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RESUMO
O presente trabalho expõe com brevidade
algumas considerações sobre as relações entre as virtudes e as
disposições ritualísticas na Loja de Aprendiz Maçônico segundo o
R.E:.A:.A:. do modo como é praticado no G:.O:.P:..
SUMÁRIO
Um Pequeno Estudo sobre as Virtudes. Os Números. A Orientação da Conduta Humana pela Virtude. Referências.
UM PEQUENO ESTUDO SOBRE AS VIRTUDES
Ao estudar tema tão importante, vital à
caminhada de cada maçom em busca do desenvolvimento da humanidade, nos
amparamos em método de estudo particular de modo a não nos perder – na
imensidão, amplitude e profundidade requerida ao tema – ante o risco de
ser absorvidos pelo peso da tarefa a nós atribuída.
Eis o desafio, nos pondo à prova, como
eternos aprendizes que somos; pelo que é preciso, a bem da didática,
delimitar e exercitar a profissão de fé, esperança e relativa humildade
segundo a qual nos entregarmos à confecção desta peça de arquitetura
(trabalho maçônico). Nossos Irmãos haverão de lançar mão de sua
capacidade em perdoar e compreender, abraçando-nos pela mais maçônica
caridade, tolerando erros e a inevitável incompletude de nossa
tentativa; aceitando, ademais, nossa contribuição como necessariamente
limitada e sujeita a contínua complementação ( lapidando a pedra
bruta...).
Primeiro, atentaremos ao fato de que a
busca e prática de virtude, em todas as formas possíveis, deve ser o
objetivo supremo do maçom, na medida em que a virtude de fato visa ao
Bem Supremo. No contexto, relembremos sábia lição aprendida com carinho
de nossos MMMM: “estes devem nos ensinar incontáveis saberes, dentre
eles a busca da verdade através da meditação pura (silêncio interior) e a
prática das virtudes, desinteressados e honestos, igualmente fraternos e
livres”.
Segundo, precisamos verificar momentos
em que a virtude é percebida na Maç:. através de ritual e nas
instruções, de tal modo estabelecendo relação com o que se conhece em
termos de virtude, filosoficamente, com as qualidades numéricas e
geométricas que tão importantes se afiguram para o estudo, a que se
dedica permanentemente o Ir:. M:..
Assim, em relação ao presente estudo,
elegemos perceber que as virtudes (a) encontram-se como elemento
imprescindível da prática maçônica; (b) são imperativas para o filósofo
(e há discussões que atribuem a certas virtudes a qualidade de fonte de
outras virtudes); (c) em termos numéricos, geométricos, cabalísticos,
deve haver alguma utilidade em relacionar o estudo da virtude com
elementos conhecidos de numerologia, cabala e geometria, incluindo-se aí
de algum modo o estudo das cores; (d) precisam ser tomadas com relação a
seus opostos, na medida em que se estuda a harmonia entre os opostos na
contínua construção, transformação e aperfeiçoamento da obra do
Criador, que se percebe ao observar o Universo.
Em nossa introdução ao estudo deste
tema, contudo, devemos debruçar pensamentos sobre o nome característico
de nossa loja-mãe, vez que ali já se encontram expressas três virtudes
fundamentais, que são: Força, União e Fé, associadas à emblemática
citação do V:.I:.T:.R:.I:.O:.L:. - Visita Interiorem Terrae,
Rectificandoque, Invenies Occultum Lapidem (literalmente: visita o
interior da terra, retificando, e encontrarás a pedra oculta;
alquimicamente: visita teu interior, purifica-te, e encontrarás a pedra
dos filósofos).
Força, para mover todas as coisas, sem a
qual nada pode ser realizado; União, pois, sabendo-se que o maçom não
está só – existe a fraternidade – e nada pode ser efetivamente levado a
cabo de maneira justa e perfeita (mais duas virtudes) sem que a Maç:.,
representada em certo momento pela União dos Irmãos, persiga os
objetivos universais por ela abraçados (vide a clareza dos mesmos,
assentada em nossos landmarks); por fim, temos a Fé, sem a qual nada se
pode iniciar, pois permite aos irmãos adotar e seguir trilhas que por
meio dela aparentam ser possíveis – relembrando os três degraus
primeiros de nossa estrada ascendente, em caracol: a fé, a esperança e a
caridade.
Seguindo a compreensão e análise do
parágrafo anterior, vislumbramos de imediato várias virtudes: força;
união; justiça; perfeição; fé, esperança e caridade. Se nestas nos
detivéssemos, poderíamos derivar muitas outras; ou seja, a amplitude de
nosso estudo nos possibilita contemplar a infinitude de conhecimentos
passíveis de aquisição.
Cabe pois, assinalar que nosso dever e
comprometimento são imprescindíveis: é pela fé na Maçonaria, no Grande
Oriente a que pertencemos, nos trabalhos de nossa loja e na União de
nossos Irmãos em todas as Lojas, que encontramos a força necessária para
encetar mãos à obra no presente trabalho.
Força, União e Fé fazem três elementos
que estão presentes na carta constitutiva da Loja, e que dão conta de
que, como aprendizes, sempre buscaremos, unidos, a fé para empregar
nossas forças na construção da Obra Maçônica.
Adiante em nosso estudo, sabemos também
que, se há um triângulo de virtudes representado no nome de nossa Loja,
há outro que se refere ao primeiro grau do aprendizado maçônico, que
consiste na compreensão de que, nas três colunas de todas as Lojas,
estão representadas a Força, a Beleza e a Sabedoria.
A Força, como já dissemos, absolutamente
necessária para agir, para imprimir movimento; a Beleza, que também se
traduz em Amor, Moral, Ética, e embasa o desenvolvimento de um
verdadeiro senso Estético, quando se alia a tais elementos o
conhecimento da finalidade das formas; e a Sabedoria, imprescindível
para guiar a Força e a Beleza no sentido da Verdadeira estrada rumo ao
Bem Supremo.
Sem nos determos, prossigamos, e
examinando o trabalho de nosso Ir:. Walter Dietrich encontraremos uma
perspectiva sobre as virtudes que inclui os três primeiros degraus da
Escada de Jacó – que se encontra em todas as Lojas no R:.E:.A:.A:. – que
são Fé, Esperança e Caridade.
O decano e Ven:. Ir:. nos lembra que
essas três virtudes, também chamadas teologais, são fundamentos cristãos
voltados à prática humana, ao dia-a-dia, que leva o ser ao
desenvolvimento e aquisição de virtudes pela aplicabilidade constante;
faz aproximar do divino, elevando a condição sublimada e além do
pertencimento a sua simples natureza.
As proclamadas e desejadas três virtudes
teologais são inseparáveis. Isso porque confundem-se entre si. É
difícil que alguém tenha fé, sem ter esperança; e também, possuir estas
duas e não ter caridade.
O auge da fé é crer no impossível; a
esperança culmina quando sentimos estar sendo realizado aquilo que se
espera; a caridade não consiste em apenas ajudar o próximo, mas em
executar essa ajuda com o bem querer; vede só: é o amor a torná-la mais
completa.
É possível, mas sumamente triste alguém
viver sem possuir estas três virtudes; porém, possuindo uma delas,
possuirá todas. Por outro lado, é difícil saber-se qual é a maior delas,
pois, quanto mais uma vai crescendo, o mesmo acontece com as outras.
E de forma singela e contente, extrai-se
uma interessante premissa: impossível falar de tais virtudes sem falar
no Amor, como elemento de amálgama, de preenchimento e luz interior.
Verdadeiro é aceitar como impossível (a própria verdade sendo virtude)
falar em uma virtude sem relacioná-la com outra; há de fato um fio
divino unindo todas virtudes ao infinito, à criação cosmológica, de
forma a perfazer um círculo iluminado, unindo-se a si mesmo e
reiniciando a relação perfeita de todo o espaço virtuoso representado
por um círculo de raio infinito, que abarca todas as coisas na concepção
do verdadeiro, absoluto e supremo Bem.
Mas o Amor compõe-se, e se concretiza em
lugar especial; percebe-se sua expressividade tanto pela religião
quanto pela filosofia. Na Grécia antiga, por todos foi estudado e a
todos deixou atônitos; dentre eles, Platão, que dedicou interessante
obra, cujo título é: “Simpósio” ou “Banquete”, este certamente
representando o clima ao qual o amor eleva a todos os seres, pois nele
tudo se regozija e banqueteia, completando-se umas às outras.
Dentre as religiões tradicionais, a
cristã, em particular, encontrou no amor um de seus fundamentos ímpares,
ao enaltecer o mandamento deixado pelo iniciado e essênio, Jesus
Cristo: “Amai-vos uns aos outros”. A energia genial dessa mensagem (vide
gênio e gnose) de maneira indelével, com ou sem o entendimento
proporcionado pela sabedoria, perpetuou-se como mensagem loquaz, por
todo planeta e se nos apresenta, como nunca, tão premente quanto agora.
Tal mandamento mensageiro, sempre atual
nas relações diárias da humanidade, provoca reflexões e nos leva mesmo a
pensar que a falta de uma concepção mais sábia sobre o amor é que faz
com que ele seja mal exercido, mal interpretado e se transforme – como
todas as virtudes exercidas sem direção adequada – em vício; e em termos
religiosos, em pecado.
O amor possui diferentes tons e,
tratando mais tarde das cores, poderemos talvez, abordando até mesmo
estudos filosóficos, distinguir diferentes cores conforme o tipo de amor
percebido e exercido. Mas, certamente, não será o pequeno espaço deste
trabalho que esgotará esta virtude tão imprescindível, sem a qual tudo é
desastre na aventura humana, evolutiva, por tantos chamada “progresso”.
Nosso Irmão Walter também nos faz
lembrar de outra virtude, que devemos considerar mesmo como inspiradora
e/ou divina, que se assemelha ao amor em sua natureza sobrenatural,
embora seja atingida de modo diferente: a gratidão..
Relata em seus estudos sobre a
dificuldade existente na esfera dos variados comportamentos, atos e
fatos praticados pelos homens inclusive, M. M , em relação à gratidão.
Informa-nos que ela precisa ser continuamente renovada e incentivada, e
que depende diretamente do grau ético e moral daquele que a pratica.
Há que se pensar que amor, fé, esperança
e caridade tendem a se estabilizar ou crescer, enquanto a gratidão
precisa de manutenção, de cuidado e atenção, para que não se perca de
vista o estado de consciência que possibilita o seu gratificante
exercício.
Eis aí alguns poucos saberes sobre o
tema, quando falamos de quatro virtudes e mais uma; ao quadrado feito
por amor, fé, esperança e caridade juntou-se uma virtude que a princípio
brota, mas precisa ser renovada, que é a gratidão – temos pois um
quinto elemento, emoldurador de planos maiores de fraternidade e
harmonia.
Certamente nosso irmão, em seu curto
trabalho, delimitou seu objeto e deixou espaço para que, um dia, seus
irmãos menores se arriscassem a afirmar o que Walter certamente sabia –
que as formas trinas, quadráticas e pentagonais não se limitam
unicamente a determinados pontos no universo das possibilidades
geométricas.
Deste modo compreendemos que tais cinco
elementos podem não apenas ser percebidos em pentágono, mas também como
degraus da infinita Escada de Jacó, das virtudes que levam a Deus, e na
relação das virtudes em diferentes momentos de nossas vidas podemos
encontrar formas de resolver nossas construções com elaborações
triangulares, quadrilaterais ou pentagonais, de acordo com o projeto que
temos em mente e as necessidades e objetivos da construção que nos é
confiada.
OS NÚMEROS
Os números, certamente constituindo uma
das maneiras da expressão manifesta do Criador, apresentam-se em si
mesmos como virtudes. O Um, a Unidade, contém em si todas as coisas; o
Dois, por mais ameaçador que pareça à prática maçônica, é necessário
para todas as qualidades em que é possível realizar o pareamento: na
reprodução humana, é preciso dois sexos para formar um terceiro
indivíduo, e aquele que resulta possui qualidades dos dois que o
geraram.
Apenas o Criador pode dar materialidade
(corpo) a algo ou alguém; mas ninguém pode criar de si mesmo a não ser
através do Criador; e a manifestação da criação se dá no ser humano, por
exemplo, através do casal, dos cônjuges e da família, de modo que o
grande atributo do dois está na possibilidade da criação e
transformação, que aí não pára: é preciso um Três, o terceiro elemento –
a consciência da unidade, sua união com a possibilidade e sua
reprodução num terceiro que, enquanto diferente, parece conter os dois
primeiros.
E da pirâmide gerada por três diferentes
números constitui-se o plano. Um ponto faz a origem, dois pontos geram a
reta; o terceiro faz o plano, e permite esboçar o sólido, que só
aparece na quarta qualidade. Eis que a qualidade do Quatro, quaternário,
é a Manifestação; por um lado, é duas dualidades; por outro, é a
manifestação da trindade; por outro ainda, é a percepção do aspecto
trino da unidade em manifestação.1
Observe os desenhos a seguir.
O desenho abaixo explica essa “dupla dualidade”, que vale na soma e na multiplicação: 4 = 2 x 2, e também 4 = 2 + 2.
A cruz que representa os pontos cardeais
também divide o mundo em quatro porções – macro e microcosmos (grande e
pequeno universo, mundo manifestado – coisas em ato – e mundo
imanifestado – coisas em potencial); somente em no CENTRO da cruz é
possível chegar ao cinco, onde se inicia a perfeição (rumo ao círculo);
na representação em 3ª. dimensão, aparece a pirâmide {pois, vista de
cima, a pirâmide é um quadrado com o centro obtido através do traçado de
suas diagonais, como se pode ver nos desenhos (1) e (2)}.
O homem também é o TETRAGRAMMATON (quatro linhas, quatro direções)
1Há muitas maneiras de
perceber essa aritmética (em que dois mais dois é quatro e três mais um é
quatro, que também equivale e um mais três); mas, lembrando o dito
bíblico segundo o qual Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, temos
que essa imagem e semelhança, de características trinas, ao se
manifestar torna-se quaternário. Se, ajuntando a isso, mencionarmos as
três colunas que suportam o trabalho maçônico, temos que somos também um
quarto elemento, o aprendiz que se servirá das colunas para fazer seu
trabalho. Claro que são apenas exemplos; não temos a pretensão de
esgotar o tema.
Por meio de quatro colunas, o
quaternário age no mundo da matéria – querer, saber, ousar e calar; não
obstante, é por meio de três colunas que obtém as condições ótimas para
agir – força, beleza e sabedoria.
Paremos por aqui na análise numérica,
apenas provisoriamente, admitindo que um dos aspectos do Criador é o
número – aspecto manifesto do Criador, que pode ser percebido em todas
as coisas, e por isso mesmo é bom, pois permite à consciência
desenvolver-se.
Vamos do ponto à reta; desta ao
triângulo; deste ao quadrilátero; e, na tentativa de encontrar o círculo
da perfeição, ampliemos o número de lados de nossa construção
poligonal, e, passando pelo pentágono, cheguemos ao hexagrama, que está
sempre presente em nossas LL:.
Eis que agora avançamos o conhecimento
através da compreensão da estr:. de seis pontas, desenhada em nossos
templos na medida em que a percebemos no caminho que sempre faz o Tr:.
de Ben:. , como também o S:. de Prop:. e Inf:. : repisando a
circumvolução (que transcorre do V:. M:. ao Ir:. P:. V:. , deste ao Ir:.
S:. V:. , retornando ao Or:.. , passando pelas Ccol:. , do Ir:. Or:. ao
Ir:. Sec:. ; enfim, atravessa do Or:. em direção ao Oc:. , finalizando
sua composição, como estr:. ' de seis pontas,no Ir:. G:. do T:. ).
Neste caminho contemplam-se
filosoficamente dois triângulos equiláteros, ao se atravessar do Oriente
para o Norte; do Norte, para o Sul; do Sul, para o Nordeste; do
Nordeste ao Sudeste; e daí, enfim, para o lugar onde o Sol se põe, o
Oeste, onde, entre colunas, o Ir:. Maç:. contempla o início e o fim de
todas as coisas – o início, quando olha para o Oriente; o fim, quando se
volta para o Ocidente e contempla a transformação derradeira.
Se houve um primeiro triângulo de
virtudes que se desenhou ao percorrer as três luzes móveis da L:. ,
também houve um segundo, que completou a estrela de seis pontas (para
alguns estudiosos, à Estr:. de Dav:. ): temos que é possível, associá-la
às virtudes, em cuja representação seguem assim distribuídas: a
sabedoria (V:. M:. ), a força (P:. Vig.'), a beleza, o amor (Seg:. Vig:.
), a justiça (Or:. ) , a memória (Sec:. ), a vigilância (G:. do T:. ).
Em resumo, vemos manifestados, neste
percorrer ritualístico, uma das formas através das quais o Ir:. Maç:.
pratica em Loja a imprescindível virtude da caridade (vide o t:.r de
ben:. ) que deve caracterizá-lo, e se manifesta na forma de tolerância
(que se não é um dos aspectos da caridade, é virtude irmã desta).
Uma das mensagens, percebida no caminho
do Tr:. de Ben:.. , é que, para praticarmos a caridade, requer-se, com
sabedoria, o exercício da força devidamente medida para propagar o amor
através das searas de distintas tradições, observando os ditames da
justiça e lembrando sempre que é preciso orar e vigiar. Tal
comportamento deve ser recheado de retidão e verdade, não apenas agora,
mas por todo o tempo, de modo a que não nos esqueçamos das virtudes (eis
a virtude da memória manifestada), descobertas, cultivadas e
desenvolvidas ao longo dos nossos trabalhos.
A ORIENTAÇÃO DA CONDUTA HUMANA PELA VIRTUDE
Para São Tomás de Aquino, além de
conduzir a Deus e ao Bem Supremo, a virtude “define-se como uma
disposição ou inclinação (‘habitus’) para agir conformemente à razão.
Por onde, a virtude é uma perfeição do ato humano”.2
É distinta em relação ao intelecto e à
vontade, isto é: há virtudes intelectuais e virtudes da volição. São
quatro as virtudes intelectuais, e são interdependentes: intelecto,
ciência, sapiência e prudência.
Todas elas podemos agrupar, certamente,
pelo nome de sabedoria em sentido amplo no contexto de nossas
disposições ritualísticas, e tendo aliás, em vista, que sabedoria e
ciência dependem em alto grau de memória, e a vigilância está
diretamente relacionada à prudência, pois o prudente vigia.
Já as virtudes relacionadas à vontade
consciente, ditas morais, são três: justiça, temperança e fortaleza. De
imediato encontramos relação direta entre temperança e beleza moral,
bem como entre temperança e tolerância; do mesmo modo, a força e a
justiça estão diretamente representadas nessa tríade.
Ademais, as três virtudes morais,
ligadas à prudência, são denominadas virtudes cardeais, pois regulam a
conduta humana; e aplica-se bela conclusão à nossa ritualística:“a razão
é aperfeiçoada pela prudência; a vontade, pela justiça; a parte
concupiscível da alma pela temperança, e a parte irascível pela
fortaleza”.3
Na medida em que se admite o Bem em
manifestação e seu oposto relativo, o Mal, à virtude se opõe o vício e a
este se pode chamar, provisoriamente, “pecado”, de modo que esta
espécie de transgressão se relaciona à transgressão da típica atitude
religiosa do indivíduo para com seu Criador.
E mesmo sublinhando o fato de que a
prática maçônica não é religiosa, há que se notar que o maçom deve ter
fé e abraçar o G:. A:. D:. U:. como fundamento de tudo, de modo tal que
cada ato seu, trabalhando incessante e tenaz na construção da obra
divina, será permeado de grande religiosidade e cuidado, o que lhe que
implica e possibilita em uma relação cada vez mais apurada e sadia, com o
Criador.
2Boehner, Philotheus; Gilson, Etienne. História da Filosofia Cristã, 8ª. Edição, Ed. Vozes, p. 479.
3ibid., p. 480
Pesquisa: Ir.'. Denilson Forato
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