A
Maçonaria possui modelos de circulação que variam conforme o Rito
praticado. Há a circulação em esquadria, que respeita a linha entre o
Trono da Sabedoria e o Altar e se orienta pelo Pavimento Mosaico
recuado; a circulação em sentido anti-horário, chamada de
sinistrocêntrica (rara); a circulação em sentido horário no Ocidente e
anti-horário no Oriente (mais rara ainda); e a circulação apenas em
sentido horário, conhecida como dextrocêntrica, adotada no REAA (muito
popular no Brasil).
É
claro que cada tipo de circulação maçônica tem seu motivo de existir e
sua explicação. Mas, considerando a supremacia do REAA no Brasil e a
quantidade de material controverso publicado sobre o assunto, foquemos
em sua circulação:
Em
primeiro lugar, não percamos tempo com nomenclaturas. Sejamos sinceros,
circumambulação e circunvolução são apenas nomes frescos para o que
conhecemos por circulação. A intenção dos autores deveria ser de
facilitar a compreensão, e não de complicar. Afinal de contas, quando um
policial quer que um cidadão se movimente, ele diz “circulando,
circulando!” e não “circumambulando, circumambulando!” ou
“circunvoluindo, circunvoluindo!”
A
verdade é que girar em sentido horário em volta de um Altar não é coisa
recente. Enquanto os egípcios valorizaram o lado esquerdo como o lado
espiritual, os gregos antigos tinham o lado esquerdo como o
“desfavorável” e o direito como o “favorável”, visto que, em regra, o
braço direito favorece mais o dono do que o esquerdo. Daí surgiu a
referência popular de que “fulano é meu braço direito”. Por esse
entendimento, a circulação em torno dos altares gregos era sempre
realizada de forma que o lado direito ficasse próximo ao altar.
Já os romanos, adotando o mesmo procedimento, vieram a chamar essa circulação de “dextrovorsum”
e relacioná-la ao aparente movimento que o Sol faz diariamente em torno
da Terra. Esse aparente movimento do Sol se deve ao fato da Terra girar
no sentido anti-horário em torno de seu eixo (Rotação), o que gera a
percepção para seus habitantes de que é o Sol que está se movendo no
sentido horário.
Vários
outros povos em diferentes épocas, tendo sempre o aparente movimento do
Sol como referência, também adotavam a circulação em sentido horário,
tendo altares, fogueiras, totens ou sacrifícios como eixo. Uma prática
de certa forma universal. Interpretando o Templo Maçônico como um
microcosmo da Terra, é fácil compreender sua adoção no REAA e em vários
outros Ritos.
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