“Vivemos em tempos líquidos.
Nada foi feito para durar”. Essa é uma das frases mais famosas do sociólogo
polonês Zygmunt Bauman, falecido em janeiro de 2017, aos 91 anos.
Meus irmãos, estudando a
filosofia de Bauman, pude refletir e analisar que estamos caminhando para uma “Maçonaria
Líquida.”
Muito perguntarão, como
assim?
A modernidade imediata do
século 21 é “líquida” e “veloz”, mais dinâmica que a modernidade “sólida” que
suplantou no século 20. A passagem de uma a outra acarretou profundas mudanças
em todos os aspectos da vida humana. A modernidade líquida seria "um mundo
repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma
imprevisível, ou seja, nada mais está sólido, tudo está se esvaindo pelos
dedos.
Não muito antigamente, os
irmãos eram mais estruturados, fortes, as iniciações eram feitas de forma
parcimoniosa, levava mais tempo, havia uma questão da qualidade do escolhido,
tudo era seguido conforme as regras, e quando iniciado o novo irmão, seguia seu
caminho firme e forte.
Hoje, com o advento da internet,
sites, redes sociais, tem Potências maçônicas, que possuem em seus sites, botões
“seja maçom”, onde o profano se inscreve para ser Maçom, seu processo segue, e
por fim “vira Maçom”, sem padrinho e sem passar por alguns caminhos que todos
nós passamos. Tornou-se mais “líquido”.
Na Maçonaria contemporânea
emergem o individualismo, a fluidez e a efemeridade das relações. Se a busca da
felicidade se torna estritamente individual, criamos uma ansiedade para tê-la,
pois acreditamos que ela só depende de nós mesmos. Somos impulsionados pelo
desejo, um querer constante que busca novas formas de realizações, aventais,
comendas, experiências e valores. O prazer é algo desejado e como ele é uma
sensação passageira, requer um estímulo contínuo, pois a graça acaba, quando
não há recompensas a altura.
Na
Maçonaria líquida, os vínculos humanos
têm a chance de serem rompidos a qualquer momento, causando uma disposição ao
isolamento social, onde um grande número de irmãos escolhe vivenciar uma rotina
solitária. Isso também enfraquece a solidariedade e estimula a insensibilidade
em relação ao sofrimento do outro.
As desigualdades sociais
aumentaram. Ao mesmo tempo em que se aumentam as incertezas, os indivíduos
devem lutar para se inserir numa sociedade cada vez mais desigual econômica e
socialmente. Os empregos estão mais instáveis e a maioria das pessoas não pode
planejar seu futuro muito tempo adiante. Portanto o papel da Maçonaria, não é
cuidar de azilos,creches, escolas e campanhas sociais, deixe isso para as
igrejas e outras entidades, o papel da Maçonaria é politica é assertiva, não a
politica partidária, mas sim a política de ações.
A Maçonaria deve cobrar das
autoridades investidas, estar presentes em todos os setores de poder, comissões
municipais, partidos políticos, conselhos regionais de classes, associações e
sindicatos.
Ai sim, não seremos líquidos,
e sim sólidos, fortes e atuantes. Pois os Irmãos precisam disso, e a família
maçônica precisa de um futuro melhor, e nós podemos fazer isso.
Tenho dito.
Denilson Forato, M.I.
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