
A prática da Maçonaria Especulativa ensina que o debate é
essencial, tanto em Loja quanto nas redes sociais ou círculos de estudos
presenciais ou online. Ademais, leituras de
instruções e textos em Loja não agregam valor se não são sucedidos de
reflexões. E a participação, em qualquer dos fóruns acima citados, deve se
transcorrer observando-se o que está sendo dito e não quem o diz, pois esta se
dá no nível de igualdade entre os participantes, valendo as diferenças
culturais apenas como tempero e enriquecimento, respeitados os valores de cada
um. A somatória das experiências individuais, os saberes e os conhecimentos
obtidos pelo compartilhamento dos demais, forma um patrimônio cultural que
beneficia a todos.
Ocorre que, não obstante
esse entendimento ser um norte da Maçonaria, e apesar de vacinados contra a
“ditadura do pensamento”, rotulagens e o patrulhamento, vez por outra caímos na
cilada da fala passional, acompanhando uma opinião mais incisiva sobre
determinado assunto, como o ocorrido recentemente no WhatsApp da nossa Loja em
grupo restrito,causou furor, levando o “autor”, num primeiro momento, a ter que
se retratar e sofrer as sanções negativa
de tal “conversa”. Passado o frisson e serenados os ânimos, o grupo voltou ao
seu merecido lugar, para que possa ser lido e avaliado por todos, mas com uma
cicatriz de 1m com no mínimo 1000 pontos.
Para não fugir ao
lugar-comum, quando a discussão envolve censura, o não falar que se pensa, de maneira
didática e objetiva em um grupo, e-mail, texto, blog, etc., inevitavelmente somos remetidos aos
lamentáveis registros históricos de queima de papiros, destruição de
bibliotecas, além de situações ainda mais gravosas como a queima de livros
e de seus autores, tão covardemente praticados por ocasião da Inquisição. São
famosas as sessões de queima de livros promovidas pelo regime nazista. Isto
chama-se “cerceamento”.
Em nosso meio, cabe-nos
refletir frente a esses acontecimentos sobre a nossa real certeza quanto à
valorização da dialética, da arte do diálogo, como instrumento que viabilize
discussões que contrariem entendimentos arraigados, permitindo que a força da
argumentação inteligente, fundada na pesquisa e no estudo, produza novas ideias,
amparada pela igualdade e liberdade de pensamento. Importa ressaltar que o
verdadeiro Iniciado tem perfeito domínio do que pode ser discutido, em que
nível e com quais públicos, respeitados os postulados da Ordem.
Com relação aos chamados
reacionários, que não medem esforços em julgar a tudo que venha de encontro à
suas idiossincrasias, e pouco ou quase nada agregam, por vezes desagregam, mas
que se destacam apenas e tão somente pela dimensão da arrogância e da vaidade,
não devemos gastar mais que algumas linhas e desejar-lhes que sejam felizes e
avaliem a possibilidade de retornar ao primeiro grau e que procurem seguir com
seriedade as instruções que não foram assimiladas na sua plenitude.
“Na essência somos iguais, nas diferenças nos
respeitamos”
( Santo Agostinho)
“Reaja com inteligência, mesmo
que o ataque não seja inteligente”
(atribuído a Lao-Tsé, na obra
“Tao-Te King”).
“A situação é bem clara, cuidado com o que se fala, como se fala, para quem se fala, do jeito que se fala, onde se fala, para não ser interpretado de forma errada e ter que pagar caro, por tal ato”
(Denilson Forato)
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