sábado, 24 de novembro de 2012

PARADOXO DOS NOSSOS DIAS





Por Denilson Forato.

A Maçonaria é uma escola prática. Nenhum irmão realizará qualquer trabalho maçônico, se  não desenvolver suas faculdades e virtudes. Os trabalhos em Loja são realizados pela audição e meditação sobre os ensinamentos dos mais antigos e pela leitura e estudos pessoais.
Assim sendo, cada peça de arquitetura apresentada pelos irmãos nos proporcionam mais um aprendizado para o enriquecimento da nossa cultura. Nessa linha de pensamento nosso tema nos conduziu a uma expressão não usual do nosso cotidiano, ou seja, “o oposto do que alguém pensa ser verdade”, nos acompanhando diuturnamente. Senão vejamos.
O paradoxo de nosso tempo é que as construções ficaram mais altas, mas a paciência diminuiu. Enquanto as estradas alargaram, nossa compreensão estreitou. Nós gastamos mais e temos menos; compramos mais e desfrutamos menos.
As casas cresceram, mas as famílias diminuíram. Temos mais e mais aparelhos para as tarefas do dia e cada vez menos tempo do dia para nós mesmos. Cada vez mais diplomas e cada vez menos bom senso. Mais informação e menos discernimento. Mais especialistas e, apesar deles, mais problemas. Mais remédios e menos qualidade de vida...
Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos demais... e sorrimos muito pouco.
Somos opressores e injustos, quando poderíamos ser tolerantes e benevolentes.
Apregoamos o cumprimento as nossas leis e aos princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade; mais somos os primeiros a desrespeita-los e ignora-los.
Pregamos a solidariedade, a lealdade ou a amizade como valores, mais não somos solidários, leais e amigos.
Nos proclamamos defensores dos injustiçados e oprimidos e, na maioria das vezes cerceamos seus direitos individuais.
Punimos os homens ao invés de educá-los quando criança.
Eu não queria isso. Dizem quase sempre com toda razão aqueles que provocam catástrofes por falta de lucidez.
Aceleramos cada vez mais na direção, mas não freiamos a cólera; nos deitamos muito tarde e nos levantamos muito cansados. Lemos quase nada, vemos TV demasiado... e raramente rezamos. Multiplicamos    nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais, nos zangamos muito e amamos pouco.
Acrescentamos mais anos a nossas vidas, mas não mais vida à nossos anos. Fomos capazes de chegar à Lua,a Marte e aos anéis de Saturno, mas incapazes de chegar ao vizinho do lado para cumprimenta-lo.
Conquistamos o espaço, mas não o nosso interior. Fizemos grandes coisas, só que nem sempre melhores.
Despoluímos o ar, mas poluímos a alma. Dominamos o átomo, mas não os preconceitos.
Planejamos mais e realizamos menos. Aprendemos a correr, mas não a esperar. Temos cada vez mais computadores, para guardar cada vez mais cópias de mais e mais informações... e ainda assim nos comunicamos bem menos.
Estes são os tempos da comida rápida e da digestão lenta, de homens poderosos e caráter mesquinho, de lucros enormes e relacionamento insignificante.
Estes são os dias de mais fontes de renda e mais divórcios, de casas bem decoradas e de lares desfeitos.
São tempos de coisas rápidas descartáveis fraldas, copos, modas, opiniões, padrões morais e relações.
Tempo de excessos: muito na vitrine pouco na despensa. De pílulas que servem para animar, acalmar... e matar. Tempos em que a tecnologia permite apagar mensagens de otimismo como esta por um simples apertar indiferente da tecla delete.

Concluímos deixando aos irmãos essa reflexão: 

 “-Nunca deixe de aprender. Saiba mais sobre seu computador, sobre arte, sobre Hobbes, sobre jardinagem, seja lá o que for. Nunca deixe seu cérebro ocioso. A mente ociosa é a oficina do diabo. E o nome do diabo é doença de Alzheimer”. (George Carlin).

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