Meus Irmãos, vamos lá novamente escrever algo para a posteridade e para debates, controvérsias e comentários
Por mais de uma vez e acreditamos que em dezenas de vezes nos perguntamos, após o ingresso na Maçonaria, qual a finalidade de nos tornarmos Maçons e com que ferramentas podemos contar para atingir essa finalidade.
Para as perguntas: por que você ingressou na Maçonaria e por que você permanece nela? – haverá provavelmente tantas respostas, coincidentes ou não, quantos indivíduos forem questionados. Enquanto a primeira é baseada em informações externas onde o apresentador (“padrinho”), normalmente, não usa da total sinceridade colocando os prós e os contras que existem em qualquer organização humana; a segunda indagação é mais sensível, pois pressupõe algum conhecimento interno da Ordem.
Se o candidato se der, por vontade própria, ao interesse em conhecer a Doutrina Maçônica, a sua história e a sua FILOSOFIA, dos males o menor, ou seja: o gosto pelo conhecimento da filosofia maçônica o fará errar menos e diminuirá a poluição provocada pelos irmãos descompromissados com tais aprendizados e suas consequentes práticas.
Abstemo-nos de afirmar se há erros ou acertos, porém não podemos deixar de antever, no dia a dia das Lojas, as práticas estereotipadas com base nos conceitos defraternidade, igualdade e liberdade, além das afirmações extemporâneas de aprimoramento pessoal, filantropias e outros “ismos” que fazem parte do discurso maçônico encomiasta, enfadonho e nada criativo desenvolvido na maioria das reuniões, acompanhado de elogios retóricos e sem sentidos.
Se não, vejamos:
As diretivas propostas pela maioria das Lojas se misturam a desejos pessoais, muitos inconfessáveis, pois se perdem nas brumas dos vícios e defeitos destes que não se policiam para enterrá-los e os VVen.'.MM.'. , sem a experiência adequada para dirigirem uma assembleia maçônica, pouco podem fazer para corrigirem rumos. E outros, levados pela prevalência da formação profana, principalmente de sua religiosidade, confundem os méritos do objetivo maçônico com a complacência nos erros (bondade ou subserviência?) e na conivência das atitudes indolentes ao não reagir às necessárias mudanças frente ao império da globalização contemporânea que induz ao TER e não ao SER.
Transformar uma Loja maçônica em um clube social, em empresa lucrativa, clinica de repouso, em “SPA”, em ponto de encontro descontraído para um bate papo descompromissado, em academia antiestresse, e em mais uma dezena de interesses que dão prazeres pessoais em detrimento da verdadeira finalidade e consequente objetivo da Maçonaria já se tornaram práticas institucionais da Ordem. São consuetudinárias (usos e costumes) e se grudaram de tal forma que não se consegue entender uma célula maçônica sem qualquer dos usos citados.
A deformação já é patente em sua forma mais crítica quando ouvimos frases do tipo: será que hoje vai ter um trucozinho... O que será que vamos jantar hoje... (Lembram daquela Loja de sexta-feira ?)Será que o irmão vai estar lá hoje, preciso ver um negócio com ele... Hoje, eu vou á Loja porque vai haver uma homenagem e eu tenho de aparecer por lá... Em vez de: eu tenho de ir à Loja pelo fato de o assunto ser importante para mim e a sociedade...
Vou á Loja porque o estudo que estamos desenvolvendo é interessante... Necessito ir à loja para participar das discussões de assuntos relevantes para nosso país... Vou à Loja para, pelo conhecimento propiciado pelos estudos, melhorar meu “status” intimo...
Mas, onde é o limite entre a tolerância e a responsabilidade de se combater o mal, com a finalidade de tornar a Loja mais unida e mais forte, em torno de irmãos mais sábios?
A Maçonaria está estruturada de tal forma que as ideias podem e devem ser confrontadas, pois é desejável e necessário que os maçons tenham fortes compromissos com “ideais claros e propostas concretas, defendendo-as ao lado de seus irmãos quando com eles identificados, ou mesmo em oposição a eles, quando honestamente acreditar na verdade de seu pensamento. É, portanto, impensável a Maçonaria sem o momento da Loja justa e perfeita, dirigida pela sabedoria, sustentada na força da razão e ornada pela beleza dos sentimentos votados ao bem social”. [ Leiam: A MAÇONARIA – UM ENSAIO FILOSÓFICO, Ed. A TROLHA, Londrina/PR, 1989, p.121].
É justo, então, pensar que só o estudo sistematizado, a discussão aberta nos encontros e desencontros de ideias, a atenção voltada para o bem comum e abrangente na interação com a sociedade, farão do adepto maçom um verdadeiro maçom convicto de seu papel junto a seus pares e a sociedade vigente.
E hoje? Tomamos, aqui, as palavras de um Irmão (M.·.I.·.), que expõe sua compreensão e prática maçônica de modo a fazer um alerta, aos ilustres mestres, em vista de um caminho que pode levar a descaminhos pessoais, sociais ou ideológicos evidenciando a deterioração lenta as células maçônicas, com algumas exceções, é claro.
“Hoje, pode-se dizer, sem medo de errar, que somos uma das instituições menos engajadas socialmente... o maior número de membros.......... (desinteressados?)...quiçá uma das instituições mais confusas, contraditórias e sem fundamentação doutrinária do Brasil. Isso, sem contar nossa absoluta desorganização institucional”...
“Hoje, pode-se dizer, sem medo de errar, que somos uma das instituições menos engajadas socialmente... o maior número de membros.......... (desinteressados?)...quiçá uma das instituições mais confusas, contraditórias e sem fundamentação doutrinária do Brasil. Isso, sem contar nossa absoluta desorganização institucional”...
“Se entrevistarmos dez maçons fazendo a mesma pergunta, obteremos dez respostas diferentes, uma mais confusa que a outra e todos jurando que a sua é a correta (sem nenhuma prova, é claro)”.
“O que aconteceu”?
“Que discutam egrégoras, sexo dos anjos e se matem por um aventalzinho mais enfeitado... que afundem na própria vaidade e no vazio de propósitos que fazem questão de manter... que continuem achando que são "o máximo" com seus fitões, comendas e títulos altissonantes... Que nossos "Grãos", "Grandes" e "Poderosos" inflem as velas de sua vaidade até flutuarem nas fátuas e vãs homenagens dos áulicos que lhes servem de tapete”.
“Enquanto permanecemos estagnados dentro de nosso mundinho, a história segue seu curso inelutável indiferente às "dignidades fabricadas" à força de politicagem, entaladas em suas alfaias luzentes”.
“Ou nos mobilizamos para retomarmos nossa caminhada junto à sociedade ou assinaremos a sentença de morte de nossa Ordem. Uma morte lenta, agonizante... mas que fatalmente virá”.
Parece-nos que o irmão citado é um arauto do caos, mas a bem da razão e análise dos fatos e ocorrências existe uma forte dose de muita verdade na exposição de sua criticidade ("O exercício da criticidade requer disposição de pensamento e liberdade de reflexão, também do espaço mais que necessário para a sua expressão...")
Finalizando para maior reflexão e juízo:
“Todo o conhecimento humano começou com intuições, passou daí aos conceitos e terminou com ideias” (Immanuel Kant) e
“Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que estão equivocados”.... “Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente” (Sócrates).
"Os desvios das boas regras são tanto mais perigosos, quanto maior a altura donde procedem, e com tanto mais franqueza devem ser rebatidos, quanto mais elevada a autoridade que os apadrinhe." (Rui Barbosa)
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