Se considerar a definição de vício como um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem, como concluíram os taverneiros, quando alguém se admitir viciado é quase certo que estará muito mais viciado do que imagina. O prazer logo estará vinculado ao sofrimento e a liberdade de escolha se transformará numa necessidade – primeiro perde-se a responsabilidade, depois a confiabilidade, nem percebe e já perdeu a dignidade, pensando drasticamente em qualquer tipo de vício.
Tratando-se de prazer e sofrimento segue uma reflexão sintética sobre os vícios e os sete pecados capitais:
- A gula, ou “gordice” como eu chamo, é o vício-pecado mais triste: é o único que se você pecar escondido, todo mundo vai perceber e só você acabará carregando o peso.
- A ira, conhecida como braveza, é o vício-pecado mais irônico: é aquele que se você pecar, todos vão perceber e você acabará sozinho, não conseguindo alguém por perto para descontar essa necessidade.
- A inveja é o vício-pecado mais destrutivo: poucas vezes é declarado verbalmente, mas muitas vezes é percebido. O máximo que conseguirá com esse vício é destruir a autoconfiança.
- A soberba, ou para mim a “metideza”, é o vício-pecado mais ridículo: achar que é melhor que outro é passar vergonha, porque logo descobrirão quem é você e isso pode ser mais ridículo ainda.
- A avareza, conhecida também como a “pãodureza”, é o vício-pecado mais pobre: é o único que se você pecar escondido e depois morrer, quem vai aproveitar o que foi tão desejado é quem menos você deseja.
- A preguiça é o vício-pecado mais ingênuo: achar que chutando a pedra do caminho é a maneira mais fácil de seguir, faz com que você se esqueça da possibilidade de que a pedra pode ser um sinal de queda de barreira lá na frente.
- A luxúria, ou também safadeza, é o vício-pecado mais burro, bem retratado nessa frase: “fazer sexo e brigadeiro é tudo a mesma coisa. Fica aí mexendo, enrola pra ter um segundo de prazer e acaba culpado e arrependido” .
Os vícios estão mais presentes em nossas vidas do que imaginamos, seja o vício em atitudes, o vício em algo ou o vício em alguém. Mas, a gula, ira, inveja, soberba, avareza, preguiça e luxúria geram resultados em comum: um minuto de escolha, minutos de prazer, horas de necessidade e quem sabe anos de sofrimento.
Admitam seus vícios e libertem-se!
Ir. Denilson Forato
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