terça-feira, 2 de julho de 2013

A IMPORTÂNCIA E O SIGNIFICADO DA RITUALÍSTICA EM LOJA



Meus Irmãos  vou tentar esclarecer um fato, pouco conhecido tanto do mundo profano como de muitos Irmãos Maçons, ainda que já provado pela ciência, e exaustivamente discutido em todo o mundo, que seria a existência de dois fluxos contínuos e inesgotáveis de força. Um correndo entre os polos e o Equador e outro em sentido perpendicular se movendo em torno da Terra. O Eixo Magnético!

            Essas duas correntes exercem uma forte influência sobre os trabalhos em Loja e o desconhecimento tanto de sua existência e ação, como das formas de se trabalhar com elas positivamente, é o responsável por muitos dos problemas enfrentados por Irmãos em Sessões Maçônicas. Os desacertos, as desavenças, a desmotivação que frequentemente ocorrem e parecem estar se tornando uma constante, seja em Lojas Simbólicas ou mesmo em Corpos Filosóficas, são uma prova de que essas forças se encontram em total desarmonia nesses ambientes.

            Apesar de saberem que é um fato, e que pode ser provado até mesmo com instrumentos de uso didático, como um simples pêndulo ou medidor de aura, a grande maioria das pessoas não reconhece isso embora tais forças sejam de natureza diversa daquelas que atuam em um imã de ferro ou aço.

            Há pessoas tão sensíveis ou sensitivas a tais forças que não conseguem conciliar o sono e nem dormem tranquilas se se deitam em posição cruzada àquelas forças. Já outras formem melhor com a cabeça voltada para o Norte ou para o Sul. Segundo prescreve o Livro dos Mortos do Antigo Egito, as múmias dos Faraós, após cuidadosamente embalsamadas e ritualisticamente tratadas, eram deitadas com a cabeça voltada para o Norte.

            Nesse sentido, houve um fato curiosíssimo que teve lugar no Museu do Cairo, citado pelo escritor e pesquisador Peter Kolosimo em sua obra “Terra Senza Tempo” (traduzida para o português com o título de “Antes dos Tempos Conhecidos”), editada na Itália em 1968.

Segundo Kolosimo, desde 1886 a múmia de Ramsés II, o Faraó que reinou durante o cativeiro dos judeus, estava preservada no Museu dentro de um esquife de vidro, numa das salas de exposição onde podia ser vista por turistas e visitantes. Numa tarde particularmente quente, ouviu-se um forte rangido e o barulho de vidros estilhaçados vindos do esquife. Eis que a múmia subitamente se pusera sentada, abrindo a boca como que para gritar, virando a cabeça de um só golpe para o Norte, abrindo os braços sobre o peito e arrebentando com a mão direita o vidro que a protegia.

Inúmeros visitantes experimentaram momentos de intenso pânico; outros desmaiaram e outros ainda lançaram-se pelas escadas abaixo ou pelas janelas para serem mais rápidos. Houve diversos feridos e o governo egípcio foi obrigado a pagar pesadas indenizações. Muito embora os peritos se apressassem em esclarecer que a umidade e o calor do Cairo haviam sido os responsáveis por uma contratura dos tecidos da múmia, ninguém acreditou que o fato se devera a uma simples mudança climática. Hoje a múmia repousa exatamente como prescrito pela oração sepulcral... com a cabeça cuidadosamente voltada para o Norte!

Feita esta introdução aparentemente desligada da vida maçônica, vejamos então qual a relação que existe entre as correntes de força e nossos trabalhos em Loja, iniciando pela entrada no Templo, nem sempre feita de forma bem cuidada mesmo quando são dispensadas as formalidades ritualísticas. Não há uma atitude de concentração e, consequentemente, de desligamento do mundo profano.

É forçoso compreender que se conseguirmos um nível alto de concentração, e de mentalização dessas forças que estão ao nosso redor, poderemos formar um foco de intensa e especial magnetização do pavimento mosaico e do próprio espaço que fica sobre o mesmo. Com isso, estaremos ajudando o Venerável na presidência dos trabalhos, visto que cabe a ele a tarefa de dirigir e obter efetivamente essa magnetização, cujo propósito definido é o de saturar esse espaço com a mais pura e elevada influência dos altos planos espirituais; de criar mesmo uma muralha de contenção ao seu redor para que essa influência benéfica fique ali retida durante todo o transcorrer da Sessão.

Ao se gerar a forma mental desejada esta age de forma semelhante a um condensador e a energia, então, não se dissipa pela redondeza. No campo da Mecânica, analogamente, sabe-se que é inútil a geração de uma grande quantidade de vapor d’água se não houver simultaneamente a manutenção da pressão adequada e necessária.

Quando corretamente conduzida a sua construção, pelo poder da mente guiada pelo espírito, forma-se por sobre e em torno da Loja uma forma mental magnífica e radiante, de perfeitas proporções. É um caminho especialmente aberto tanto para receber quanto para transmitir efetivamente a Força Divina que a devoção dos Irmãos conseguir atrair e manter. Quando incorretamente conduzida, quando o ambiente estiver contaminado por profanidades, pode-se obter o efeito contrário, ou seja, as forças atraídas serão exatamente as negativas, pois que estas transitam igualmente ao nosso redor.

É importante que se atente aqui que falamos especificamente “Loja” e não “Templo”. Quando nos encontramos em Loja isso significa que deveríamos estar mental e espiritualmente já em um outro contexto que não o do plano físico da construção. A Loja, apesar do termo designar errônea e comumente o local físico, não é de natureza material e sim etérea, mental, espiritual. Pertence aos planos superiores eis que transcende a matéria bruta e imperfeita.

Qual o sentido de todo nosso esforço maçônico, se não houver em nós e em nossos cerimoniais o propósito tanto de atrair como de conservar a Força Divina? Esses cerimoniais que empregamos, apesar de lamentavelmente não serem compreendidos em toda sua magnitude e significado, não são um mero formalismo e sim uma forma de evocação de admirável eficácia. Ela atrai os espíritos de luz para nos auxiliarem na preparação dos meios de prestarmos o serviço que fomos incumbidos de prestar à humanidade.
Chamamos “trabalhos” às cerimônias que praticamos, mas como se encontra tão distante da realidade esse termo, por demais pobre para exprimir o que ocorre em Loja! Porém, se colocarmos nossas energias na construção de um canal pelo qual flua a Energia Divina para auxílio do mundo, e nosso próprio então, aí sim, estaremos trabalhando seguramente. Conseguiremos assim acumular forças de enorme poder espiritual, que transcendem o plano humano e se derramarão como uma benção inesgotável sobre o mundo. Sem que isso aconteça realmente, como resultado de um propósito firme e aceito, “estaremos apenas construindo imensos portais que não conduzem a parte alguma!”.

É fundamental, ainda, para esse propósito, que encaremos o Templo com sincera e profunda reverência, ainda que seja ele físico, pois em seu interior a Loja se realiza. Devemos considera-lo, pois, como o mais devoto crente considera o templo de sua religião onde, segundo ele crê, se realizam os mistérios da fé que professa e que tornam sagrada e transubstanciada a matéria.

Se sabemos que o Templo pode ser magnetizado – e pode, sem qualquer sombra de dúvida – é preciso o máximo cuidado para conservar o pleno vigor desse magnetismo. Assim é que, dentre outras atitudes, não se deve andar em sentido contrário ao da circulação ritualística, nem adentrar o Templo e nele permanecer, muito menos em Loja Aberta, com a mente imbuída de pensamentos mundanos como cuidados, tristezas e outros conflitos da vida profana. Entramos em Loja para realizar uma obra definida a serviço da humanidade e ela reclama nossa atenção indivisível enquanto durar a Sessão.

O auxílio dos Irmãos é de capital importância e significado ao secundarem o Venerável, que também tem sua tarefa específica a realizar, mas que certamente se desincumbirá muito melhor dela se cada um a compreender e com ela cooperar. Mas, isso tem que ser feito com cooperação cordial e não simplesmente por aquiescência rotineira, com cada Irmão pensando viva e intensamente o que está fazendo, junto com o Venerável.

Vamos para o Templo com o propósito de doar, e não o de receber apenas e o que pudermos doar em termos de força e auxílio espirituais dependerá decisivamente da intensidade e concentração de nosso pensamento no que fazemos, e do grau de compreensão com que o fizermos.

A maioria das emoções no mundo está mal dirigida, o que é provocado pelo egoísmo em suas várias modalidades de Inveja, Ciúmes, Orgulho, Cólera ou Intolerância. É necessário, portanto, que nos cubramos vigorosa e rigorosamente contra esse vasto e tormentoso oceano de excitações desnecessárias, para que consigamos manter puros e elevados sentimentos, e conservarmos a tranquilidade filosófica requerida pelas emoções e pensamentos harmônicos.

É indispensável que a harmonia se faça presente em nossos interiores, verdadeiros Templos Internos, tornando-os receptivos e alegres, abandonando todo sentimento negativo de posse e perseverando confiante no Mestre dos Mestres e no Cristo Interior que se faz presente no trabalho sincero.

Há que se buscar sempre a Luz da Verdade, na união com o Grande Arquiteto do Universo, que é Deus, e não por amor próprio mas para sermos, cada um de nós, um canal por onde flua livremente o Amor Divino para benefício de todos os homens, nossos irmãos universais. Por isso que devemos nos atentar à Ritualística, horários de inicio e fim dos trabalhos, paramentos, vestimenta e Egrégora.

Tenho dito!

Ir.’. Denilson Forato M.’.I.’.

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