
No
entanto, para se consolidar, o “aprendiz” de filósofo precisará
reconhecer que a essência do amor à sabedoria é a busca incansável pela
verdade, ainda que saiba que jamais será possível alcançá-la. É como o
horizonte; quanto mais caminhamos na sua direção, mais distante e mais
deslumbrante. É um sentimento de insatisfação constante, da busca, do
tatear a realidade para tentar compreender o incompreensível. É o
possuir, sem o ter, ou na ordem inversa.
Nessa caminhada,
construir-se-á o sábio, que embora possuidor de um conhecimento
indelével, terminará a sua jornada diante da contradição do tudo e do
nada.
Filosofia é, portanto, um despertar da alma, de um amor
incondicional pelo entendimento da vida e absoluta reverência diante dos
seus profundos e inalcançáveis mistérios.
Quantas vezes você
elevou seu olhos para o firmamento hoje, nesta semana, neste ano,
durante toda a sua vida? Das vezes que o fez, o que procurou? Sinais do
clima, a passagem de um avião ou apenas fitou a imensidão azul, o
escarlate entardecer, a cintilante negra noite ou o rubro alvorecer?
Por
que ainda a maioria das pessoas que habita o planeta nem sequer
ultrapassa a linha do horizonte com o olhar? Por que insistem vislumbrar
o espelho, o próprio bolso ou as posses do vizinho?
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