sexta-feira, 8 de maio de 2020

A MAÇONARIA NA INTERNET




 ARTE REAL - TRABALHOS MAÇÔNICOS: MAÇONARIA E INTERNET




 
      
Há na Maçonaria uma turma mais conservadora,

 que acredita ser a Internet a decadência 
da Maçonaria. Para esses, a Internet 
vem promovendo uma “banalização” da tradição
 e ensinamentos maçônicos, ao tornar 
acessível todo tipo de material literário 
maçônico que se possa imaginar.

        Mas não bem assim, se não 
houver parcimônia, haverá sim problemas, 
pois nada tem de errado publicar um trabalho, 
um pensamento ou uma filosofia. É errado e até
 eu sou contra, as fotos de paramentos e até
 com sinal de ordem, como já vi.      O engraçado
 é que, enquanto a Internet é algo 
relativamente jovem, tendo mal alcançado
 sua maioridade, faz pelo menos três séculos
 que a Maçonaria tem enfrentado ataques,
 através, principalmente, de livros e bulas papais.
 A Internet é apenas um meio de comunicação. 
Não é a Internet que causa algum mal à 
Maçonaria, senão a ignorância, a intolerância 
e o fanatismo dos homens.

      Faça um exercício simples: vá até um 
parente ou amigo que não seja Maçom e 
pergunte se ele já visitou algum site ou blog
 de Maçonaria. Provavelmente, você escutará 
um não, por não ser um assunto de interesse 
dele. Na Internet, assim como em qualquer 
outro meio, a literatura não cai no seu colo, 
você tem que procurar. E só procura por um 
tema aquele que se interessa por ele. Aqueles 
que leem sobre Maçonaria na Internet são, 
quase que em totalidade, Maçons. Os curiosos
 são pouquíssimos, e para esses há também 
uma infinidade de livros nas livrarias e 
bibliotecas de todo o país. A culpa,
 definitivamente, não é da Internet.
     Faça um outro exercício: pesquise os 
sites antimaçônicos na Internet. Esses 
sites argumentam, de forma intolerante, 
contra a Maçonaria e realizam interpretações
 literais distorcidas e equivocadas de 
frases isoladas de obras maçônicas. 

Verifique se as fontes maçônicas usadas por 
esses movimentos fanáticos são sites da 
Internet ou se são livros. Você irá descobrir
 que utilizam uma densa bibliografia maçônica
 de autores consagrados como Pike, Mackey 
e Oliver. Mas nenhum site ou blog maçônico.

       Mesmo assim, o preconceito dos 
mais conservadores para com a Maçonaria
 na Internet e os Irmãos que a promovem ainda
 é forte. E, por conta disso, pode-se ver um
 grande contraste de conceitos dentro
 da Instituição: Por um lado, você tem os 
Maçons escritores de livros, cujos livros 
estão disponibilizados nas livrarias de 
qualquer shopping do país, acessíveis a 
qualquer um disposto a pagar. Esses 
são considerados pelos conservadores como
 os intelectuais de Maçonaria, imortalizados
 pelas páginas impressas. Por outro lado, você 
tem os Maçons blogueiros, cujos 
blogs proporcionam literatura maçônica 
diária, gratuita e de qualidade aos Irmãos. 
Esses últimos são considerados 
pelos conservadores, muitas vezes, como 
os traidores da Ordem.

       Mas a verdade é que tanto o autor de 
livros como o blogueiro fazem a mesma 
coisa: escrevem. Ambos são escritores,
 apenas publicando, em formato diferentes. 
Não se deve julgá-los pelo meio de publicação, 
e sim pelo conteúdo que produzem.

Há ainda outros pontos a serem considerados:
     No caso dos livros maçônicos publicados,  
 seus preços são relativamente altos, visto a 
leitura ser específica, não havendo economia
 de escala; há a necessidade do Irmão se
 deslocar até uma grande livraria ou comprar 
pela internet, o que gera um custo de frete
 e demanda tempo; como registrado anteriormente,
 são poucas as editoras que publicam o gênero, 
o que faz com que as obras demorem muito
 a serem publicadas. Em contrapartida, as 
editoras servem como “filtro”, em que 
grandes aberrações não costumam ser 
publicadas, além dos livros serem mais 
densos, proporcionando conteúdo mais 
completo sobre o tema abordado.

      Já no caso dos blogs maçônicos, o prazo 
entre a produção e a publicação é 
praticamente inexistente, assim como o prazo
 para acesso ao conteúdo; os escritores não 
são reféns da boa vontade de editoras; o conteúdo é gratuito e a publicação e distribuição não
 ficam restritas geograficamente. 
Em contrapartida, não existe um “filtro 
de qualidade”, o qual deve ser feito pelo próprio leitor, e o conteúdo é, necessariamente, resumido.

    Enfim, cada meio possui os seus prós e 
contras. O sociólogo canadense McLuhan 
estava certo em sua afirmação de que “o meio é 
a mensagem”, pois o meio impacta diretamente 
no formato e modo de transmissão da mensagem
 e, consequentemente, sua absorção. Mas 
até McLuhan manteve o conteúdo isento de 
tal conceito.
      O que o Maçom de hoje precisa ter em mente
 é que este é o mundo em que vivemos. 
Blogueiros são convidados para cobrirem 
grandes eventos, entrevistam presidentes da república e dão entrevistas para rádios, revistas
 e programas de TV. Um curioso não 
descobrirá mais ou menos sobre Maçonaria 
com um blog do que visitando uma livraria
 ou biblioteca pública. Seja livro, blog, revista,
 site ou jornal, todos são escritores, e quase nunca se restringem a um único meio.

    Por isso, valorize o escritor maçônico. 
Valorize aqueles Irmãos que se preocupam 
em compartilhar conhecimento com os demais.
 O meio pouco importa, desde que o
 conteúdo chegue aos Irmãos, faça-os
 refletir e colabore em seus desenvolvimentos.

Denilson Forato - M.I. 

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