quinta-feira, 15 de abril de 2021

“Por que uma Loja morre?” ou “Abate Colunas?”

 



Esse foi o questionamento feito por um novo aprendiz a um velho Mestre. Com os olhos marejados de água, enquanto folheava as páginas do seu ritual e via foto da Loja na qual pertenceu, o Mestre Maçom dizia ao neófito: “Os Maçons cometem muitos enganos nesse assunto, chamado condução de Loja Maçônica. Muitos pensam que a Loja morre em consequência dos benefícios de fora. Mas os que estão de fora, não tem poder nenhum, para destruir a Loja. Pelo contrário; diante da Loja, profanos não podem prevalecer. 

O maior inimigo da Loja não são os demônios nem alguma da atividade mística, nem alguma deficiência no ensino Maçônico dos Vigilantes, nem algum tipo de problema financeiro, pois isso se cotiza, mas as divisões entre os Maçons da Loja. O Grande Mestre, a 2021 anos atrás, afirmou que um reino dividido não pode subsistir (Marcos 3.24). Assim, se a Loja está dividida, ela não consegue sobreviver. Antes, ela morre, ou abate Colunas, como dizemos ”    

Devemos lutar como divisões   e contra a diferença na linguagem interna em Loja, o idioma deve ser um só, a união.

Uma das causas da multiplicação das divisões é a diferença na linguagem e ponto de vista, chama-se vaidade desenfread a. Se os Irmãos começam a não concordar naquilo que se falam, são cerceados em suas palavras, suas ideias, sua liberdade de palavra, essa Loja corre um sério risco de morrer. Eu como Mestre antigo da “Old School” sempre alertei: “Irmãos, em nome do Grande Arquiteto do Universo, suplico a todos vocês que concordem uns com os outros não que falam, para que não haja divisões entre vocês, antes, que todos unidos num só pensamento e num só parecer. ”

A divulgação da Loja Maçônica depende da unidade entre os Irmãos. Os Irmãos   devem se reunir e debater sobre tudo,  até identificar  os problemas e chegarem a uma conclusão final, e se enfatizar apenas um único ponto, a unificação da Loja, para um destaque no progresso. 

O ser humano tem uma tendência natural de se ligar aos grupos com os quais se identifica. Isso não é ruim; faz parte da nossa individualidade como seres humanos e a Maçonaria não condena esse tipo de associação natural. Mas a se ter muito cuidado,  que nasce a partir de divisões dentro de um determinado grupo. Ela condena as associações com ênfase no partidarismo, em que as pessoas valorizam o seu próprio grupo e desprezam os demais. Era isso que estava acontecendo da Maçonaria: as diferenças estão  provocando divisões e promovendo partidarismos interno das Lojas.

Esse tipo de postura só esvazia o significado de Loja, enfatiza a criação de partidos dentro da Loja Maçônica, faz nascer divisões entre as pessoas e enfraquece a oficina. Devemos lutar contra a competição por pessoas, principalmente em vantagem de Veneráveis ​​Mestre, pois um Venerável deve ser “Aclamado” - não, votado, por força de uma eleição.

 Dentro das disputas na Loja Maçônica, os grupos de maçons procuram se fortalecer, tentando conseguir o maior número possível de adeptos através dos “petit comitê”. Na cabeça deles, quando alguém vem “pro meu lado” já é adepto do grupo desse alguém. E, absurdamente, esses grupos estavam promovendo essa competição, usando o da Maçonaria para fins pessoais de vaidade explicita. Diante disso, fica a pergunta: “Acaso a Maçonaria está dividida? 

Isso mostra que é um absurdo os Maçons  se dividirem em “partidos” e competirem por pessoas. A Maçonaria não está dividida; por isso, lutar contra a competição por pessoas dentro de Loja. Devemos entender que as pessoas que chegam ao cargo X ou Y devem merecer, ter capacidade, preparo, vivência e outros predicados positivos. Nós somos apenas os vasos usados ​​pelo G. '. A.'. D. '. U.'. para ministrar o ensinamento maçônico  àqueles que se iniciaram, confiando nos Mestres e na Loja. Ainda que devamos ser modelos para as pessoas, devemos formar seguidores - não de nós mesmos, mas do G. '. A.'. D. '. U.'. Se cada Maçom exemplar, formar seguidores dele mesmo, haverá vários bons Maçons.

Finalizo, dizendo, Seja um Bom Maçom, doa a quem doer, propague a união e não a divisão, e por fim não deixe sua Loja morrer ou abater colunas. Pois já vi e vivi a morte de Loja Maçônica, e o Luto é eterno, nunca é esquecido e a cicatriz fica na pela e na alma.

Ir. '. Denilson Forato M. '. I.'.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Desilusão total...


 

Depois de servir à Fraternidade por mais de 27  anos, parei de olhar para trás, para o quanto eu realizei e como a Maçonaria mudou. Eu já passei pelos todos os  cargos e servi fielmente a minha Loja, como VM, filosófico, capítulo R+C, Kadosh, Consistório, fui delegado, assessor, deputado, grande secretário e outros cargos,  participando de várias festas de trabalho, angariações de fundos e outros eventos. Fui considerado eficiente no trabalho de grau e reconhecido por trabalho em Educação Maçônica, vários artigos publicados e dezenas traduzidos no mundo afora. Também já participei de várias funções distritais e estaduais. Graças à Internet, correspondi-me com maçons de todo o mundo, sendo membro honorário de Lojas nos EUA, Europa e América do Sul, ouvindo irmãos, com seus problemas, bem como os seus conselhos. Sempre que um irmão pediu ajuda, seja perto ou longe, eu ofereci uma mão amiga. Meu conhecimento e experiência maçônicos me levaram a uma posição em que eu era frequentemente consultado para aconselhamento e liderança. Ela também me levou à politicagem onde fui confrontado por aqueles ciumentos de minha notoriedade e que teimosamente minaram qualquer esforço para atualizar a Loja e a fraternidade. Eu agora olho para trás e pergunto: “Eu fiz alguma diferença? A fraternidade ou a Loja está melhor do que quando fui iniciado? ” Eu cheguei pouco a pouco à conclusão de que a resposta é “Não”

Penso que a razão para isso é porque eu sofria de uma falsa percepção do que fosse Maçonaria. Quando entrei na fraternidade a mais de 25 anos atrás, estava sob a impressão de que um verdadeiro Maçom era um homem de caráter, integridade, honra, que possuía uma curiosidade intelectual sobre a vida, uma pessoa cuja palavra é sua obrigação. Em outras palavras, eu percebia os maçons como o alicerce da sociedade.

Infelizmente, não foi isso que eu descobri, hoje, muitos anos depois de ver a LUZ. Tenho visto muitos maçons, a maioria dos quais não corresponde a este estereótipo. Na verdade, eu estimaria que menos de 1% do total de nossos membros pode ser caracterizada dessa forma. E aí é onde a bolha estourou para mim.

Com exceção daqueles Irmãos tentando estabelecer lojas reais e busca da verdadeira maçonaria, eu percebi que a grande maioria dos maçons não são pessoas sérias. Eles estão mais preocupados em trocar tapas nas costas, ao invés de fazer alguma coisa de substância. Um monte de maçons arranhará e brigará apenas para obter seu próximo avental, comenda ou título. Eu tendo a acreditar que isso ocorre porque eles nunca fizeram nada digno de nota em suas carreiras profissionais e almejam atenção. Em outras palavras, eles estão tentando construir a sua autoestima à custa de suas Lojas, uma espécie de fenômeno “Enquanto Nero tocava violino, Roma ardia” . Eu acho que é por isso que eu acho divertido ouvir teóricos da conspiração tentando alertar o público sobre como a Maçonaria está tentando dominar o mundo. Engraçado demais.

A fraternidade está morrendo e ninguém está fazendo coisa alguma sobre isso, e muito menos em nível de Grande Oriente ou Grande Loja. A Maçonaria é uma instituição que teimosamente se apega ao passado e resiste a qualquer tentativa de mudança e modernização. Ele está se deteriorando diante dos nossos olhos. Deixando entrar lixos, que contamina tudo e todos.

A desilusão vem quando as expectativas não são atendidas, quando as crenças não se realizam. A desilusão leva à frustração que muitas vezes leva à ira. Em algum momento, porém, você tem que lidar com isso. A meu ver, há apenas algumas opções disponíveis:

  1. Ficar e aceitar passivamente o status quo – representando a rendição total.
  2. Ficar e continuar a tentar mudar o sistema internamente – impossível devido ao estrangulamento político que os Grandes Orientes e Grande Lojas detêm sobre a fraternidade.
  3. Tirar uma licença – em que os problemas ainda estarão esperando por você quando você voltar.
  4. Demitir-se e começar um novo tipo de Maçonaria – que é muito tentador, mas difícil de fazer em larga escala.
  5. Renunciar, lamber suas feridas e seguir em frente com sua vida.

Esta última opção, infelizmente, é o que muitos homens optam por fazer, ao invés de lutar contra os poderes constituídos.

Consideremos, por exemplo, o declínio em queda livre no número de membros da Ordem. Além da morte e transferências, pense sobre aqueles membros suspensos por falta de pagamento das taxas que, em algumas grandes jurisdições estão aumentando. Não se pode deixar de perguntar por que isso está ocorrendo. Por causa da economia? Talvez. É mais provável que eles não estejam recebendo nada de significativo da Maçonaria. Mesmo quando Grãos Mestres oferecem programas de anistia para incentivar os membros a retornar ao rebanho, muito poucos o fazem. São uns inúteis, uns lixos.

Aqueles homens que normalmente assumiriam um papel ativo na Maçonaria estão sendo afastados em massa devido à complacência, apatia e política, três palavras feias que infelizmente caracterizam a Maçonaria atual e provocam a desilusão.

Maçonaria tornou-se mais uma filantropia que uma fraternidade, um teatro político em oposição a uma verdadeira fraternidade. É triste ver uma instituição, que já foi nobre desmoronar diante de nossos olhos em uma instituição irrelevante. por causa de profanos de avental, que estão em nossas fileiras, que mereciam ser executados no grau 1.

O que você acha?

Devemos mudar?

Devemos indicar os amigos de final de semana?

Devemos ser relapsos nas sindicâncias?

Devemos facilitar a entrada de alguém?

Devemos aceitar lixos nas Lojas?

Devemos Expurgar os lixos?

Que Maçonaria queremos?

Devemos ter VMs ignóbeis e inúteis?

A Loja deve ter donos?

Os VMs devem mandar e os Irmãos obedecer, cegamente?

Devemos deixar um Irmão de graus superiores, intervir em Loja simbólica?

Devemos ser mais rígidos nas indicações e sindicâncias?

Demos ser mais cruéis, como os que erram na Maçonaria?

Devemos esfolar os maus irmãos?

Deixo pra vocês pensarem......

A Liderança e a Lealdade


 
 
Esta questão torna necessário um exame da relação entre três conceitos associados, embora diferentes. O primeiro deles é a diferença que existe entre um princípio e a sua aplicação, que é a mesma diferença entre o abstrato e o concreto. O segundo conceito envolve a doutrina do que nós chamaremos genericamente de autodependência ou autodeterminação, e o terceiro é simbolizado pela mais desrespeitada das palavras: lealdade.
 
O Abstrato e o Concreto
 
A Maçonaria  de hoje está, infelizmente, tornando-se mais e mais materialista, e uma das causas parece ser o fator seguinte. A Sociedade maçônica oferece ao mundo um corpo de princípios gerais que são considerados fragmentos da Sabedoria Eterna. O estudante de teosofia aplica um destes princípios a um conjunto particular de fatos, de acordo com a sua própria interpretação dele. Isso é o correto. Mas este fragmento cristalizado de um princípio geral, colorido pela interpretação individual do estudante, é placidamente aceito por aqueles que são demasiadamente preguiçosos para pensar por si mesmos, e propagado por eles como sendo um princípio da maçonaria esotérica. 
 
Disso surgem fórmulas de conduta e dogmas sobre cada questão que são – para todos, exceto para o estudante original – tão mortas e vazias de significado quanto qualquer outra forma de dogma. Por exemplo, é um princípio da teosofia que existe uma só vida. “Em consequência”, diz um estudante ao pensar profundamente sobre a questão, “nós não devemos usar calçados de couro”. Esta é a aplicação do conceito de unidade da vida à vestimenta pessoal. Mas isto não é teosofia no sentido de que possa ser transmitido ao mundo como um fragmento da Lei. No entanto, muitas pessoas asseguram que “a Maçonaria estabelece que não devemos usar calçados de couro”. Os princípios são claros: que cada estudante se embeba deles e os aplique por si mesmo; mas que ele, ao mesmo tempo, deixe os outros livres para fazer o mesmo.
 
Devemos sugerir uns aos outros, sem dúvida, modos pelos quais qualquer princípio dado possa ser aplicado, mas é recomendável não dogmatizar, porque cada um deve ser, em última instância, seu próprio intérprete da lei. Em resumo, que a teosofia seja dada ao mundo no nível mental superior, ou conceitual, e que a sua aplicação seja adaptável às necessidades e aos pontos de vista particulares de todos os que buscam a Verdade, seja por  que linha de trabalho for.
 
Autodeterminação
 
Havendo erguido a discussão a um nível de princípios, prossigamos. Proponho agora a ideia de que há uma só forma de lealdade, que é a lealdade a nós mesmos, ou ao eu superior. Devemos, portanto, examinar primeiro a doutrina da autodeterminação, a qual, para os efeitos deste artigo, pode ser citada como a afirmação críptica “eu sou eu”, e tudo o que decorre dela. Isso equivale a uma identificação com o Eu Superior, que pode ser considerado como a parte relativamente permanente do nosso ser, em contraste com os seus veículos temporários de expressão, ou personalidade.
 
Entre outras considerações que se seguem logicamente da nossa primeira premissa está a rejeição de quaisquer disciplinas de qualquer fonte, exceto a disciplina do Eu sobre o eu inferior, o não-eu ou personalidade. Em segundo lugar, e quase como consequência da anterior, a necessidade de um perfeito controle da personalidade por parte do eu superior. Finalmente, e para o nosso raciocínio talvez seja o ponto mais importante, o direito intrínseco de adotar por nós mesmos uma linha de conduta, e de segui-la firmemente, enquanto isto não ferir o direito idêntico dos outros.
 
Lealdade
 
O ato de seguir o eu superior adquire importância suprema, e todas as outras considerações devem ceder a ele. Esta, pelo menos, parece ser a lei dos Grandes Seres. O Mestre “M.”, escrevendo para A.P. Sinnett sobre o tema do discipulado, estabelece que “só àqueles que provaram ser fiéis a si mesmos e à Verdade em todas as situações será permitido contato futuro conosco”. [1] De fato, Polonius falou para toda a eternidade quando aconselhou a Laertes:
 
Acima de tudo, isto: seja honesto com você mesmo
E em consequência, tão certamente como a noite segue o dia,  
Você não poderá ser falso para com homem algum. [2]
 
Mas, quando há desonestidade com o Eu, surge um conflito interno em que o eu inferior mente inutilmente para o eu superior e experimenta um considerável desconforto devido a um fator que nunca pode ser completamente ignorado: a presença, na consciência, da memória de um erro passado. Todo idealista compreende a substância da lealdade a si mesmo. Suponhamos que eu tente ser leal em relação a determinado ideal. Então, a quem devo ser leal, ao seguir aquele ideal? Devo ser leal ao meu Eu. Porque é meu eu superior que é idealista, não a personalidade. Não é uma consequência lógica que, ao ser leal a um ideal, eu estou apenas sendo leal ou honesto comigo mesmo?
 
Vamos considerar agora a natureza do que é considerado “lealdade pessoal”. Esta ocorre quando uma pessoa decide ser leal a alguma outra pessoa, e “apoiá-la” em quaisquer situações. Uma tal lealdade pessoal deveria ser o reflexo de uma causa oculta, e não uma causa em si mesma. Deveria ser o resultado da cooperação harmoniosa de dois eus superiores, e não a obediência cega a uma personalidade enquanto se ignora totalmente a violação de princípios básicos. No entanto, é sabido que mesmo grandes seres se deixaram cegar pela personalidade de outros.
 
Que as personalidades sigam personalidades, se quiserem, mas quando Eu, o eu superior, aceito dar minha lealdade a uma mera personalidade, por maior que seja aquela personalidade, eu deixo, ao fazer isso, de confiar inteiramente em meu eu superior, e consequentemente deixo de ser verdadeiro comigo mesmo. Ao colocar assim minha confiança em outro, renuncio virtualmente ao trono do eu superior, e portanto renuncio a meus poderes de percepção espiritual, isto é, ao poder de entrar em contato com a Verdade.
 
O eu superior segue princípios e leis inalteráveis, e só o eu inferior, o não-eu, segue personalidades. Como, então, posso ser leal a outros e, ao mesmo tempo, “ser honesto com meu próprio Eu”?  Não será, a resposta, que a melhor lealdade aos outros  é a constante lealdade ao  nosso eu superior?  Quem examinar esta ideia verá que é correta. Um homem que apenas segue personalidades não é confiável, do ponto de vista do eu superior cuja personalidade ele decide seguir, porque pode ser levado adiante para outra busca, em um momento crítico, por alguma outra “personalidade mais atrativa”.
 
Por outro lado, um pensador independente, que segue acima de tudo seus próprios ideais e princípios, é sempre confiável. O líder pode contar com seu apoio leal porque compreende que o seguidor está trabalhando com o mesmo objetivo que ele, e que trabalha com igual fidelidade pelo ideal que ele representa aos seus olhos. Mas o líder também sabe que se ele se mostrar desleal para com o ideal comum, com toda certeza seu seguidor o abandonará. Assim, a própria autenticidade dos seus apoios o mantém na linha determinada originalmente. A obediência cega pode ser elogiável em um campo de batalha militar, mas tem pouca utilidade para a evolução espiritual.
 
A única contradição aparente a este princípio é, quando bem examinada, a sua melhor ilustração.  Pode ser alegado: “E onde está a invariável devoção do discípulo por seu Mestre?” Mas será que neste caso o discípulo segue uma personalidade? É claro que não. É uma relação pelo menos tão elevada quanto a de um eu superior que segue um eu superior, e talvez algo ainda mais alto. Os Mestres não definiram a si mesmos em Luz no Caminho como “símbolos do eu superior”? A conclusão é que ao seguir o Mestre o discípulo está apenas sendo leal com seu próprio eu superior. Tampouco a explicação metafísica desta doutrina da lealdade é difícil de entender. Há apenas um Eu, e como poderia, aquele que é leal a um fragmento deste Eu dentro de si mesmo, ser desleal a qualquer outro fragmento instalado em  outro ser humano? E, ao contrário, como é que um homem que seja leal a algo que é não-Eu, como uma personalidade, pode permanecer fiel ao Eu Uno? Seja leal ao Eu, e o problema da lealdade estará automaticamente resolvido.
 
Tipos de Liderança
 
Há três tipos principais de liderança. Em primeiro lugar, a liderança espiritual, ou a devoção do irmão mais novo pelo irmão mais velho na evolução. Isto, como vimos, é apenas o fato de seguir fielmente o Eu interior. Em segundo lugar, a liderança no que se pode chamar de aspecto-forma. Estes líderes são simplesmente trabalhadores administrativos, peças dentro da engrenagem de uma organização. Estes dois tipos são os dois extremos. Mas entre eles há um terceiro.
 
Na maior parte dos casos, as pessoas que se unem para formar uma nova unidade elegem alguns dos seus membros para que ocupem uma posição dual. Estas pessoas têm um cargo no aspecto-forma, e ao mesmo tempo são respeitadas em maior ou menor grau como líderes espirituais. Lideram ao mesmo tempo o aspecto formal ou administrativo e o aspecto vital do qual a organização retira sua força. Bem, é um axioma do mundo administrativo que os dirigentes executivos são encarregados de trabalhar dentro de certos limites, e que serão obedecidos enquanto se mantiverem dentro daqueles limites. De outro modo não haveria por que nomeá-los. Isso assegura o bom funcionamento da organização. Portanto, na medida em que qualquer líder é um funcionário administrativo atuando dentro dos limites, você obedece a ele. Mas, na medida em que ele é um líder administrativo, você, seu eu superior, está disposto a seguir tal líder apenas enquanto o caminho dele e o seu forem o mesmo. Porque você, seu verdadeiro eu, está comprometido primariamente com os seus princípios.
 
Mantenha clara a função dual deste líder e o problema da lealdade está resolvido. E aquela função dupla se resolve a longo prazo como uma questão de eu superior e de personalidade. No aspecto-forma você obedece a um dirigente eleito, porque só assim a administração pode ser realizada; mas no aspecto-vida você segue princípios, segue seu eu superior, e só segue pessoas na medida em que elas corporificam aqueles princípios.
 
Esta distinção leva a uma organização disciplinada e de funcionamento eficaz, composta de unidades livres e independentes – o que certamente é o ideal. Porque quanto mais independentes forem as unidades, mais fielmente elas seguirão os dois aspectos dos seus líderes. Trabalhando apenas para o bem do conjunto, eles obedecem a seus dirigentes no aspecto-forma, enquanto conservam sua independência no aspecto-vida.
 
Estes princípios parecem claros e inquestionáveis, mas sua aplicação não é nem um pouco fácil. A linha da lealdade a si mesmo raramente, ou nunca é, o caminho de menor resistência. Mas, embora este seja um caminho difícil, há quem prefira os seus rigores do que as “agulhadas internas” de uma consciência sempre atenta. Porque, ao seguir o caminho mais difícil, você só tem o mundo para enfrentar, mas se desviar deste rumo entrará em conflito com o Eu superior. Escolha, então – porque cedo ou tarde a decisão tem de ser tomada. A lealdade a si mesmo é algo muito maior do que apenas um “último recurso”. É o princípio fundamental da conduta. O caminho que ele abre é o único Caminho Correto na evolução, e um caminho que, seja como for, deve, em última instância, ser trilhado por toda alma que evolui. 
 
NOTAS:
 
[1] Veja “Cartas dos Mahatmas Para A.P. Sinnett”, Ed. Teosófica, volume I, Carta 45, p. 208. Em inglês, na edição da TUP, Pasadena, veja a p. 264. Há neste ponto um erro na edição brasileira das Cartas dos Mahatmas, que diz: “Só àqueles que provaram ser fiéis a nós e à verdade em todos os momentos…”. A lealdade que o Mestre exige é de cada um para sua própria consciência. (CCA)
 
[2] Sem dar-se ao trabalho de citar em detalhe, C. Humphreys menciona aqui a cena III da peça “Hamlet”, de William Shakespeare. Polonius e Laertes são personagens da peça. (CCA)
 

sexta-feira, 2 de abril de 2021

6 - Pontos de uma Loja Maçônica.




O Ser Supremo nos ensinou que o caminho que conduz a vida do Maçom é "estreito e apertado". Eu e você provavelmente conhecemos pessoas que por motivos diversos não permaneceram nele e por vezes nos sentimos incapazes de ajudá-los no caminho de volta. São perdidos por suas próprias causas, o Ego!


Aparentemente, o problema que faz muitos desistir do Caminho Maçônico em Loja, está relacionado a uma ou todas as razões listadas abaixo:

1. Ofensa

Sem dúvida alguma, entre todas as razões pelo qual pessoas se afastam da Loja Maçônica e até da Maçonaria, a mais comum é normalmente sentir-se ofendido. Alguns Irmãos abandonam a Maçonaria por não serem cumprimentados e tratados com deferência em Loja, alguns por não receberem a devida atenção de líderes, enquanto outros por algum desentendimento com algum membro. Os motivos são variados, porém o real motivo é normalmente o mesmo, Orgulho, Vaidade e Pavonice. 

O principal problema daqueles que abandonam seus convivios por se sentirem ofendidos é a falsa ideia de que estão justificados pela "liberdade" por sua escolha de partir. Tal pensamento é absolutamente enganoso e de certa forma egoísta. 

"Deixem-me ver se compreendi o que aconteceu com vocês. Porque alguém na Loja os ofendeu, vocês deixaram de suas obrigações maçônicas. Renunciaram ao seu compromisso? Porque alguém na Loja os ofendeu, afastaram-se dos seus trabalhos  da construção  do templo sagrado. Abriram mão da oportunidade de servir ao seu irmão e de aprender e crescer. E agora estão erguendo barreiras que impedirão o progresso espiritual dos seus filhos, dos filhos dos seus filhos e das gerações seguintes? Ofender-nos é uma escolha que fazemos; não é uma condição infligida ou imposta a nós por alguém ou algo. Levante-se e vá a luta, use sua espada e defenda o que é certo na sua Loja e na Maçonaria Universal"
Ir. Denilson Forato, M.I. - 33º - Benemérito da Ordem-GOB

Com tal perspectiva em mente, é incompreensível e inaceitável que alguém em sã consciência decida abrir mão de tantas evoluções temporais e eternas por um desentendimento com outro membro da Loja ou da Ordem. Deixemos o orgulho de lado e busquemos o perdão divino e a força necessária para "perdoar aqueles que nos tem ofendido". (Um dia disse o Mestre dos Mestres)

Quão triste e desesperador será descobrir no fim de sua vida que sua decisão privou evolução a você, seus filhos, amigos e irmãos na Maçonaria, tudo por causa de um desentendimento e sua decisão de sentir-se ofendido. Seja racional, seja inteligente, os irmãos passam a Maçonaria fica.

2. Erro

Por mais difícil que seja admitir, erro é frequentemente a razão por trás das "razões" para aqueles que deixam a Loja e também a Maçonaria. O erro afasta a luz e produz culpa. Culpa por sua vez é para o Espírito e mente, o que a dor é para nosso corpo. 

Todos erramos e precisamos de constante arrependimento e mudança de atitudes e hábitos a fim de nos assemelharmos mais ao correto. O problema é que arrependimento exige um sacrifício que frequentemente o "errante" não deseja fazer. Ao invés de pedir ajuda a seu líder, nesse caso, o que erra prefere omitir, e nesse ponto a culpa novamente entra em cena, criando o sentimento de incapacidade de ser fiel. Perdendo e muito entre nós, pois ao se perder a confiança, perde-se uma vida.

Muitos em tal posição acham mais fácil encontrar um modo de vida onde o erro seja aceitável ao invés de buscar ajuda, pois afinal, "errar é humano" -- em nome da amizade e do perdão, a Loja deixa pra lá. Tal lógica pode ser comparada à crianças, que acreditam que ninguém pode vê-las quando fecham os olhos. Na vida real, fechar os olhos para os problemas não os fazem desaparecer. Aliás são as fontes dos maiores conflitos e contendas.

3. É muito difícil

Ir a  Loja só por duas ou três horas? Servir em um chamado maior ? Servir missão maior ? Cumprir as legislações ? Guardar a palavra com sabedoria, ensinamentos? A perspectiva de que ser um membro bom, útil, é difícil demais, por vezes desmotiva membros  do quadro, e muito abandonam o barco.

A busca da verdade exige sacrifícios, mas a verdade compensa qualquer sacrifício. Membros que de maneira determinada se comprometem a guardar os segredos e suas obrigações, muito cedo passam a ver sacrifícios como investimentos e compreendem que a benção recebida supera em muito o preço pago.

4. Não compreender a doutrina Maçônica

De certa forma, raramente um membro  da Maçonaria que compreende a doutrina Maçônica, ai decide em sã consciência abandoná-la. Simplesmente não faz sentido, pois a compreensão do Ritual  trás a resposta para as dúvidas e nos dá força para seguir em frente. 

A Maçonaria é formada em grande parte por irmãos  comuns que não possuem formação currícular em teologia, filosofia, história ou técnicas de ensino, mas que possuem um desejo de  e aprender e compartilhá-lo. 

O entendimento do Ritual e Ritualística  é um processo lento e gradual que exige dedicação pessoal, "pelo estudo e também pela prática".

5. Literatura Antimaçônica

Vivemos em uma época onde praticamente toda informação sobre qualquer assunto está a apenas um clique de distância, e com essa facilidade, literaturas com ataques furiosos a Maçonaria são cada vez mais comum. A propaganda antimaçônica normalmente tenta produzir o ar de informação bombástica, fazendo o leitor falsamente concluir que a Maçonaria tem omitido informação ou fatos. Quando não somos conspiradores mundiais, satanistas, ou a Nova Ordem Mundial que dominará tudo e todos. Ledo engano, que bom que fosse assim. 

Naturalmente, a primeira coisa a se compreender é que o simples fato de algo ser escrito, impresso ou até mesmo publicado, não significa que é verdade. Na época de Cristo, muito se falava contra ele, a ponto de gerar dúvidas em muitos de seus seguidores mais leais. Nós porém não damos credibilidade a tais ataques, pois sabemos que estes foram feitos por seus inimigos.

Da mesma forma, muito, senão tudo o que se questiona sobre a Maçonaria parte de pessoas que não possuem uma base neutra. Ao se deparar com algum tipo de literatura antimaçônica, antes de abandonar a Maçonaria e presumir que tudo é falso, procure obter uma visão do que o Ritual e Instruções ensinam a respeito. 

Ninguém joga um quebra-cabeça inteiro no lixo ao encontrar uma peça que aparentemente não se encaixa. Nesse caso, esperamos até que outras peças se encaixem, revelando em que local a peça guardada se encaixa. Similarmente, jamais abandone seus propósitos por causa de uma questão não compreendida no momento. Guarde a "peça" e tenha paciência para o momento em que encontrará o lugar para encaixá-la.

6. Siga a Tua Rota

Eu amo ser membro da Maçonaria   e nada me trás mais felicidade do que as sessões maçônicas  em minha vida. Eu já me senti ofendido algumas vezes, eu peco, já tive minha palavra  questionada em Loja ,  as vezes sinto que o caminho é difícil, mas a certeza que eu tenho é o combustível que me faz prosseguir e ir a Loja e lutar pela Maçonaria.

Autor: Ir. Denilson Forato - Mestre Instalado - 33º - Benemérito da Ordem - GOB