quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Iniciação - Autor Artur da Costa Sanfins - AM


           

É uma honra e um privilégio poder esta aqui com vocês apresentando meu primeiro trabalho na maçonaria.
Hoje vou falar sobre Iniciação, a minha iniciação, meu “batismo maçônico”.
Este assunto se tornou muito importante porque o mundo vive uma revolução tecnológica mas nossos princípios estão em queda. Corrupção, egoísmo, individualismo,  vaidade , nos esquecemos que estamos no mesmo planeta, no mesmo barco, que somos todos um, que juntos fazemos melhor.

 A Maçonaria durante todos estes séculos passados tem honrado este planeta através de diversos pilares sendo a  fraternidade um deles, e isto deve continuar.
A apenas alguns dias participei deste iniciação, um evento marcante para min.
Minha história começa a muitos anos atrás, sempre me interessei por Egito, Sumérios, Essênios e outros que tiveram grande relevância na história. Seus conhecimentos contribuíram como o berço de muitas ciências.

Ao longo dos anos fui pesquisando e aprendendo, seja astrologia, astronomia, matemática, arquitetura,  as quais sempre me despertaram interesse, seja pela simbologia, seja pela tecnologia que há muitos milênios foram utilizados por estas civilizações. Muitos conhecimentos que dos quais os cientistas atuais ainda não entendem.
Quando fazia reforço para alunos em história  sempre fiz questão de conta-la mostrando a origem dos acontecimentos, envolvimentos e consequências do que havia sido feito, não simplesmente como um fato isolado. Desta maneira era rapidamente absorvido e entendido por eles.

Em 2004 surgiu nas telas dos cinemas o filme “A Lenda do Tesouro Perdido” com Nicolas Cage, que me deixou literalmente alucinado pela história que citava, envolvente, cheia de ligações com inúmeros eventos da história, claro que com toques de cinema e que devem ser vistos prudentemente devido a liberdade literária.

Desde então minha mente procura algo mais, e quando se busca algo, passamos a filtrar informações sobre o assunto, e eu cada vez mais via símbolos, procurava o porque.
Em visita a França pela primeira vez, me expus ao lema  Liberté, Egalité, Fraternité (Liberdade, igualdade, fraternidade, em português) , o resultado de uma batalha contra a vaidade, injustiça. Iluministas em busca de novas maneiras de pensar e agir, entre outras causas. Mais símbolos, mais pilares que já faziam parte de mim, nada por acaso ...
Passado algum tempo conheci o agora irmão Denilson Forato, só colocou mais lenha na fogueira, com seu amplo conhecimento de história, imaginem como fiquei...
Vários anos se passaram, nossa amizade prosperou, nossas conversas corriam de forma fácil, fluída, cheia de novidades que agora eu bebia feito um sedento no deserto, era e é bom conversar com ele.

Um belo dia conversamos sobre a maçonaria, vi o quanto era próximo ao que eu procurava, tempos depois veio o convite para  me juntar...
 

Reflito que foi trabalhoso passar por diversas conversar com outros irmãos, perguntas e mais perguntas, respostas e mais respostas, documentos e mais documentos. Então veio o dia em que me avisou da data da iniciação.
Compartilho que este momento foi muito especial, não sabia como encarar o fato, digo que devido a alguns acontecimentos anteriores ao contato com o Denilson, fiquei apreensivo, seria uma realidade ? 

Mas o dia chegou, agora era real.

Imaginem então o que se passou comigo quando vim para esta iniciação,  eu que já havia lido muitos livros sobre simbologias, astrologia, Egito, Sumérios, Essênios,  outros filmes como “StarGate”, tudo passava numa fração de tempo.
Uma honrada ordem onde a liberdade, fraternidade, igualdade são os pilares, exemplos históricos de tantos personagens ilustres, onde os valores humanos e a irmandade é o anseio normal. Parecia um sonho.

Embora receoso com tudo isto, a amizade e a postura do Denilson pesavam  no lado da confiança  e confiei, então começou a iniciação.
A ida ao lugar de nosso ultimo repouso aqui na terra, as simbologias, palavras cifradas, tudo era especial, vendado, passei por muitas sensações.

Fui despojado de meus objetos, carteira, dinheiro,  e celular. Me senti pelado.
Colocado em um local que havia barulho de ferramentas, simulação dos primórdios de trabalhos nas obras, cheio de barulhos que me lembravam os lugares onde pedreiros e serventes trabalham, ruídos de ferramentas como pá de pedreiro, enxadas, cinzéis e outros eram  reconhecidos, o quanto tempo que fiquei aguardando não sei, serviu para reflexão de tudo que passara, vendado e na escuridão, passavam filmes e mais filmes em minha mente, talvez um pouco do personagem de Indiana Jones , descobridores dos novos mundos, mas muito mais profundo, isto era realidade e eu procurava absorver cada segundo, tentando encaixar o enredo em alguma linha de história...

Levado a uma câmara, cheia de símbolos, lugar de reflexão, pouca luz, água, fogo, ar, frases, elementos que nos levam ao mais profundo dos ensinamentos e ao mesmo tempo nos advertem, isto não é para qualquer um, isto é sério.
Um dos momentos que mais me deixou apreensivo foi quando precisei beber algo durante o ritual,  eu pensava... se nem em festa eu bebo algo que ficou longe de minhas mãos, imagine agora vendado, lembrei “confia” e confiei, e na sequencia outro liquido, gosto de fel, e mais rituais, fiz várias viagens simbólicas, lições aprendidas por eles durante estes muitos séculos que agora também aprendia.

Estive em uma sala, me desvendaram brevemente, se podia ver um caixão com uma pessoa dentro, cercado de pessoas encapuzadas, velas, cena pesada, um visível aviso aos curiosos, mais uma vez o alerta a seriedade de tudo aquilo.
Os rituais foram se encadiando...

Até que a luz foi permitida, depois de muita reflexão, como é bom ver novamente a luz. Neste momento fui apresentado aos que agora passei a chamar de irmãos. Me senti acolhido, renascido, feito criança, recebi um avental, símbolo de que o trabalho será constante, mas tenho certeza que compensará, passei a ser um aprendiz .
Passar por um rito destes, poucas pessoas já passaram, mas muitos deveriam passar, aprender o que muitos aprenderam no decorrer dos séculos e agora de forma simbólica aprendemos de forma menos cruel, sem os incômodos da sede, fome, sem as masmorras onde tantos pereceram.

Finalizando, convido todos a manter esta irmandade  propagando a liberdade , a igualdade, a fraternidade, o trabalho em prol do próximo, o desenvolvimento pessoal e da pátria.
Irmãos, vamos dominar o EGO, a Vaidade, temos muito o que fazer pela humanidade !
Muito obrigado !



Fonte: Dados próprios, artigos de Denilson Forato


Santo André 24 de agosto de 2016


TFA

Artur Da Costa Sanfins

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

"Onde está o segredo Maçônico?" --" Está dentro de você" -- Denilson Forato



  
A Iniciação tem como objeto conduzir o indivíduo até ao Conhecimento por meio de uma iluminação interior, projeção e apreensão no centro do Eu humano da luz transcendente. Constitui o verdadeiro "batismo maçônico". É o começo de uma vida nova. É através da iniciação que um indivíduo recebe os primeiros conhecimentos de uma sociedade secreta que se chama Maçonaria, ingressa na Ordem, transformando-se em Irmão e inicia a aprendizagem dos segredos da Maçonaria, saindo das "trevas" para a luz.

Esta alegoria encontra-se corporizada na venda colocada sobre os olhos do iniciando e que apenas é retirada, quando da sua aprovação, no final da cerimônia. À escuridão que se manteve sucede então o conhecimento da realidade envolvente - a loja ritualmente preparada e os Irmãos decorados conforme o grau.
Irmãos, embora ainda não conheça profundamente a Maçonaria, penso que a iniciação é a mais importante cerimônia maçônica e o ato mais relevante da vida de um maçom. A sua origem não é apenas simbólica, mas resultou da necessidade que as antigas sociedades sentiram de conservarem em rigoroso sigilo os seus mistérios e de propagar as suas doutrinas.

As iniciações Maçônicas vêm, ao longo dos anos, de acordo com a investigação que efetuei, sendo associadas aos chamados Antigos Mistérios. Os mistérios de Mitra, de Ceres, dos Essênios, têm sido colocados como pontos de partida para as iniciações Maçônicas.

A iniciação é um processo continuo que tem como finalidade proporcionar o desenvolvimento da qualidade de Maçon. Nenhum Irmão deve pensar que a partir do momento do cerimonial, passa de Neófito para Maçon. A iniciação não é um processo de revelação repentina. É o inicio de um caminho de aprendizagem através dos tempos no qual nos vamos tornar uns verdadeiros maçons.

A iniciação apenas nos oferece os instrumentos para o nosso aperfeiçoamento e transformação.
O método da iniciação é uma via essencialmente intuitiva. Esta é a razão porque a franco-maçonaria usa símbolos - um símbolo é uma imagem sensível utilizada para exprimir uma idéia oculta, mas analógica - que servem para provocar a iluminação através da aproximação analógica Esta linguagem tradicional, imemorial e universal permite estabelecer, através do tempo e do espaço, a relação adequada entre o sinal e as idéias.

A iluminação que os símbolos provocam permite, ao mesmo tempo, apreender os diferentes pontos de vista e unificá-los, revelando a unidade que os transcende e fazendo passar do conhecido ao desconhecido, do visível ao invisível, do finito ao infinito.

Por esta razão, é difícil traduzir os símbolos maçônicos em linguagem usual sem lhes falsear o sentido profundo e o valor.
Digamos apenas que tais símbolos são tirados quer da tradição religiosa, quer do hermetismo e da alquimia, constituindo uma transposição de uns e de outros para a forma e para o uso dos utensílios dos mações operativos. Além disso, eles não consistem somente em objetos, mas também em gestos, sinais, palavras, lendas e parábolas. A própria fórmula Grande Arquiteto do Universo é um símbolo que exprime a Força Criadora Suprema.

Os símbolos na Maçonaria podem dividir-se em três tipos:

Símbolos religiosos tradicionais:

O triângulo, o delta luminoso, os três pontos: o símbolo evoca, nas suas três formas, a idéia da divina Trindade;
O Templo de Salomão e os seus adornos;

Símbolos herméticos e alquímicos:

Os quatro elementos: terra, ar, água e fogo; 
Os três princípios da Grande Obra: enxofre, o sal e o mercúrio;
A fórmula V.I.T.R.I.O.L. - Visita o interior da terra e, retificando, descobrirás a pedra oculta.
 "Trata-se de um convite à investigação do Ego profundo, que não é senão a própria alma humana, no silêncio e na meditação" segundo Jules Boucher- A Simbólica Maçônica-Ed Pensamento

Utensílios maçônicos:

O compasso: medida na procura;
O esquadro: retidão na ação;
O maço: vontade na aplicação;
O fio de prumo: profundidade na observação;
O nível: atuação correta dos conhecimentos;
Avental: simboliza o trabalho constante.

 O segredo e o silêncio maçônico

 Nos tempos antigos, as Sociedades Iniciáticas possuíam os seus segredos e exigiam silêncio absoluto a todos os seus iniciados. 
A Maçonaria não foi diferente. Em tempos de Maçonaria Operativa, era absolutamente necessário que os processos técnicos que envolviam a arte de construir fossem protegidos. 
A Maçonaria Especulativa herdou estes famosos segredos que, outrora, serviram de base para as grandes perseguições sofridas.
Na sociedade atual, todas as pessoas têm acesso à informação, praticamente, não existe mais nenhum segredo na Maçonaria.Mas não se fala de Maçonaria em meio profano, nunca! 

Contudo, para o Mundo profano, continuamos a ter o nosso segredo. O segredo maçônico é, de fato, de ordem simbólica e iniciática e leva anos a se descobrir.
Para alguns autores, o segredo maçônico é um estado de iluminação interior, uma evolução que se alcança pela iniciação, que a linguagem humana não poderia traduzir e, portanto, trair, pois as palavras correspondem a conceitos, enquanto o pensamento iniciático transcende ao pensamento conceptual.

Desta forma, o segredo da Maçonaria só poderá ser apreendido depois de muito estudo,suor,decepções, lágrimas e reflexão.

De fato o segredo maçônico é incomunicável, pois reside essencialmente no simbolismo dos ritos, sinais, emblemas e palavras. E estes, embora possam ser conhecidos e divulgados, só são compreensíveis pelos iniciados.

"os verdadeiros segredos da Franco-Maçonaria são aqueles que não são ditos ao adepto e que ele tem de aprender a conhecer pouco a pouco, à medida que vai soletrando os símbolos". Assim, e de acordo com R. Guenon "o que é transmitido pela iniciação não é o próprio segredo, pois ele é incomunicável, mas a influência espiritual que tem os ritos por veículos".

O Segredo é aprendido com: Frequência em Loja, Assiduidade,Pontualidade, Comparecimento,Presença "viva", Participação, Trabalhos,  Elaboração de trabalhos, visitas em outras Lojas, Convívio entre os Irmãos, Dominação do EGO e da VAIDADE , Leitura e muito Estudo.

Denilson Forato - MI

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Convite para a Instalação e posse da Adm 2016-2017


ADM 2016-2017

CHAPA: AMIZADE E CONSTÂNCIA
ARLS FRATERNIDADE E AMIZADE - 321-GOP
Venerável Mestre – ADM 2016-2017
Eduardo Sélio Mendes Jr.


Luzes
Venerável Mestre
Eduardo Sélio Mendes Jr.
Primeiro Vigilante
Antonio Carlos Cabrino Mendonça
Segundo Vigilante
Luiz Carlos Tanaka

Dignitários
Orador
Carlos Alberto Pereira
Secretário
Denílson Forato
Tesoureiro
Eduardo Sélio Mendes
Chanceler
Pedro da Silva

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Pela Ordem? ou Questão de Ordem?

Meus Irmãos vamos revisar algumas dicas :

Muitas vezes ouvimos em Loja um obreiro pedir a palavra diretamente ao Venerável Mestre, levantando-se e dizendo “pela ordem!” ou então “questão de ordem!”, principalmente quando a “palavra” está correndo nas Colunas.
Com esse pedido o Obreiro quer alertar que a ordem dos Trabalhos não está adequada, ou algo foi suprimido ou algo não está correto. Pode ser feito em qualquer período da Sessão.


Uma “questão de ordem” sobrepõe-se a qualquer outro pedido de palavra e quem a pediu só poderá falar, especificamente, sobre a alegada alteração da ordem. Cumpre esclarecer, subsidiariamente, que muitos Irmãos pedem a palavra “pela ordem”, sem saber o que estão fazendo, havendo muitos, inclusive, que acham que “pela ordem!” é pela “Ordem Maçônica” o que é um erro crasso, vide (Mestre José Castellani).


E aí falam sobre assuntos (na maioria das vezes demoradamente) que não tem nada a ver com o que está ocorrendo no momento.


Esclarecendo, sabemos que a “palavra” é concedida, primeiramente na Coluna do Sul, deveria ser : 

Chanceler para falar dos efemérides (datas de aniversários) - percentual de presentes em Loja, uma breve alusão à data comemorativa - Menos dia das bandeira (kkkk), brincadeira - depois visitantes das colunas, oficiais das colunas -
Ai sim o 2º Vigilante com um toque breve do malhete, diz " VM voz peço a palavra - todos falam de pé e a ordem, só o chefe da coluna fala sentado, pois ele é uma das três luzes da Loja. 

Ai depois na do Norte ,tesoureiro , visitantes, e por final o 1º Vigilante  com as mesmas prerrogativas do Ir. 2º Vig.
Finalmente, no Oriente.  A ordem segue 1º Secretário, Irmãos mestres visitantes com assentos no Oriente, Orador " falará como Irmão do quadro" - AUTORIDADES com assento à mesa do VM - e por fim o Venerável Mestre - 

Obs. Delegado,Deputado,Grande Secretários, Juiz, etc. falam antes e assinam livro de presença antes também do VM"- 
Somente o Grão-Mestre  e seu Adj. fala e assina o livro por último. E lógico o Orador quando dá as conclusões - fala o valor do Tronco - SAÚDA OS VISITANTES E AUTORIDADES PRESENTES - isto é prerrogativa do ORADOR. 

O VM pode fazê-lo como voto de cordialidade. 
A palavra só volta às Colunas para um novo giro quando o pedido for feito por um dos Vigilantes e deferido pelo Venerável Mestre. 

Sabemos, também, que o Obreiro não pode mudar de Coluna para poder falar duas vezes Isto é feito, principalmente, pelo Mestre de Cerimônias, pela facilidade de se locomover no Templo. Isso é totalmente anti-ritualístico e já presenciei essa “esperteza maçônica” muitas vezes em diversas Lojas.

Finalizando, acrescento que o pedido “pela ordem!” não é exclusividade da Maçonaria e existe em qualquer Instituição, ou até mesmo em reuniões de Condomínio, por exemplo, onde a existe uma determinada ordem para apresentação dos assuntos a serem discutidos (As informações foram extraído de diversos trabalhos do Mestre José Castellani – Ed. Trolha).


Elevação dos IIr. Luiz,Ronaldo e Luciano. (27/04/2016)


terça-feira, 15 de março de 2016

Maçonaria e Judaismo



 A tradição judaica não é dominada por muitos escritores maçônicos que, por isto mesmo, cometem muitos pecados de interpretação no tocante à sua influência na maçonaria. Antes de apontar a influência judaica na maçonaria seria interessante fixar alguns traços da cultura judaica, comumente desprezados, para não se incorrer em erros lamentáveis. Veja-se, por exemplo, as colunas do Templo de Salomão que estão citadas em Reis I, 7, 21: “Ergueu as colunas diante do pórtico do santuário; ergueu a coluna do lado direito, à qual deu o nome de J; ergueu a coluna da esquerda e chamou-a B”. Quando se pergunta a um professor de hebraico o que significa BOAZ , ele discorrerá sobre o significado e a tradução desta palavra. Se perguntarmos, ao mesmo professor, o que significa BOOZ, muito empregada pelos maçons franceses e repetida pelos brasileiros e que é uma corrupção de BOAZ, ele não saberá, obviamente, o significado da palavra, pois ela não tem nada a ver com o hebraico. Quanta discussão inútil se evitaria se se pudesse resolver a questão filologicamente.

Os caracteres da escrita hebraica não possuem vogais. Normalmente são substituídos por sinais (massoréticos) que agem como vogais. Assim, se um judeu religioso escrevesse o nome de Deus em hebraico, no alfabeto ocidental soaria algo como: D–s ou N-ss- S-nh-r, tomando todo o cuidado para não tomar o santo nome em vão. Os judeus pronunciam o nome de Deus de várias maneiras: El, Eloim, El Shadai, Adonai etc. Contudo, o nome inefável de Deus [desnecessário dizer que o hebraico se lê da direita para a esquerda] raríssimamente é grafado (quando o é, normalmente para uso em pesquisa etimológica sobre a origem do Nome) ou pronunciado (sendo que, nestas pouquíssimas vezes, não é propriamente pronunciado e, sim, soletrado com as letras hebraicas: iod, hei, vav e hei). Em inglês, o nome inefável é transliterado como YHVH (Javé em Português, como se verá a seguir). A Bíblia de Jerusalém grafa como Javé e/ou Iahweh.

A tradição judaica afirma que a atual pronúncia do Nome é um segredo para sempre perdido desde a destruição do Templo e é considerado impróprio tentar pronunciar o Nome. Quando o Nome ocorre em caracteres hebraicos deve ser usada uma palavra substituta, ou seja Adonai.
Outro traço importante na cultura religiosa hebraica é o termo Bíblia. Claro que Bíblia é o têrmo português para a palavra hebraica Tanach . Tanach ou Tanack é um acrônimo construído pelas três seções da Bíblia: a Torah , ou seja a Lei, o Nevi’im , ou seja os Profetas e o Kesuvim ou Ketuvim , ou seja os Escritos ou os Hagiógrafos. Na versão moderna, constituem os 39 livros (considerando-se Samuel I e II e Reis I e II como livros separados) da Escritura Hebraica que, obviamente, os judeus não chamam de Velho Testamento. Aquilo que os cristãos chamam de Velho Testamento e Novo Testamento, os judeus chamam de Escritura Hebraica e Escritura Cristã. O cânon hebraico difere do cânon cristão por desconsiderar os livros escritos em grego e os suplementos gregos de Ester e Daniel. Para uma breve recordação, o cânon hebraico lista os seguintes livros:

Pentateuco: 1- Gênesis, 2- Êxodo, 3- Levítico, 4- Números, 5- Deuteronômio;
Profetas: [anteriores] 6- Josué, 7- Juízes, 8- Samuel (I e II), 9- Reis (I e II), [posteriores]10- Isaías, 11- Jeremias, 12- Ezequiel, 13- ‘Os Doze’ profetas, na ordem retomada pela Vulgata: Oséias, Joel, Amós, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias;
Hagiógrafos: 14- Salmos, 15- Jó, 16- Provérbios, 17- Rute, 18- Cântico dos Cânticos, 19- Eclesiastes (Coelet), 20- Lamentações, 21-Ester, 22- Daniel, 23- Esdras, 24- Neemias e 25- Crônicas.

Aqui surge uma questão que agora pode ser respondida com maior conhecimento de causa. Quando um candidato maçônico judeu presta um juramento, a Torah deve ser posta no altar como Livro da Lei? Não. A Torah é somente uma parte da Bíblia judaica. Colocar a Torah no altar seria o equivalente para os cristãos de se colocar somente os quatro Evangelhos no altar, sem as Epístolas, o Apocalipse etc. O Livro dos Profetas e os Hagiográfos assumem um importante papel na adoração judaica e no entendimento da lei judaica. A Torah é a mais importante seção da Bíblia, e é particularmente venerada, mas não é toda a Escritura.

Seria, então, o caso de se colocar o Talmud no altar para os candidatos judeus? Aqui, convém esclarecer que o Talmud é um livro de interpretação legal. O Talmud também ensina uma grande parte sobre o pensamento judeu e a crença religiosa, mas ele não é a Sagrada Escritura. As obras de Santo Agostinho e de São Tomás de Aquino desempenham o mesmo papel numa relação similar com a Bíblia dos cristãos, contudo, também não são as Escrituras.
Surge agora uma outra pergunta. Os judeus usam chapéu em Loja? Aqui convém distinguir entre o chapéu propriamente dito e quipá (kipah), uma espécie de solidéu. O solidéu (solis Deo = só a Deus) designa o pequeno barrete, geralmente feito de fazenda mole e flexível, o qual se ajusta à cabeça, com que os padres cobrem a coroa ou pouco mais e que deve ser tirado ante o sacrário. A cobertura da cabeça é preconizada em diversos ritos maçônicos (apesar da prática não ser uniforme) para os Mestres em qualquer Sessão, ou para todos os Obreiros, ou apenas para os Mestres em Sessão do terceiro grau. Geralmente, tal cobertura é necessária e feita com o chapéu negro desabado, podendo-se, todavia, utilizar o solidéu (que é o quipá hebraico) em Sessões do terceiro grau ou de Pompas Fúnebres.

O judaísmo adota a prática oriental de cobrir a cabeça durante as orações como um sinal de respeito, enquanto nos países ocidentais a prática é totalmente ao contrário: descobre-se a cabeça exatamente pela mesma razão. Algumas Obediências Maçônicas decidiram que o quipá (iarmulque [yarmulke], barrete, tiara etc.) não é um chapéu no sentido maçônico, mas um elemento do vestuário. O R∴E∴E∴A∴adota a opinião que o barrete do rito não deve ser removido, por exemplo, durante a saudação da bandeira. Deve ser considerado, também em maçonaria, o barrete frígio, que era um pequeno boné de feltro, de forma cônica e com um pequeno rebordo, com o qual, na Antiguidade, o senhor cobria a cabeça do escravo na cerimônia de libertação e que era tomado como emblema de liberdade; graças a isso, ele é, em alguns ritos, um símbolo maçônico, já que a maçonaria sempre foi libertária.

Existem traços comuns entre os rituais, símbolos e palavras maçônicos e judaicos. Um dos landmarques judaicos é a crença num Deus que criou tudo na nossa existência e que nos deu uma Lei para ser seguida, incluindo, ipso facto, os preceitos morais de relacionamento humano. A crença em Deus, a prece, a imortalidade da alma, a caridade, o agir respeitosamente entre os seus semelhantes fazem parte integrante do ideário maçônico – pelo menos da maçonaria teísta – como também do judaísmo, e por que não dizer de todas as grandes religiões do mundo (o budismo seria um caso à parte).

O judaísmo ensina que a Lei de Deus está contida na Torah, a parte principal da bíblia judaica que contém os 5 primeiros livros de toda a Bíblia, como visto anteriormente, ou seja, o Pentateuco dos cristãos. A tradição judaica ensina que a Torah é a eterna lei dada por Deus e é completa, nunca será mudada até mesmo por Deus e, obviamente, nunca poderá ser alterada por qualquer mortal. Já aqui surge naturalmente uma comparação com os landmarques maçônicos que preceituam não estar no poder de qualquer homem-maçom ou corpo maçônico fazer inovações na estrutura básica da maçonaria. Nos tempos modernos, ambas assertivas podem cheirar politicamente incorretas, apresentando um odor dogmático que repulsa as mentes liberais e tolerantes no limiar do terceiro milênio, mas convém salientar que isto se refere aos fundamentos que deverão permanecer intocados. Tanto que um dos livros clássicos de Pike se intitula Moral e Dogma. Assim, maçonaria e judaísmo, tais como os padrões éticos das outras grandes religiões, ensinam que devemos nos autodisciplinar e manter nossas paixões em constante guarda. O disciplinamento ritualístico, seja nas sinagogas seja nas lojas maçônicas, auxilia a desenvolver esta habilidade.
Outra similitude poderá, também, ser encontrada na cerimônia da circuncisão e do Bar Mitzvah. Logo após o nascimento de todo judeu homem, ele é circuncisado pelo rabino, ou seja, é feito o corte no prepúcio do pênis do bebê, numa cerimônia familiar como um sinal ancestral de aliança entre Deus e o patriarca Abraão. Treze anos depois, já adolescente, o mesmo judeu macho participa do Bar Mitzvah que consiste em aprender a recitar preces e passagens bíblicas em hebraico e a participar em rituais judaicos quando, enfim, adquire todos os direitos e deveres do homem judeu. Todos os maçons já fizeram, aqui, a comparação com a iniciação maçônica do profano e a exaltação ao grau de mestre quando se adquire a plenitude maçônica…

No tocante à liberdade individual, maçonaria e judaísmo emulam para ver quem apresenta maior performance de respeito e apoio. Tal fato, contudo, não é exclusivo dos dois, pois o cristianismo apresenta, também, considerações profundas sobre o livre-arbítrio, mas não é o caso de ser aqui discutido. O judaísmo ensina que todo ser humano é capaz do bem e do mal e tenta ajudar o fiel a usar o livre-arbítrio para escolher o caminho eticamente correto. A maçonaria ensina que aqueles que são moralmente capazes podem encontrar a “luz” na maçonaria se eles desejarem isto por suas próprias vontades livres. Os maçons franceses, principalmente os do Grande Oriente de França, chegaram ao ponto de colocar como um dos seus lemas a liberdade absoluta de pensamento. O conceito de exercitar a vontade livre para aceitar a lei e a reparação pelas transgressões passadas é o que preconiza o Rosh Hashanah e o Yom Kippur. Os judeus acreditam que dez dias no início do novo ano judeu devem ser usados para reparar os pecados passados e buscar a resolução firme de evitar o pecado no futuro. De modo análogo, a maçonaria ensina que todo homem deve lutar para crescer moralmente e livrar-se de todo preconceito. Não é a toa que a disputa entre a maçonaria francesa e a inglesa se dá entre a liberdade absoluta de pensamento, preconizada pelos franceses, contra o teísmo inglês, que forçou a própria reformulação da Constituição de Anderson, quinze anos após a sua promulgação.

A luz é um importante símbolo tanto no judaísmo como na maçonaria. “Pois o preceito é uma lâmpada, e a instrução é uma luz”, Prov. 6, 23. Um dos grandes feriados judaicos é o Chanukah ou seja o Festival das Luzes, comemorando a vitória do povo de Israel sobre aqueles que tinham feito da prática da religião um crime punível pela morte, ali pelo ano 165 a. E. V. (Os judeus substituem o antes de Cristo e o depois de Cristo pelo antes e depois da Era Vulgar). A luz é um dos mais densos símbolos na maçonaria, pois representa (para os maçons de linha inglesa) o espírito divino, a liberdade religiosa, designando (para os maçons de linha francesa) a ilustração, o esclarecimento, o que esclarece o espírito, a claridade intelectual. A Luz, para o maçom, não é a material, mas a do intelecto, da razão, é a meta máxima do iniciado maçom, que, vindo das trevas do Ocidente, caminha em direção ao Oriente, onde reina o Sol. Castellani diz que graças a essa busca da Verdade, do Conhecimento e da Razão, é que os maçons autodenominam-se Filhos da Luz; e talvez não tenha sido por acaso que a Maçonaria, em sua forma atual, a dos Aceitos, nasceu no “Século das Luzes”, o século XVIII.

Outro símbolo compartilhado é o tão decantado Templo de Salomão. Figura como uma parte central na religião judaica, não só por ser o rei Salomão uma das maiores figuras do panteão de Israel, como o Templo representar o zênite da religião judaica. Na maçonaria, juntou-se a figura de Salomão, à da construção do Templo, pois os maçons são, simbolicamente, antes de tudo, construtores, pedreiros, geômetras e arquitetos. Os rituais maçônicos estão prenhes de lendas sobre a construção do Templo de Salomão. Para os maçons existem três Salomões: o Salomão maçônico, o bíblico e o histórico.

Outro traço cultural comum seria a obediência para com a autoridade. Max Weber propôs três tipos de autoridade: a tradicional, a carismática e a racional-legal. A primeira adstrita às sociedades antigas, a segunda referente aos surtos de carisma que a humanidade vive de tempos em tempos e a terceira, apanágio da modernidade. A tradição judaica ensina uma obediência respeitosa para com os pais e os rabinos. A maçonaria ensina, desde a Constituição de Anderson de 1723, o respeito para com a autoridade legitimamente constituída. (Este preceito é cristalino na maçonaria de cunho anglo-saxão, já os latinos, no embate contra o trono e a cruz…).

Deste modo, para aprender é necessário sentar-se nos bancos escolares. Assim, também na maçonaria, nota-se uma preocupação constante, cada vez maior, com o desenvolvimento intelectual dos seus epígonos, no fundo, não só como um meio de melhorar a sua escola de fraternidade e civismo como também para perpetuar os seus ideais e permanecer como uma das mais ricas tradições do mundo moderno.



Fonte: Revista Universo Maçônico- 2014 – Adaptação Ir.’. Denílson Forato- MI - Secretário

quinta-feira, 10 de março de 2016

PROGRAMAÇÃO DE ATIVIDADES 1º SEMESTRE DE 2016

PROGRAMAÇÃO DE ATIVIDADES
3-fev
APRENDIZ
ESCRUTINIO - APR  ESCRUTINIO  PEDRO 









RITUALISTICA










10-fev
APRENDIZ
REGULARIZAÇÃO IR. PEDRO









RITUALISTICA










17-fev
APRENDIZ
SESSÃO CONJUNTA FRAT. SA-JANTAR RITUALISTICO



















24-fev
APRENDIZ
LEITURA TRABALHO DE APRENDIZ









TELHAMENTO -  










2-mar
APRENDIZ
REVISÃO DO RITUAL INICIAÇÃO



















9-mar
APRENDIZ
INICIAÇÃO



















16-mar
APRENDIZ
TRABALHO  MINHA INICIAÇÃO




RITUALISTICA





23-mar
APRENDIZ
  PRIMEIRA INSTR APR




RITUALISTICA





30-mar
APRENDIZ
TRABALHO  PRIMEIRA  INSTR APR



RITUALISTICA





6-abr
COMP
ELEVAÇÃO









13-abr
APRENDIZ 
ANIVERSARIO SANTO ANDRE E DA LOJA 










20-abr
MAGNA 
INCONFIDÊNCIA MINEIRA










27-abr
APRENDIZ COMP
  SEGUNDA INSTR APRENDIZ

  PRIMEIRA INSTR COMP

4-mai
MESTRE
FINANÇAS

9-mai
APRENDIZ
COM.DIA DAS MÃES- CONJUNTA PAULO DE TARSO

11-mai
APRENDIZ
APRESENTAÇÃO DA CHAPA / TERCEIRA INSTR APR
FIXAÇÃO DO EDITAL 

18-mai
APRENDIZ
TRABALHO TERCEIRA INSTR APR









RITUALÍSTICA 

25-mai
APRENDIZ
ELEIÇÃO

8-jun
APR/COMP
SEGUNDA INSTR COMP
RITUALISTICA

15-jun
APRENDIZ
TRABALHO TERCEIRA INSTR APR









RITUALISTICA

22-jun
COMP
TRABALHO TERCEIRA INSTR COMP (ULTIMA INSTRUÇÃO)


29-jun
APRENDIZ
LEITURA QUARTA INSTR APRENDIZ
RITUALISTICA 

6-jul
MAGNA INSTAL 
POSSE