O PALACIO DO LAVRADIO -RJ
Foi com emoção muito espiritual, conduzindo para sempre os
momentos maçônicos vividos quando pude em 18 de maio de 2012, da recepção da
Loja “Comércio e Artes” n° 001, fundada em 1815, berço da Independência do
Brasil, templo histórico sediado no Palácio do Lavradio, especificamente na Rua
do Lavradio. Via da cidade localizada no Centro do Rio de Janeiro.
A Rua do Lavradio foi um dos pontos mais
nobres no Império e na primeira metade do século passado. Aberta em 1771 pelo
Marquês do Lavradio, que assumiu o vice reinado em 1769. Personalidades
ilustres moraram no Lavradio como o encarregado de negócios da França, Sr. M.
Pontois, Duque de Caxias, Marquês de Olinda, Marquês de Cantagallo, artista
Jesuína Monteiro, ator João Caetano, Eduardo Laemmert, Visconde de Jaguari,
André Rebouças, Vieira Souto, Antônio Saldanha da Gama e o escritor Valentim
Magalhães que se reunia sempre com Raul Pompéia, Olavo Bilac, Coelho Neto e
Lúcio Mendonça. Percorri as dependências do Palácio do Lavradio, juntamente com
os Irmãos que me conduziram ao Rio de Janeiro e ali bem de perto, vimos três
estátuas em mármore de Carrara, representando a Caridade, a Fé e a Esperança,
medindo a primeira 1,40m de altura, presenteada em 1844 pelo maçom Ferdinand
Petrich, escultor natural da Alemanha, iniciado na Loja Maçônica da
Pensilvânia, Estados Unidos. As estátuas da Fé e da Esperança foram colocadas
no local em 1880.
No Palácio do Lavradio estão expostos no
corredor de acesso, quadros que retratam vários personagens da nossa história e
em outro corredor, na parte inferior, as alfaias e aventais pertencentes a cada
um deles. Saldanha Marinho, Visconde de Inhauma, Marquês de Abrantes, D. Pedro
I, Senador José Vergueiro, Joaquim Gonçalves Ledo, General Osório, Visconde de
Sapucahy e Visconde de Rio Branco.
Este corredor é margeado por retratos em guache de todos os maçons
que ocuparam o Grão Mestrado do Grande Oriente do Brasil. Nas paredes, placas
elaboradas em mármores e metais. O Templo Nobre do Palácio Maçônico do
Lavradio, onde com muita emoção, junto com os mais de 50 Irmãos de Goiás,
totalizando 97 presentes, recebemos o título de Membro Honorário em sessão
presidida pelo Venerável Mestre Abramo Scarlato, foi inaugurado em 13 de
fevereiro de 1902, com galerias laterais e camarotes, que foram idealizadas
pelo Grão Mestre e ex-presidente da República Nilo Peçanha, em 1918.
Construídas em 1921, na gestão do Grão Mestre Tomaz Cavalcante de Albuquerque.
O
templo nobre em que pude conhecer é uma
réplica do Parlamento Inglês. Recebeu o nome de Gonçalves Ledo em 1928.
Homenagem ao grande mentor e articulador de nossa Independência.
Maçons que exerceram a presidência da
República passaram pelo Palácio do Lavradio, como Deodoro da Fonseca, Floriano
Peixoto, Prudente de Morais, Campos Sales, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca,
Venceslau Brás e Washington Luís.
Duas telas pintadas em óleo em 1869, ambas de
autoria de Eduardo de Lartimo, representam a Guerra do Paraguai. Uma denominada
“Entrada da esquadra em Assunção”, a outra “Paisagem de Humaitá”, doadas pelo
Visconde de Rio Branco.
Observei com muita atenção o relógio carrilhão
em madeira entalhada com símbolos maçônicos do século XIX, com 2,10m de altura
e engrenagens. Também observei o busto do Visconde de Rio Branco, esculpido em
mármore e as espadas pertencentes a Henrique Valadares e ao patrono do Exército
Brasileiro, Marechal Duque de Caxias.
À entrada, o busto de D. Pedro I,
confeccionado em bronze fundido em Paris, por Fontaine e modelado por Marc
Ferrez. Nesta sala do Conselho está o trono de Grão Mestre, construído em
jacarandá, com incrustações em marfim, entalhado e folheado a ouro,
classificado como “Trono de D Pedro I”. Na biblioteca, vi um variado acervo
bibliográfico, com uma coleção de todas as Leis do Império, destacando entre as
várias preciosidades a “Bíblia de 1555, escrita em aramaico e doada a D. Pedro
II pelo escritor Vitor Hugo, por ocasião de visita do Imperador à França.”
O
Palácio do Lavradio foi tombado pela Divisão de Patrimônio do antigo estado da
Guanabara, em 1972.
Única frustração
minha, foi não poder sentar no Trono de D.Pedro I, pois está ladeado de cordas
e paralelo de duas bandeiras, uma do Brasil e outra do GOB. Mas Valeu, pois lá
pude respirar História e Maçonaria!
TFA a
todos!
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