Desta vez, trago reflexões sobre a
história e a arte de quem somos: a arte de ser anjo e demônio. Mas,
refletir sobre esse tema vai além da história da humanidade e exige
buscar a verdade, a busca e não necessariamente o encontro.
Comecei buscando as definições de anjo e
demônio e descobri que tais definições se transformaram ao longo do
tempo. Segundo meu dicionário amarelado e cheio de “orelhas”, um anjo
seria a representação da perfeição moral, que não pertence à humanidade.
Um demônio seria na antiguidade (visão politeísta), um gênio
inspirador, tanto bom quanto mal, que definia o caráter e o destino de
alguém – a alma, o espírito. Demônio (para o monoteísmo) é o anjo que se
rebelou contra Deus, um gênio do mal, um anjo caído.
Também lembro das aulas de história, da
época em que esse dicionário amarelado ainda era novo, da luta entre o
príncipe das trevas e o príncipe da luz, ilustrada pelos Persas.
Interpretava aquilo como um filme e ingenuamente acreditava que um deles
ganharia.
Essa dualidade entre bom e mal, certo e
errado, sorte e azar é um jogo que jogamos constantemente, noite e dia.
Buscamos a perfeição moral e muitas vezes encontramos uma genialidade
inspiradora (boa ou ruim), às vezes ganhamos a luta na escuridão, às
vezes perdemos a luta na luz. Embora buscar a perfeição moral seja quase
sempre o objetivo, os anjos não pertencem à humanidade; assim, apenas
lutamos pela nossa existência, o que julgamos necessário para viver.
Não somos anjos, não somos demônios,
somos seres que buscam algo. Afirmar se existem esses seres não vem ao
caso, mas acreditar na existência deles é uma maneira que a sociedade
encontrou para reforçar a ética da humanidade. Somos o positivo e o
negativo, as trevas e a luz. Somos humanos que se pesados caímos, mas
podemos levantar.
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