segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Algum demônio, algum anjo?


Desta vez, trago reflexões sobre a história e a arte de quem somos: a arte de ser anjo e demônio. Mas, refletir sobre esse tema vai além da história da humanidade e exige buscar a verdade, a busca e não necessariamente o encontro.
 
A Batalha do Apocalipse de Eduardo Spohr
Comecei buscando as definições de anjo e demônio e descobri que tais definições se transformaram ao longo do tempo. Segundo meu dicionário amarelado e cheio de “orelhas”, um anjo seria a representação da perfeição moral, que não pertence à humanidade. Um demônio seria na antiguidade (visão politeísta), um gênio inspirador, tanto bom quanto mal, que definia o caráter e o destino de alguém – a alma, o espírito. Demônio (para o monoteísmo) é o anjo que se rebelou contra Deus, um gênio do mal, um anjo caído.

Também  lembro das aulas de história, da época em que esse dicionário amarelado ainda era novo, da luta entre o príncipe das trevas e o príncipe da luz, ilustrada pelos Persas. Interpretava aquilo como um filme e ingenuamente acreditava que um deles ganharia.

Essa dualidade entre bom e mal, certo e errado, sorte e azar é um jogo que jogamos constantemente, noite e dia. Buscamos a perfeição moral e muitas vezes encontramos uma genialidade inspiradora (boa ou ruim), às vezes ganhamos a luta na escuridão, às vezes perdemos a luta na luz. Embora buscar a perfeição moral seja quase sempre o objetivo, os anjos não pertencem à humanidade; assim, apenas lutamos pela nossa existência, o que julgamos necessário para viver.

Não somos anjos, não somos demônios, somos seres que buscam algo. Afirmar se existem esses seres não vem ao caso, mas acreditar na existência deles é uma maneira que a sociedade encontrou para reforçar a ética da humanidade. Somos o positivo e o negativo, as trevas e a luz. Somos humanos que se pesados caímos, mas podemos levantar.


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