sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

O MAL DAS FOFOCAS E INTRIGAS DENTRO DE UMA LOJA MAÇÔNICA.



 

As Lojas maçônicas  estão sempre com suas portas abertas a todos os irmãos Regulares, se motivando  a ser uma casa de código moral.

O “código moral maçônico” se baseia no respeito e tolerância às diferenças, no respeito a todas as crenças, e a todas as formas de praticar as religiões que existem no mundo.

Sem preconceito, a Maçonaria acolhe a todos os irmãos e a todos tem uma palavra de força, de fé de conforto em seus sábios ensinamentos a base de simbologia. Porém, as Lojas Maçônicas e os irmãos  não são perfeitos, pois o material de trabalho das Oficinas  somos nós, seres humanos que têm defeitos, manias, maus hábitos, defeitos morais e espirituais que os todos  têm de conviver, e, aos poucos, quando a matéria permite modificações, eles as fazem de bom grado, mas sabendo que nem tudo é passível de mudança. Só tempo é com muita paciência e boa vontade (com uma dose de determinação e aceitação do irmão) é que as mudanças podem ocorrer.

Um dos piores defeitos morais coletivos que pode existir dentro de uma Loja Maçônica é a “fofoca”, e, com ela, as intrigas. Se existem fofocas isso demonstra que também existem inveja, ciúmes, vaidades, soberba ... Ou seja, uma série de maus modos que têm como termômetro a fofoca.

Normalmente o “irmão fofoqueiro” não faz essa prática por mal. Ele a faz por um vício que traz de casa, do convívio familiar e que não foi corrigido em tenra idade, e que acaba se tornando um vício que persegue a pessoa dentro da própria família, em suas relações pessoais, no trabalho e, infelizmente, dentro de uma Loja maçônica.

O “irmão fofoqueiro”, muitas vezes, não tem ideia do mal que acaba fazendo, pois se torna compulsivo e involuntário nas palavras (a língua acaba sendo mais rápida do que o pensamento racional e moral). Com isso acaba gerando desconforto dentro do ambiente da Loja, pois finda no jogo cruel e imoral do “jogar um irmão” contra os outro, ou outros; amigos contra amigos, irmãos contra irmãos. Ou seja, gera um caos, onde o “irmão fofoqueiro” fica olhando e se divertindo com tudo aquilo, sem dar conta do estrago que está fazendo.

Porém, como lidar para que as coisas não cheguem a um ponto extremo de ter que “enquadrar”  um “irmão fofoqueiro,” de uma Loja maçônica?

Inicialmente as queixas devem ser levadas ao venerável Mestre ou ao Conselho de Mestre Instalado, para que eles possam avaliar essas queixas. Caso as mesmas sejam pertinentes, o “irmão fofoqueiro” deve ser chamado, tendo em vista que a pessoa não faz essa prática por ser ruim, mas porque tem problemas diversos (baixa estima; ciúmes inexplicáveis; é muito possessiva e não aceita dividir ou ter perdas; problemas de relacionamento em casa: esposa, pais ou filhos; é uma pessoa, muitas vezes, amarga com a vida e com as pessoas em volta dela, frustrada nos relacionamentos pessoais, nos relacionamentos familiares, no trabalho ou com sua própria aparência, etc).

Assim deve-se tem muito tato para conversar com o irmão para que ele não se sinta perseguido ou constrangido (Normalmente o “irmão fofoqueiro” e uma pessoa que se sente perseguido diante de qualquer problema, principalmente dentro daqueles que ela tenha provocado – isso é uma forma de autoproteção ou fuga do problema. Também se sente constrangido por qualquer motivo e diz, gaguejando, que não foi ele/ela colocando a culpa em outrem ou em ciúmes e invejas; chora copiosamente sozinho.  No todo a conversa deve ser franca é concentrada no problema colocado e se a pessoa tem ideia do que fez, buscando-se sempre os motivos (coerentes ou não).

O “irmão fofoqueiro” deve entender que aquele tipo de prática não pode existir dentro da Loja, ficando claro que punições são cabíveis a esse tipo de prática, podendo chegar à expulsão (Código Disciplinar Maçônico).

(O Venerável Mestre e os M.I.s, também devem buscar saber o estado espiritual, psicológico e dependendo da gravidade do problema, um psicólogo, terapeuta ou mesmo um psiquiatra, deve ser recomendado).

O “irmão fofoqueiro” deve ser sempre monitorado até que os problemas sejam sanados, e o bem estar volte à comunidade maçônica como um todo.

Se as coisas são deixadas de lado, prá lá, por medos vários, elas tendem a crescer a um ponto do insuportável, onde acabamos tomando medidas ou posicionamentos extremos, onde poderíamos ter uma ação mais preventiva ou pró-ativa para evitar ou sanar os problemas.

E por falar em Fofoca ou Maledicência gostaria de esclarecer que é o ato de falar mal das pessoas. Definição bem amena para um dos maiores flagelos da Humanidade. Mais terrível do que uma agressão física. Muito mais do que o corpo, fere a dignidade humana, conspurca reputações, destrói existências. Mais insidiosa do que uma epidemia, na forma de boato – eu “ouvi dizer” – alastra-se como rastilho de pólvora. Arma perigosa, está ao alcance de qualquer pessoa, em qualquer idade, e é muito fácil usá-la: basta ter um pouco de maldade no coração.

Toda pessoa não suficientemente realizada em si mesma tem a instintiva tendência de falar mal dos outros. Diminuir o valor dos outros dá ao maledicente a grata ilusão de aumentar o próprio valor. A imensa maioria dos homens não está em condições de medir o seu valor por si mesma. Necessita medir o seu próprio valor pelo desvalio dos outros. Esses homens julgam necessário apagar as luzes alheias a fim de fazerem brilhar mais intensamente a sua própria luz. São como vaga-lumes que não podem luzir senão por entre as trevas da noite, porque a luz das suas lanternas fosfóreas é muito fraca.

Tribunal corrupto, nele o réu está, invariavelmente, ausente. É acusado, julgado e condenado, sem direito de defesa, sem contestação, sem misericórdia.

De todos os males que afligem uma Loja maçônica, o pior de todos é a maledicência, popularmente conhecida como fofoca.

Embora possam parecer inofensivos, esses comentários de canto de boca acabam prejudicando a todos e principalmente a Egrégora, que fica totalmente enfraquecida.

A fofoca é sempre negativa. Não existe fofoca boa. Quase sempre ela é motivada pela inveja. Ela rouba a energia, tempo e o axé do terreiro, conquistado com tanto sacrifício.

É usada geralmente pelas pessoas mal sucedidas na vida, seja no campo material ou no espiritual. A pessoa de sucesso não está preocupada em criticar os outros. Esta focada na realização e não na opinião.

Não é só na Maçonaria que ela está presente. Está presente em todas as outras religiões. E também em outros setores da vida social: no trabalho, na escola, na família, etc.

Os estragos que ela trás podem ser irrecuperáveis, por isso é obrigação de todos cuidar para que ela acebe ou pelo menos seja minimizada.

O primeiro passo, se você não quer ser alvo disso, é abster-se de emitir comentários a respeito de outras pessoas. É a tal história: se cada um fizer a sua parte.

Mas não temos como controlar a língua do outro. Mas nem por isso devemos retransmitir o que eles pensam. Assim sendo, evite de se prestar ao trabalho de "mensageiro de fofocas": se ouviu, entra por um ouvido e sai pelo outro, ou seja, esqueça!

 Deixo por isso um pequeno trecho de uma história passada com o conhecido Filosofo Sócrates:

As três Peneiras

A história que passamos abaixo é de um dos homens mais cultuados pela humanidade desde que deixou o planeta. A sabedoria é milenar e nós como eternos aprendizes concordamos com essa sabedoria e seus compiladores, que para os Guerreiros da Luz, são os ILUMINADOS

Um rapaz procurou Sócrates e disse que precisava contar-lhe algo.

Sócrates ergueu os olhos do livro que lia e perguntou:

- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?

- Três peneiras?

- Sim. A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido contar, a coisa deve morrer aí mesmo. Suponhamos então que seja verdade.

Deve então passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo?

Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta e, arremata Sócrates:

-Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto eu, você e seu irmão nos beneficiaremos. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e levar discórdia entre irmãos, colegas do planeta.

Devemos ser sempre a estação terminal de qualquer comentário infeliz.

Não esqueça!

PESSOAS MEDÍOCRES FALAM SOBRE PESSOAS!

PESSOAS COMUNS FALAM SOBRE COISAS!

PESSOAS INTELIGENTES FALAM SOBRE IDÉIAS!

(SÓCRATES) 


Ir.'. Denilson Forato M.I.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A MAÇONARIA ESTÁ FICANDO LÍQUIDA

 

 

“Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”. Essa é uma das frases mais famosas do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em janeiro de 2017, aos 91 anos.

Meus irmãos, estudando a filosofia de Bauman, pude refletir e analisar que estamos caminhando para uma “Maçonaria Líquida.”

Muito perguntarão, como assim?

A modernidade imediata do século 21 é “líquida” e “veloz”, mais dinâmica que a modernidade “sólida” que suplantou no século 20. A passagem de uma a outra acarretou profundas mudanças em todos os aspectos da vida humana. A modernidade líquida seria "um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível, ou seja, nada mais está sólido, tudo está se esvaindo pelos dedos.

Não muito antigamente, os irmãos eram mais estruturados, fortes, as iniciações eram feitas de forma parcimoniosa, levava mais tempo, havia uma questão da qualidade do escolhido, tudo era seguido conforme as regras, e quando iniciado o novo irmão, seguia seu caminho firme e forte.

Hoje, com o advento da internet, sites, redes sociais, tem Potências maçônicas, que possuem em seus sites, botões “seja maçom”, onde o profano se inscreve para ser Maçom, seu processo segue, e por fim “vira Maçom”, sem padrinho e sem passar por alguns caminhos que todos nós passamos. Tornou-se mais “líquido”.

Na Maçonaria contemporânea emergem o individualismo, a fluidez e a efemeridade das relações. Se a busca da felicidade se torna estritamente individual, criamos uma ansiedade para tê-la, pois acreditamos que ela só depende de nós mesmos. Somos impulsionados pelo desejo, um querer constante que busca novas formas de realizações, aventais, comendas, experiências e valores. O prazer é algo desejado e como ele é uma sensação passageira, requer um estímulo contínuo, pois a graça acaba, quando não há recompensas a altura.

Na Maçonaria  líquida, os vínculos humanos têm a chance de serem rompidos a qualquer momento, causando uma disposição ao isolamento social, onde um grande número de irmãos escolhe vivenciar uma rotina solitária. Isso também enfraquece a solidariedade e estimula a insensibilidade em relação ao sofrimento do outro.

As desigualdades sociais aumentaram. Ao mesmo tempo em que se aumentam as incertezas, os indivíduos devem lutar para se inserir numa sociedade cada vez mais desigual econômica e socialmente. Os empregos estão mais instáveis e a maioria das pessoas não pode planejar seu futuro muito tempo adiante. Portanto o papel da Maçonaria, não é cuidar de azilos,creches, escolas e campanhas sociais, deixe isso para as igrejas e outras entidades, o papel da Maçonaria é politica é assertiva, não a politica partidária, mas sim a política de ações.

A Maçonaria deve cobrar das autoridades investidas, estar presentes em todos os setores de poder, comissões municipais, partidos políticos, conselhos regionais de classes, associações e sindicatos.

Ai sim, não seremos líquidos, e sim sólidos, fortes e atuantes. Pois os Irmãos precisam disso, e a família maçônica precisa de um futuro melhor, e nós podemos fazer isso.

Tenho dito.

Denilson Forato, M.I.