Meus
Irmãos vou tentar esclarecer um fato,
pouco conhecido tanto do mundo profano como de muitos Irmãos Maçons, ainda
que já provado pela ciência, e exaustivamente discutido em todo o mundo, que
seria a existência de dois fluxos contínuos e inesgotáveis de força. Um
correndo entre os polos e o Equador e outro em sentido perpendicular se movendo
em torno da Terra. O Eixo Magnético!
Essas duas correntes exercem uma
forte influência sobre os trabalhos em Loja e o desconhecimento tanto de sua
existência e ação, como das formas de se trabalhar com elas positivamente, é o
responsável por muitos dos problemas enfrentados por Irmãos em Sessões
Maçônicas. Os desacertos, as desavenças, a desmotivação que frequentemente
ocorrem e parecem estar se tornando uma constante, seja em Lojas Simbólicas ou
mesmo em Corpos Filosóficas, são uma prova de que essas forças se encontram em total
desarmonia nesses ambientes.
Apesar de saberem que é um fato, e
que pode ser provado até mesmo com instrumentos de uso didático, como um
simples pêndulo ou medidor de aura, a grande maioria das pessoas não
reconhece isso embora tais forças sejam de natureza diversa daquelas que atuam
em um imã de ferro ou aço.
Há pessoas tão sensíveis ou
sensitivas a tais forças que não conseguem conciliar o sono e nem dormem
tranquilas se se deitam em posição cruzada àquelas forças. Já outras formem
melhor com a cabeça voltada para o Norte ou para o Sul. Segundo prescreve o
Livro dos Mortos do Antigo Egito, as múmias dos Faraós, após cuidadosamente
embalsamadas e ritualisticamente tratadas, eram deitadas com a cabeça voltada
para o Norte.
Nesse sentido, houve um fato
curiosíssimo que teve lugar no Museu do Cairo, citado pelo escritor e
pesquisador Peter Kolosimo em sua obra “Terra
Senza Tempo” (traduzida para o português com o título de “Antes dos Tempos Conhecidos”), editada
na Itália em 1968.
Segundo Kolosimo, desde 1886 a múmia de
Ramsés II, o Faraó que reinou durante o cativeiro dos judeus, estava preservada
no Museu dentro de um esquife de vidro, numa das salas de exposição onde podia
ser vista por turistas e visitantes. Numa tarde particularmente quente,
ouviu-se um forte rangido e o barulho de vidros estilhaçados vindos do esquife.
Eis que a múmia subitamente se pusera sentada, abrindo a boca como que para
gritar, virando a cabeça de um só golpe para o Norte, abrindo os braços sobre o
peito e arrebentando com a mão direita o vidro que a protegia.
Inúmeros visitantes experimentaram
momentos de intenso pânico; outros desmaiaram e outros ainda lançaram-se pelas
escadas abaixo ou pelas janelas para serem mais rápidos. Houve diversos feridos
e o governo egípcio foi obrigado a pagar pesadas indenizações. Muito embora os
peritos se apressassem em esclarecer que a umidade e o calor do Cairo haviam
sido os responsáveis por uma contratura dos tecidos da múmia, ninguém acreditou
que o fato se devera a uma simples mudança climática. Hoje a múmia repousa
exatamente como prescrito pela oração sepulcral... com a cabeça cuidadosamente voltada
para o Norte!
Feita esta introdução aparentemente
desligada da vida maçônica, vejamos então qual a relação que existe entre as
correntes de força e nossos trabalhos em Loja, iniciando pela entrada no
Templo, nem sempre feita de forma bem cuidada mesmo quando são dispensadas as
formalidades ritualísticas. Não há uma atitude de concentração e,
consequentemente, de desligamento do mundo profano.
É forçoso compreender que se
conseguirmos um nível alto de concentração, e de mentalização dessas forças que
estão ao nosso redor, poderemos formar um foco de intensa e especial
magnetização do pavimento mosaico e do próprio espaço que fica sobre o mesmo.
Com isso, estaremos ajudando o Venerável na presidência dos trabalhos,
visto que cabe a ele a tarefa de dirigir e obter efetivamente essa
magnetização, cujo propósito definido é o de saturar esse espaço com a mais
pura e elevada influência dos altos planos espirituais; de criar mesmo uma
muralha de contenção ao seu redor para que essa influência benéfica fique ali
retida durante todo o transcorrer da Sessão.
Ao se gerar a forma mental desejada esta
age de forma semelhante a um condensador e a energia, então, não se dissipa
pela redondeza. No campo da Mecânica, analogamente, sabe-se que é inútil a
geração de uma grande quantidade de vapor d’água se não houver simultaneamente
a manutenção da pressão adequada e necessária.
Quando corretamente conduzida a sua
construção, pelo poder da mente guiada pelo espírito, forma-se por sobre e em torno
da Loja uma forma mental magnífica e radiante, de perfeitas proporções. É um
caminho especialmente aberto tanto para receber quanto para transmitir
efetivamente a Força Divina que a devoção dos Irmãos conseguir atrair e manter.
Quando incorretamente conduzida, quando o ambiente estiver contaminado por
profanidades, pode-se obter o efeito contrário, ou seja, as forças atraídas
serão exatamente as negativas, pois que estas transitam igualmente ao nosso
redor.
É importante que se atente aqui que
falamos especificamente “Loja” e não
“Templo”. Quando nos encontramos em
Loja isso significa que deveríamos estar mental e espiritualmente já em um
outro contexto que não o do plano físico da construção. A Loja, apesar do termo
designar errônea e comumente o local físico, não é de natureza material e sim
etérea, mental, espiritual. Pertence aos planos superiores eis que transcende a
matéria bruta e imperfeita.
Qual o sentido de todo nosso esforço
maçônico, se não houver em nós e em nossos cerimoniais o propósito tanto de
atrair como de conservar a Força Divina? Esses cerimoniais que empregamos,
apesar de lamentavelmente não serem compreendidos em toda sua magnitude e
significado, não são um mero formalismo e sim uma forma de evocação de
admirável eficácia. Ela atrai os espíritos de luz para nos auxiliarem na
preparação dos meios de prestarmos o serviço que fomos incumbidos de prestar à
humanidade.
Chamamos “trabalhos” às cerimônias que praticamos, mas como se encontra tão
distante da realidade esse termo, por demais pobre para exprimir o que ocorre
em Loja! Porém, se colocarmos nossas energias na construção de um canal pelo
qual flua a Energia Divina para auxílio do mundo, e nosso próprio então, aí sim,
estaremos trabalhando seguramente. Conseguiremos assim acumular forças de
enorme poder espiritual, que transcendem o plano humano e se derramarão como
uma benção inesgotável sobre o mundo. Sem que isso aconteça realmente, como
resultado de um propósito firme e aceito, “estaremos
apenas construindo imensos portais que não conduzem a parte alguma!”.
É fundamental, ainda, para esse
propósito, que encaremos o Templo com sincera e profunda reverência, ainda que
seja ele físico, pois em seu interior a Loja se realiza. Devemos considera-lo,
pois, como o mais devoto crente considera o templo de sua religião onde,
segundo ele crê, se realizam os mistérios da fé que professa e que tornam
sagrada e transubstanciada a matéria.
Se sabemos que o Templo pode ser
magnetizado – e pode, sem qualquer sombra de dúvida – é
preciso o máximo cuidado para conservar o pleno vigor desse magnetismo. Assim é
que, dentre outras atitudes, não se deve andar em sentido contrário ao da
circulação ritualística, nem adentrar o Templo e nele permanecer, muito menos
em Loja Aberta, com a mente imbuída de pensamentos mundanos como cuidados,
tristezas e outros conflitos da vida profana. Entramos em Loja para realizar uma obra definida a serviço da
humanidade e ela reclama nossa atenção indivisível enquanto durar a Sessão.
O auxílio dos Irmãos é de capital
importância e significado ao secundarem o Venerável, que também tem sua tarefa
específica a realizar, mas que certamente se desincumbirá muito melhor dela se
cada um a compreender e com ela cooperar. Mas, isso tem que ser feito com
cooperação cordial e não simplesmente por aquiescência rotineira, com cada
Irmão pensando viva e intensamente o que está fazendo, junto com o Venerável.
Vamos
para o Templo com o propósito de doar, e não o de receber apenas e o que pudermos
doar em termos de força e auxílio espirituais dependerá decisivamente da
intensidade e concentração de nosso pensamento no que fazemos, e do grau de
compreensão com que o fizermos.
A maioria das emoções no mundo está mal
dirigida, o que é provocado pelo egoísmo em suas várias modalidades de Inveja,
Ciúmes, Orgulho, Cólera ou Intolerância. É necessário, portanto, que nos
cubramos vigorosa e rigorosamente contra esse vasto e tormentoso oceano de
excitações desnecessárias, para que consigamos manter puros e elevados
sentimentos, e conservarmos a tranquilidade filosófica requerida pelas emoções
e pensamentos harmônicos.
É indispensável que a harmonia se faça
presente em nossos interiores, verdadeiros Templos Internos, tornando-os
receptivos e alegres, abandonando todo sentimento negativo de posse e
perseverando confiante no Mestre dos Mestres e no Cristo Interior que se faz
presente no trabalho sincero.
Há
que se buscar sempre a Luz da Verdade, na união com o Grande Arquiteto do
Universo, que é Deus, e não por amor próprio mas para sermos, cada um de nós,
um canal por onde flua livremente o Amor Divino para benefício de todos os
homens, nossos irmãos universais. Por isso que devemos nos atentar à Ritualística,
horários de inicio e fim dos trabalhos, paramentos, vestimenta e Egrégora.
Tenho dito!
Ir.’. Denilson Forato M.’.I.’.
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