Constantemente
escutamos os Irmãos se referindo aos Graus Superiores dos Ritos como
“filosofismo”. Muitos autores maçônicos brasileiros costumam fazer a
divisão dos graus maçônicos entre “Simbolismo” e “Filosofismo”, entre
eles, Rizzardo da Camino e uma infinidade de Grandes Inspetores Gerais
da Ordem. Outros poucos maçons estudiosos dizem que essa palavra,
filosofismo, simplesmente não existe. Que teria sido inventada no seio
da Maçonaria.
Ambos estão errados.
A
palavra existe e, em poucas palavras, significa “falsa filosofia”.
Gabriel Perissé (2008), Doutor em Educação pela USP, escreveu que “filosofismo é a filosofia que virou jogada, pretexto, mania, suborno, insulto. O filosofista finge que pensa…”. Já no Dicionário UNESP do Português Contemporâneo, organizado por Francisco Borba (2004), filosofismo é “ostentação
exagerada de princípios e conceitos filosóficos; uso de considerações
filosóficas onde elas não têm cabimento; filosofia sem fundamento.”
Fica
claro que a maçonaria brasileira, de forma geral, tem usado o termo
de modo totalmente equivocado. Estamos com isso nos auto-intitulando de
“falsos pensadores”, enquanto que nossos Ritos são sistemas completos de
ensinamentos morais e espirituais, todos comprometidos com a busca da
Verdade.
O
termo filosofismo surgiu em nossa Sublime Ordem da generalização de que
os Graus Superiores do REAA, do 04º ao 33º, são “Graus Filosóficos”.
Com base nisso, chamam os Graus Simbólicos de “simbolismo maçônico” e os
conhecidos como Graus Filosóficos acabaram sendo chamados de
“filosofismo maçônico”. Mas esse é outro grande equívoco cometido pelos
Irmãos, por influência dos pseudo-sábios de nossa instituição. Na
verdade, apenas os graus 19º a 30º do Rito Escocês são considerados
filosóficos. A divisão correta dos graus do REAA se dá da seguinte
forma:
01º a 03º – Graus Simbólicos
04º a 14º – Graus Inefáveis
15º ao 18º – Graus Capitulares
31º a 33º – Graus Administrativos
Na
próxima vez que você se referir de forma abrangente aos graus que não
compõem a Maçonaria Simbólica, ou seja, os graus posteriores ao grau de
Mestre Maçom, use o termo “Graus Superiores”. Independente se são
filosóficos, capitulares, crípticos, administrativos ou de cavalaria,
essa é a melhor expressão para tratar desses graus em praticamente todos
os Ritos Maçônicos. A única exceção é observada no sistema maçônico da
Inglaterra, em que os graus posteriores ao de Mestre Maçom são
considerados “paralelos”, e não superiores, visto ser um sistema
não-sequencial.
Portanto,
mesmo que esteja se referindo apenas aos Graus Filosóficos do REAA (19º
ao 30º), não utilize o termo “filosofismo”. Abolindo o uso do termo
“filosofismo” na Maçonaria, você estará ajudando a evitar a difamação da
nossa Sublime Ordem, mesmo quando praticada por ignorância de seus
próprios membros.Pesquisa: Ir.'. Denilson Forato
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