quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A MAÇONARIA ESTÁ FICANDO LÍQUIDA

 

 

“Vivemos em tempos líquidos. Nada foi feito para durar”. Essa é uma das frases mais famosas do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, falecido em janeiro de 2017, aos 91 anos.

Meus irmãos, estudando a filosofia de Bauman, pude refletir e analisar que estamos caminhando para uma “Maçonaria Líquida.”

Muito perguntarão, como assim?

A modernidade imediata do século 21 é “líquida” e “veloz”, mais dinâmica que a modernidade “sólida” que suplantou no século 20. A passagem de uma a outra acarretou profundas mudanças em todos os aspectos da vida humana. A modernidade líquida seria "um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar com rapidez e de forma imprevisível, ou seja, nada mais está sólido, tudo está se esvaindo pelos dedos.

Não muito antigamente, os irmãos eram mais estruturados, fortes, as iniciações eram feitas de forma parcimoniosa, levava mais tempo, havia uma questão da qualidade do escolhido, tudo era seguido conforme as regras, e quando iniciado o novo irmão, seguia seu caminho firme e forte.

Hoje, com o advento da internet, sites, redes sociais, tem Potências maçônicas, que possuem em seus sites, botões “seja maçom”, onde o profano se inscreve para ser Maçom, seu processo segue, e por fim “vira Maçom”, sem padrinho e sem passar por alguns caminhos que todos nós passamos. Tornou-se mais “líquido”.

Na Maçonaria contemporânea emergem o individualismo, a fluidez e a efemeridade das relações. Se a busca da felicidade se torna estritamente individual, criamos uma ansiedade para tê-la, pois acreditamos que ela só depende de nós mesmos. Somos impulsionados pelo desejo, um querer constante que busca novas formas de realizações, aventais, comendas, experiências e valores. O prazer é algo desejado e como ele é uma sensação passageira, requer um estímulo contínuo, pois a graça acaba, quando não há recompensas a altura.

Na Maçonaria  líquida, os vínculos humanos têm a chance de serem rompidos a qualquer momento, causando uma disposição ao isolamento social, onde um grande número de irmãos escolhe vivenciar uma rotina solitária. Isso também enfraquece a solidariedade e estimula a insensibilidade em relação ao sofrimento do outro.

As desigualdades sociais aumentaram. Ao mesmo tempo em que se aumentam as incertezas, os indivíduos devem lutar para se inserir numa sociedade cada vez mais desigual econômica e socialmente. Os empregos estão mais instáveis e a maioria das pessoas não pode planejar seu futuro muito tempo adiante. Portanto o papel da Maçonaria, não é cuidar de azilos,creches, escolas e campanhas sociais, deixe isso para as igrejas e outras entidades, o papel da Maçonaria é politica é assertiva, não a politica partidária, mas sim a política de ações.

A Maçonaria deve cobrar das autoridades investidas, estar presentes em todos os setores de poder, comissões municipais, partidos políticos, conselhos regionais de classes, associações e sindicatos.

Ai sim, não seremos líquidos, e sim sólidos, fortes e atuantes. Pois os Irmãos precisam disso, e a família maçônica precisa de um futuro melhor, e nós podemos fazer isso.

Tenho dito.

Denilson Forato, M.I.

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