Com
exceção do Rito Brasileiro, que inverteu as posições do REAA, os
Aprendizes se sentam na Coluna do Norte em todos os demais Ritos. Nos
ritos de origem francesa (Escocês, Moderno e Adonhiramita), eles se
sentam na última fila do Norte, enquanto que nos ritos de origem que
podemos chamar de “anglo-saxônica” (Shroeder, York e rituais do Reino
Unido como o de Emulação), eles se sentam na primeira fila do Norte.
Qual
é o motivo para os Aprendizes se sentarem no Norte? Essa é uma pergunta
muito comum em Loja e que costuma receber as mais variadas respostas,
algumas totalmente sem nexo:
“Porque a pedra bruta está no lado ocidental do norte, e o Aprendiz é uma pedra bruta”.
“Porque o Aprendiz precisa ficar na Coluna da Força para ganhar força para o trabalho”.
“Porque o Aprendiz tem que ficar perto do Primeiro Vigilante, que o instrui”.
“Porque o Aprendiz tem que ficar de frente para o Segundo Vigilante, que é quem deve instruí-lo”.
Essas afirmações chamam a atenção para um outro ponto:
De
onde tiraram que os Vigilantes são os responsáveis por instruir os
Aprendizes e Companheiros? Existe alguma fala na Abertura e Encerramento
dos trabalhos em que os Vigilantes assumem essa responsabilidade? As
instruções obrigatórias desses graus, que constam nos Rituais, são
feitas pelos Vigilantes?
Respostas:
Não. Apenas em algumas das cerimônias inventadas de posse e nos
Estatutos modernos das Obediências é que os Vigilantes “ganharam” essa
responsabilidade. As instruções para Aprendizes e Companheiros não são
presididas pelos Vigilantes. Elas são presididas pelo Venerável Mestre e
apenas contam com a participação dos Vigilantes, assim como contam com
outros Oficiais da Loja.
Você
pode estar se perguntando agora: Então, por que diabos os Vigilantes
são considerados responsáveis pela instrução de Aprendizes e
Companheiros?
Simplesmente
criou-se esse “hábito” por conta da equivocada interpretação de que os
Vigilantes “governam” as colunas onde os Aprendizes e Companheiros estão
sentados, então deveriam ser responsáveis por eles.
Os
Vigilantes não são ritualisticamente os responsáveis pela formação dos
Aprendizes e Companheiros, independente de ser o 1º Vigilante para os
Aprendizes e o 2º Vigilante para os Companheiros, ou vice-versa. Na
verdade, os Oficiais da Loja são responsáveis por instruir Aprendizes e
Companheiros conforme as instruções do Ritual, e sob comando do
Venerável Mestre. É dever ritualístico do Venerável Mestre, que é o
Mestre da Loja, definir se eles estão preparados para subir mais um
degrau. Isso não deveria ser responsabilidade dos Vigilantes, apesar de
se terem criado esse costume e legislado em favor disso. As dúvidas que
um Aprendiz ou Companheiro por ventura possam ter deveriam ser sanadas
pelo seu padrinho, o Mestre Maçom responsável pelo seu ingresso na Loja.
É para isso que servem padrinhos, para garantir a formação de seus
afilhados!
Enfim,
com base nessas observações, verifica-se que as respostas dadas sobre o
Aprendiz no Norte que são relacionadas à instrução dos Vigilantes não
correspondem com a verdade.
Quanto
à reposta de que o Aprendiz fica na Coluna da Força para ganhar força
para o trabalho, isso é uma ofensa para a inteligência de cada maçom.
Substituiremos o maço e o cinzel por alteres, se assim for! O efeito
será melhor para tal simbologia!
Já
a afirmação de estar relacionado com a posição da pedra bruta em Loja
também é ilógica. Afinal de contas, em alguns ritos a pedra bruta não
fica na Coluna do Norte, enquanto que Aprendizes permanecem lá! Então,
qual é o motivo?

O
Aprendiz até pouco tempo atrás era um candidato na escuridão, desejoso
de receber a Luz. Seu lugar é no lado mais escuro do templo onde,
simbolicamente, sua visão poderá se acostumar com a Luz que lhe é dada
aos poucos. O Aprendiz está no hemisfério norte, enquanto o Sol está
fazendo seu giro do Oriente para o Ocidente inclinado ao Sul, o que
indica que o Aprendiz está no inverno do hemisfério norte, quando as
noites são maiores que os dias, ou seja, a escuridão ainda prevalece
sobre a luz do dia.
Isso
está muito bem registrado nas instruções dos rituais mais antigos, mas
se perdeu na evolução de muitos ritos e na constante “revisão” que quase
todos sofrem constantemente.
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