Poucos têm conhecimento da importância da
Maçonaria na Revolução de 1932.
Em
apertada síntese, reproduzirei e comentarei um pouco da história Maçônica pelos
idos de 32.
No ano de
1932 o Brasil vivia sob o regime implantado pelo golpe de 1930, e os Paulistas,
sobretudo os dirigentes do PRP – Partido Republicano Paulista, não se
conformavam com o resultado da Revolução de 1930.
Com
efeito, a nomeação de um não paulista o pernambucano [João Alberto] como
interventor de São Paulo, foi a gota d’água para o desencadeamento de uma
grande propaganda contra o governo federal. Os paulistas clamavam pela
promulgação de nova constituição.
A onda de
agitação e descontentamento prosseguiu e, mesmo diante da promessa de eleições,
nova Constituição e a nomeação de interventor paulista para São Paulo, o Estado
se levanta contra a Revolução de 30.
Poucos
sabem, mas a Maçonaria participou ativamente da Revolução de 1.932, como
outrora, já havia atuado nos destinos de nossa nação, e sempre discretamente
deixando sua marca. Segundo consta, já a partir do início de 1931, da
pena do advogado, jornalista e tribuno Ibrahim Nobre, maçom da Loja
Fraternidade de Santos, saiam críticas mordazes contra o golpe e a situação
social, que eram publicadas no jornal paulista “A Gazeta”.
O início
de 1932, o pensamento da população de São Paulo consistia no desejo de ter um
interventor federal que não fosse militar e que fosse de São Paulo.
Ouvindo o
clamor dos paulistas, no dia 3 de março o ditador nomeava, para o cargo, o
embaixador Pedro de Toledo, Maçom, ex-Grão-Mestre do Grande Oriente Estadual de
São Paulo (1908-1914), o qual assumiria no dia 7. Essa indicação, todavia, não
serviu para aliviar o mal estar e a tensão reinantes em diversos pontos do
país, começando, dessa maneira, a fermentar a revolta.
As
reuniões preparatórias do movimento foram levadas a efeito na sede do jornal “O
Estado de S. Paulo”, pelos maçons Américo de Campos, Francisco Rangel Pestana,
Manoel Ferraz de Campos Salles, e José Maria Lisboa.
Nessa
época, o jornal já era dirigido pelo Maçom Júlio de Mesquita Filho (Loja
Maçônica União Paulista), que era um dos principais líderes do movimento.
A revolta
eclodiu no dia 23 de Maio 1932, quando durante uma manifestação na Praça da
República, alguns jovens – MARTINS, MIRAGAIA, DRÁUSIO e CAMARGO, cujos nomes
deram origem ao M.M.D.C. foram mortos pela polícia política da ditadura.
O Estado de São Paulo já possuía um governante civil e paulista, de modo que a
grande reivindicação foi mesmo a promulgação da nova constituição. No
dia 9 de julho, um sábado, a revolta constitucionalista estava nas ruas saindo
do palácio Campos Elíseos e marchando à Estação da Luz e Sorocabana rumo ao
interior.
Assim é
que, o movimento eclodiu às 11h40min. Do dia 9 de julho, sob o comando de
Euclides Figueiredo, com a tomada do Quartel General da 2ª Região Militar. No
mesmo dia, às 23h15 min., as sociedades de rádio eram tomadas por civis.
No dia 10, o interventor Pedro de Toledo (Maçom) era aclamado, pelo povo, pelo
Exército e pela Força Pública, como governador de S. Paulo!!!
No dia 14 de julho, o Grão-Mestre estadual de S.
Paulo, José Adriano Marrey Júnior (Maçom), convocou uma reunião dos Presidentes
das Lojas Maçônicas da Capital. Nessa reunião, foi solicitado o apoio das Lojas
à causa paulista, o auxílio às famílias dos maçons que tivessem seguido para as
frentes de batalha, e a colaboração de todos os maçons que pudessem tomar
parte, de alguma maneira, nessa luta por São Paulo.
Infelizmente,
os Paulistas ficaram sós, pois não houve adesão de outros maçons dos demais
estados. Deixado sozinho na luta pela Constituição e pelo Brasil, os
combatentes de S. Paulo sem o esperado apoio de Minas Gerais e do Rio Grande do
Sul e sem os recursos necessários, resistiram por apenas três meses.
É que, o
bloqueio do porto de Santos e a grande concentração de forças federais, vindas
de todos os Estados, venceram a resistência dos soldados paulistas, graças ao
esgotamento de seus recursos.
Getúlio
venceu a Revolução, mas mesmo assim o governo percebeu que era difícil governar
sem as oligarquias paulistas. Para não perder o poder, Vargas convoca uma
Constituinte visando a conciliar as diversas tendências.
Finalmente,
em julho de 1934, foi promulgada a nova Constituição brasileira, pela qual
lutara o Estado de São Paulo, apoiado unilateralmente pela Maçonaria, de modo que acabou sendo
alcançado o objetivo. Além disso, houve uma mudança de atitude e de conceitos,
notadamente os cívicos e libertários, cujos reflexos se desdobraram no tempo,
até os dias atuais, com a preservação do Estado Democrático de Direito.
O
civismo, que foi a mola propulsora da Revolução de 32, no meu modo de ver, não
se faz presente hoje em dia. É chegada a hora de repensar tudo isso, afinal de
contas estamos todos “no mesmo barco” e amamos nossa Terra.
Finalmente,
quero manifestar, publicamente, meu orgulho de ser Brasileiro, mas, sobretudo,
de ser Paulista! Que esta singela peça de arquitetura se preste a homenagear os
combatentes de 32 e os Maçons que lutaram, articularam e apoiaram a
insurgência, cujos reflexos benéficos se projetaram e se projetarão no tempo.
Autor: Ir.’.
Denilson Forato – M.’.I.’.
Fonte: http://www.maconaria.net/portal/index.php/artigos/244-a-revolucao-constitucionalista-de-32-e-a-maconaria-paulista.html
muio bom , parabens , temos de divulgar hoje este seu documentario
ResponderExcluirbelo trabalho pesquisa esta de parabéns
ResponderExcluirBelo trabalho Irmão Denilson, parabéns.
ResponderExcluirMuito bom o trabalho, só estou esperando a revolução nacional maçonica de 2019.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom, como sempre mostra sua boa base historica
ResponderExcluirMuito bom, como sempre mostra sua boa base historica
ResponderExcluirMuito bom parabéns
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