “muletas”, viver amparado em dogmas e mistérios que ele cria e depois não consegue decifrar racionalmente, apenas viaja nas fantasias que lhe dão sustentação psicológica e moral, Moral que é a regra de convivência estabelecida em determinada época e local.
A fonte dessa moral, muitas vezes, ao invés de ser o humanismo, a fraternidade humana, a solidariedade, a empatia, todas essas sentimentos humanos racionais, é calcada em princípios religiosos firmados por determinadas pessoas, dogmas, alguns, convenhamos, de boa natureza, emprestando as virtudes humanas já descritas, mas, na maioria das vezes, uma moral feita sob o anto do medo, do castigo, da repressão, do fogo do inferno, ou da fogueira propriamente dita.
Essa muleta, é o que o faz não cair a toda hora em conflitos de pensamento, mesmo porque, são poucos os seres humanos que tem a visão clara de que tudo o que é possível se fazer, depende de seu esforço e conhecimento, da Razão, da atitude.
A maioria, ignorante, espera que “alguém” lhe conceda esse favor, um milagre, uma dádiva. Conta ainda com o apoio e a profecia dos intermediários das divindades com um coletivo de pessoas que possuem a mesma “fé”. Esse é o homem medíocre.
Isso se chama religião, uma crença em uma série de dogmas criados por homens, que se dizem iluminados pela divindade, seja lá qual for o Deus, porque foi ungido para essa missão.
Não se menospreza também a religião aqui, mas o fanatismo, a obediência cega a esses dogmas, sem questionar, sem duvidar de fábulas apresentadas como verdade, incluindo a tese do criacionismo, quando temos a comprovação científica de como nosso cima solar e galáxias foram criadas. Em algum momento a ciência encontra limites, e ela se silencia, não arrisca. As crenças e religiões caminham após esses limites, mas sem bússola, dependendo da imaginação de cada um dos que se atrevem a transpor a linha de conhecimento científico.
Não, não há qualquer menosprezo por crenças individuais, há menosprezo pela ignorância. Admiro o ser humano que debate e argumenta as razões pelas quais crê ou deixa de crer em algum dogma, em algo abstrato, principalmente se é fruto do imaginário coletivo, porém, baseado em fatos, em experiências próprias, vividas e refletidas.
Todavia, rejeito a possibilidade de crenças vazias, sem fundamentos, frutos da imaginação de outrem apenas, do despudor moral em usar uma tese para transformá-la em instrumento de medo e chantagem emocional de pessoas sem estrutura intelectual suficiente para discernir o razoável e possível do imponderável.
A Maçonaria tem uma missão objetiva, despertar o homem para as virtudes incutidas no simbolismo, que é um método filosófico, usado para transmitir esse comportamento ideal a seu redor. O homem virtuoso deve ser exemplo e assim contagiar o mundo que o cerca, e são várias as formas de fazer esse trabalho importante, sendo o exemplo de postura e comportamento, o mais eficiente, ao lado das ações objetivas que se pode e deve praticar, em não sendo preguiçoso.
Só se transforma o mundo, aliás, por ações e por exemplos. Transformar o mundo, aqui, tem a conotação de progresso moral, de ajuste continuo da possibilidade de convivência harmoniosa entre a comunidade e os povos da orbe, o que sabemos, tem sido o grande problema da humanidade, bastando ver o quadro de guerras, violências urbanas e ações que agridem a vida humana principalmente, além da própria natureza, fonte de nossa vida.
Construir uma sociedade ideal, a cada dia, é o trabalho do pedreiro social, do maçom que tem noção de sua missão. Essa é uma premissa q não pode ser esquecida.
A pergunta que se segue, é: ele precisa crer em um Deus determinado por alguém, por um coletivo ou religião, para ser esse exemplo, esse construtor social? Cremos que não, ele precisa viver esse modelo que quer transmitir por seus atos e palavras. A crença metafísica sempre foi intima entre aqueles que pensam, que são livres pensadores, que são pesquisadores da verdade. Geralmente não se manifestam publicamente sobre ela.
Ele pode chegar à conclusão de que Deus, de Abraão, é o verdadeiro criador do universo, sem dúvida, mas não porque foi ensinado pelos pais e pela autoridade religiosa de plantão, um orientador, um intermediário desse dogma para multidões que não têm o direito de questionar, de duvidar ou participar da construção das lendas e fábulas criadas no sentido de criar e depois aplacar o medo do desconhecido, do futuro, do pós-morte. Ele pode se encontrar intimamente com essa tese.
Se o maçom tem noção de sua missão, de seu propósito, ele tem que refletir sobre o que lhe foi imposto e as demais possibilidades, inclusive da possibilidade de que o homem tem limites de conhecimento, de que caminha há pouco tempo em direção ao conhecimento científico, pois são apenas 2 mil anos de estudos, cheios de preconceitos e limitações em uma geração de mais de 100 mil anos, e, em um ambiente formado há bilhões de anos.
Isso não o afasta das possibilidades, mas deve afastá-lo do dogma, a verdade revelada que não admite contrariedades. Crer sim, mas admitir sempre a possibilidade de mudanças, ser aberto à possibilidade de que o outro também tem o direito de pensar diferente, e, com esta dúvida, acreditar que qualquer um pode ter razão, ou ninguém.
Essa é a chave, a Tolerância, tão decantada em Maçonaria mas que poucos a possuem, porque Tolerância é um ato de generosidade para começar, de bondade, de amor ao próximo, o que o ser humano, em grande parte, desconhece. Tolerar é aceitar a ideia, o pensamento do outro, não seus atos imorais ou antiéticos. Tolerar é respeitar a possibilidade de o outro ter a chance da razão, mesmo que eu não goste da ideia.
Sim, é muito difícil tolerar. Como é difícil ver um homem, ou uma mulher, aparentemente bem informados, cultos, se apegarem a dogmas de forma irracional e radical e o pior, não admitir outra possibilidade.
Na Maçonaria isso ocorre quando maçons, que entraram e aprenderam, por seus mestres, que a Maçonaria só é verdadeira se tiver a Bíblia aberta ou aposta em algum local da Loja. Uma verdade revelada, uma crença medieval, de quando era obrigado, pelas forças da ignorância e do despotismo, da tirania, a crer, ou a dizer que se acreditava, sob pena de queimar em uma fogueira ou morrer em masmorras esquecidas pelos crentes.
Com absoluta tristeza observamos os mesmos discípulos dos tiranos, dos déspotas, apontarem o dedo para maçons que entram na Ordem pelo Rito Moderno, por não “adorarem” o Deus de Abraão em Loja, mesmo sabendo que a maioria deles é de católicos ou cristãos de outras matrizes, ou Jeová dos judeus, ou Ala dos muçulmanos.
Ainda, com essa atitude, desprezam seguidores de outras correntes orientais, como hindus, budistas e outros que têm crenças diferenciadas, às vezes mais antigas do que as abraâmicas, e o pior, apontar o dedo para os que têm o direito de estarem em dúvida. Agora, a certeza da verdade é o pai da ignorância, já sabemos.
Deus é fruto da experiência de cada indivíduo, é uma relação intima de si mesmo com sua consciência, experiência que não pode ser ditada ou induzida por outros.
Quando isso ocorre, ou você desconhece a sua própria natureza, não pensa livremente e pouca diferença faz o que se dizem, apenas acredita e segue a manada, porque vc está alienado com esse pensamento, voltando sua atenção para sua sobrevivência, suas vaidades e necessidades cotidianas, ou você desiste de debater o assunto, apenas aceita uma ideia e cumpre um ritual social de dizer que crê, de frequentar poucas vezes, de aceitar as regras religiosas, só para não se incomodar. Piora tudo isso quando exige que os outros façam o mesmo para manter a tradição ou as aparências sociais.
O grande “crime” da intolerância reside em não admitir que o outro pense por si só, que pense diferente, que tenha outra concepção de Deus, ou até que não tenha nenhuma, o que pouca diferença faz, porque se é diferente da sua, simplesmente não há credibilidade na ideia desse próximo ou quando se força as pessoas próximas a seguirem seu pensamento.
Algo mais comum do que se possa imaginar, tanto na família, como ocorre na Maçonaria, onde maçons querem “obrigar” outros a terem como referência um livro religioso, sob pena de censura, de excomunhão ou afastamento, hoje chamado de cancelamento. Exatamente como as religiões agiam ou ainda agem em determinados locais, oprimindo e ofuscando a população, moral ou fisicamente.
Resta que, o rito Moderno é o espaço para aqueles que simplesmente não querem debater o ponto, não querem misturar crença, fé, misticismo, com a escola da Razão, da construção social, independente de nossas preferências.
Se é intima essa crença, ela é só minha, não do próximo, mesmo sendo irmão. Essa crença não precisa ser provada ou comprovada com genuflexões ou orações, com a presença de um livro de escrituras sagradas de determinadas religiões.
O que prova que eu sou um homem de bem são meus atos. Nem mesmo minhas palavras conseguem, muitas vezes, exprimir quem sou, mas sim o que faço ou deixo de fazer. E outra, quem é apto a me julgar? Basta eu dizer que creio no seu Deus e que me ajoelho diante da sua Bíblia para eu ser bom ou aceito na Ordem dos Pedreiros Livres? Ou a hipocrisia é a moeda válida nas hostes maçônicas?
Vejo autoridades (?) maçônicas chegarem ao absurdo de declarar que o espaço físico de uma Loja é sagrado, portanto maçons de potencias irregulares ou não reconhecidas, não podem pisá-lo (mas sim profanos, muitas vezes). Vendo o Ato No. 173 – da Grande Loja de São Paulo, de agosto de 2020, custa-me a acreditar no que leio, uma prova cabal do atraso da maioria dos maçons brasileiros no pleno exercício da “autoridade”, conferida por maçons não mais ilustrados que o próprio .
Atraso intelectual e moral. Confundir o espaço da Oficina, local de trabalho dos maçons, com o espaço sagrado das religiões, dizendo que ali é local de “adoração” ao GADU. Então, os outros maçons, de potencias irregulares ou não reconhecidas, uma regra humana e tirana, na maioria das vezes, política, sórdida até, pode se tornar a palavra de “deus” ao determinar que ali é solo sagrado. Ridículo, muito abaixo da linha da mediocridade.
Não. Não é dessa Maçonaria que precisamos no mundo. Não é com esses homens de pensamento bitolado e cheio de verdades reveladas que faremos alguma diferença. Eles são mais do mesmo.
Não saíram da área do profano. Apenas se revestiram de ouro e prata para serem meros contribuintes do clube, ou pastores, líderes de ovelhas prestes a serem tosquiadas. Eu prefiro ser o lobo nessa fábula. O lobo mata para viver, para se manter, não tem medo, tem coragem, tem responsabilidade com sua cria.
O Rito Moderno permanece, aqui no Brasil, pelo menos, na maioria das Lojas, imune à tentação de se juntar aos fanáticos e improdutivos homens que somam na massa ignorante, mas não lideram, não pensam, não buscam suas verdades. Graças à reforma de 1877 no GOdF abriu-se uma luz para homens que querem uma Maçonaria livre, um verdadeiro centro de união de todos os pensamentos, onde debatam e somem à humanidade. E ainda bem que mantivemos essa linha de pensamento racional no rito Moderno aqui no Brasil, onde há muitas possibilidades, e um país de muita criatividade, nem sempre úteis, mas diverso.
O nosso trato, Rito Moderno com Deus, é o seguinte, pedimos o direito de crer ou procurar essa crença em silencio, de não usá-lo como objeto de adoração ou preenchimento do tempo em que nada produzimos de útil para a sociedade. A Maçonaria cuida da inteligência, da filosofia de vida, do comportamento, da obra social, enquanto as religiões cuidam do espírito, dos mistérios e das crenças. Uma justa divisão de tarefas.
E deixamos as nossas religiões e crenças para nossos momentos de recolhimento, para a reflexão sobre as coisas espirituais. Nas Oficinas, estudamos a prática das virtudes que nos preparam para o trabalho de progresso intelectual e moral. Esse é o nosso pacto com Zeus, Yahweh, Jeová, Deus, Carvalho Sagrado, Alah, Caos, Shiva, Júpiter, Lúcifer, Tupã, Manitu, Odin, Inti, Quetzacoalt, Lilith, Quetzalcoatl ,Wotan, Flying Spaghetti Monster, Yav, Kami, Kali, Gamab, Tiamat, Temut, Nu Kua, Tehom, Krishna, Mawu, Guaraci, Olorum, Jah, Nzambi, Mawu, Odé, Ranginui, Shangdi, Ormuz, Thor, Atégina, Dagda, Rá, Adhinatha, Nhanderuvuçú ou GADU é trabalhar o desenvolvimento humano, deixando para as religiões e cada indivíduo encontrar o caminho da divindade. Essa é a nossa proposta de Maçonaria.
A morte iniciática do maçom.
Os maçons referem-se à iniciação como um segundo nascimento, como um renascimento após uma morte indispensável que qualificam de simbólica. Mas, o que significa “morte e renascimento”? É uma ideia poética que nada tem a ver com a realidade ou um ato concreto? O que deve morrer e renascer?
Um dia nascemos sem pedir a quem quer que seja. Nos alimentam com leite, depois comida cozida e finalmente com alimentos sólidos para que nosso corpo cresça e passe de bebê a criança e de criança a adulto. Ao mesmo tempo, tentamos, com sucesso variável, alimentarmo-nos intelectualmente enquanto juntamos inconscientemente eventos aleatórios, uma nutrição emocional. Em última análise, tornamo-nos o que somos: homens e mulheres imersos em uma sociedade onde cada um está lutando para não ser conduzido pelas ondas do nada.
Às vezes, percebemos que nossos desejos de mais poder, riqueza e prazer realmente não nos satisfazem e deixam um gosto amargo de ausência, de insatisfação, de descontentamento que nos leva a desejar mais e mais, na esperança, da próxima vez de ser saciados.
Mas nosso egoísmo, mesmo disfarçado de justiça ou ideal, nos empobrece em comportamentos irresponsáveis que renovamos para preencher a lacuna de nossos medos de desaparecer sem afirmar nosso ser ali. Com poucas exceções, ou em algumas raros momentos depois de um surto cheio de promissas, nós fenecemos antes mesmo de florescer.
Tudo o que existe sobre a Terra está condenado a desaparecer. A morte não é uma anomalia. A intrusão da morte do corpo na vida é uma etapa normal, natural e irremediável. Não se trata de um golpe divino, mas de um ciclo natural inevitável. O estado de ser humano-animal nos condena à morte.
Quando morremos, a Terra nos esquecerá pouco a pouco até a completa extinção das lembranças. Então não existiremos mais em qualquer memória, qualquer coração, qualquer consciência. Esse desaparecimento é característica de minerais, plantas e animais, incluindo o homem que, no entanto, tem a particularidade de saber que vai morrer.
Renascimento
O grande assunto do homem ao longo de sua vida não é morrer, nem mesmo se preparar para morrer, mas viver, viver de forma justa, de acordo com a origem de sua natureza humana em porvir, para deixar a cena sem lamentos, com a alegria de ter realizado sua humanidade.
O oposto da morte não é a vida, mas o nascimento. Morrer faz parte do nosso nascimento. Não podemos razoavelmente aceitar o nascimento de nosso corpo sem aceitar sua morte. A recusa a morrer vem de outro lugar, de outra fonte, de uma outra voz, de nossa profundidade, chama-nos a tender para o aperfeiçoamento infinito como se a única finalidade da vida fosse tornar-se mais humano, de completar o homem no Homem. Essa é nossa liberdade.
A liberdade congênita do homem o torna responsável por suas escolhas de vida: seja de viver de acordo com seu egoísmo natural de animal humano, seja de superar e viver de acordo com as leis do desenvolvimento do universo, do devir mais humano. Mais que a ausência do instinto animal, nossas liberdades nos permitem atingir a maturidade de uma consciência interior puramente humana de um Ser que nos obriga, por sua natureza, a uma ética de amor e respeito. Esse desenvolvimento humano se inicia em nossas determinações diárias de não seguir nossos impulsos automáticos para tornar nossa existência um lugar e um espaço de experimentação, de exercício e de evolução de nossa consciência do outro. Nós decidimos, voluntariamente e livremente a não ser mais escravo de nossos impulsos que influenciam nossos pensamentos, nossas visões, nossos medos, toda a nossa vida.
Os rituais da maçonaria traçam o caminho a seguir e marcam as etapas. Ao nos aventurarmos no caminho do autoconhecimento, o ser ordinário diminui de tamanho, se imobiliza, sua expressão morre lentamente e deixa espaço livre para o ser essencial. A morte do ser comum não é a aniquilação do ego, ao contrário, com a morte de nossa personalidade egoísta tornamo-nos mais nós mesmos.
Essa morte é chamada simbólica porque não se trata da morte física, mas da morte do ego. A morte se torna uma imagem, uma representação da realidade, porque de fato o próprio ego não morre, ele está sempre lá dentro de nós, pronto para ressurgir à menor fraqueza de atenção. Os mecanismos egoístas não estão mortos, mas silenciados, não é mais eles que dirigem a nossa vida, mas é a inteligência do Ser que se impõe diante da inteligência mecânica comum. O homem é sempre um mamífero, um animal, mas não mais uma besta. O nosso Ser se torna o treinador de nossa bestialidade.
Se a morte não é morte, mas o domínio de uma parte de nós mesmos, o renascimento, o segundo nascimento também não é aquele de nosso corpo nascido de uma vez por todas, mas o nascimento do nosso Ser interior, dessa parte muito especial de nós mesmos, que faz toda a diferença entre um animal-humano e um humano-animal.
A supressão de uma parte de nossa vida, a morte simbólica do sensível, a rejeição de nossas percepções elementares egoístas, o desnudar-se para reencontrar a Luz que conduz a uma outra região da vida que inclui a primeira, exige uma vigilância diária que o ego não tem vontade de sustentar, porque ele sabe que o resultado de tais esforços será sua morte simbólica. É preciso uma vontade rara para escolher a despossessão do homem-animal primitivo em benefício do homem verdadeiro e de sua paz na unidade. Essa vontade não nos pode ser imposta de fora para dentro, mas vir somente de nós mesmos. Essa é a nossa evolução que se trata e somos nós que decidimos contra todas as nossas depravações e aquelas que atribuímos aos outros.
Câmara de Reflexão
Mas, sabendo disso, o problema não é necessariamente resolvido. Não é suficiente intelectualizar nossas vidas, abafar nossos impulsos egoístas, moralizar nossas aparências para perceber nossa humanidade espiritual, para passar de nossa mecanicidade ao nosso Ser. Para voltar à essência, somente conta a ação de retorno na direção oposta àquela do curso normal e habitual de nossos pensamentos, de nossas referências, de nossos desejos. Devemos morrer para nós mesmos, para o que somos, para a imagem que queremos dar a nós mesmos, aos nossos lugares, à nossa sabedoria e ver todo o horror de nossa situação para renunciar a identificar nossa existência unicamente aos nossos movimentos naturais que nos lançam em direção às honras e agitações das coisas da vida. Precisamos de um outro eixo, uma outra atenção a nós mesmos que escute nossos pensamentos e nossas emoções. Precisamos de outras referências diferentes daquelas que aprendemos até agora.
O apego habitual de nossa vida comum aos nossos pensamentos automáticos exclui de nossa consciência a percepção de nossa própria existência enquanto Ser independente possível e nos conduz unicamente à instabilidade do mundo visível colorido por nosso empréstimos passados. Nossas vidas sem futuro natural mais humano perde o seu significado essencial e procuramos incessantemente o ilusório. Mesmo se compreendemos intelectualmente que nossos desejos são frívolos em relação ao sentido da vida, não é evidente os considerar no momento em que surgem e se insinuam em nossa consciência. Para manter a mente clara, precisamos de uma âncora referencial mais sólida que o reflexo da imagem interior devolvido pelas situações exteriores fluidas. É por isso que a iniciação maçônica fala simbolicamente da Câmara de Reflexão, um espaço livre e desconhecido dentro da terra humana, aonde desde o iniciado. Ele se encontra ali, fora de si mesmo enquanto ego, uma entidade objetiva, generosa, justa e protetora. Uma entidade que é o que ele aspirava ser, que é sua natureza original em movimento, que é o seu Ser, sua verdadeira humanidade superior ao seu ser mamífero.
Caminho de evolução difícil! São nossas escolhas diárias pela existência do ego e suas aparências ou nossos combates pelo Ser que farão com que seremos somente homens condenados à morte ou iniciados se tornando de uma humanidade real que se abre para a eternidade.
Fora ou dentro de uma ordem iniciática maçônica, depende de nós atingir o Humano que somos conclamados a nos tornarmos por evolução natural. O homem é essa coisa, esse animal, esse ser que pode se compreender, se transcender ele mesmo e, em seguida, perceber, além do conhecimento filosófico as estruturas religiosas e estados psicológicos, a experiência do Ser até a revelação do Espírito original. De morte em morte simbólica, dirigimos pouco a pouco nossas energias para o inexprimível que ressoa dentro de nós.
Ciclo de Vida
No entanto, chegará a hora da morte real do nosso corpo animal. Ela é natural na ordem das coisas. A iniciação final não é mais uma morte simbólica, mas a morte física. É a partir dela que, talvez, saberemos a Verdade sobre o significado do mundo e o sentido de nossas vidas. Fundamentalmente, a morte física não é nem absurdo nem contra a natureza. Ela é parte de um ciclo natural da vida, que vai desde o nascimento até a morte.
Para vegetais e animais, esse ciclo se reproduz inevitavelmente em todas as plantas, todos os insetos ou mamíferos são programados para, durante suas vidas, ou imediatamente antes de morrer, permitir o arranque de um novo ciclo de vida. O símbolo iniciático desse ciclo é o Ouroboros, a cobra enrolada em roda que morde a ponta da cauda.
É o mesmo para a espécie humana que se reproduz de uma geração para outra. Mas o iniciado tem não só uma consciência cíclica própria de toda a natureza, mas também uma consciência assintótica. Os ritos de iniciação maçônicos desenvolvendo o Ser inteior humano durante o ciclo de vida zoológico abre a porta para uma outra vida participante de um ciclo em espiral que expande a consciência de uma visão que se amplia gradualmente à medida que o iniciado se eleva em direção ao cume. Assim, pode ser que o Ser nascido durante a vida terrena, que adquiriu as qualidades e a força necessárias e que não tem nada a ver com a natureza animal, continue sua trajetória em um espaço-tempo eterno.
A vida (primeiro nascimento) permite o nascimento do Ser (segundo nascimento) e permite assim a implantação do nosso renascimento infinito. Nascido no tempo, pelo processo evolutivo de sua energia, o Ser pode retornar de seu exílio terrestre ao seu espaço original, fora do tempo, em seu coração eterno e viver sua permanência. Paradoxalmente, a morte [do corpo físico] abre para a eternidade [do Ser]. Este é, talvez, o objetivo da energia criadora que flui através de e continua a natureza humana para o seu pleno florescimento na luz.
A iniciação maçônica do Rito Escocês antigo e aceito maçônico formula essa ideia após os dois primeiros graus preparatórias no mito do assassinato do mestre Hiram (o Ser interior) por maus companheiros (os mecanismos egoístas) *. Ela propõe exercícios rigorosos que independentemente de qualquer crença, qualquer sistema de pensamento e de qualquer teoria nos lançam progressivamente ao longo de 33 graus, lá onde não sabemos coisa alguma. Estes exercícios nos colocam diante do infinito do Conhecimento supremo. A experiência cara a cara, vivida conscientemente nos fornecer a certeza da Verdade inexprimível, ao mesmo tempo em que protege o espírito crítico, interrogativo e rigoroso condizente com um verdadeiro iniciado.