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Por Denilson Forato. |
A Maçonaria é uma escola prática. Nenhum
irmão realizará qualquer trabalho maçônico, se não desenvolver suas
faculdades e virtudes. Os trabalhos em Loja são realizados pela audição e
meditação sobre os ensinamentos dos mais antigos e pela leitura e
estudos pessoais.
Assim sendo, cada peça de arquitetura
apresentada pelos irmãos nos proporcionam mais um aprendizado para o
enriquecimento da nossa cultura. Nessa linha de pensamento nosso tema
nos conduziu a uma expressão não usual do nosso cotidiano, ou seja, “o
oposto do que alguém pensa ser verdade”, nos acompanhando diuturnamente.
Senão vejamos.
O paradoxo de nosso tempo é que as
construções ficaram mais altas, mas a paciência diminuiu. Enquanto as
estradas alargaram, nossa compreensão estreitou. Nós gastamos mais e
temos menos; compramos mais e desfrutamos menos.
As casas cresceram, mas as famílias
diminuíram. Temos mais e mais aparelhos para as tarefas do dia e cada
vez menos tempo do dia para nós mesmos. Cada vez mais diplomas e cada
vez menos bom senso. Mais informação e menos discernimento. Mais
especialistas e, apesar deles, mais problemas. Mais remédios e menos
qualidade de vida...
Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos demais... e sorrimos muito pouco.
Somos opressores e injustos, quando poderíamos ser tolerantes e benevolentes.
Apregoamos o cumprimento as nossas leis e
aos princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade; mais somos
os primeiros a desrespeita-los e ignora-los.
Pregamos a solidariedade, a lealdade ou a amizade como valores, mais não somos solidários, leais e amigos.
Nos proclamamos defensores dos injustiçados e oprimidos e, na maioria das vezes cerceamos seus direitos individuais.
Punimos os homens ao invés de educá-los quando criança.
Eu não queria isso. Dizem quase sempre com toda razão aqueles que provocam catástrofes por falta de lucidez.
Aceleramos cada vez mais na direção, mas
não freiamos a cólera; nos deitamos muito tarde e nos levantamos muito
cansados. Lemos quase nada, vemos TV demasiado... e raramente rezamos.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Falamos
demais, nos zangamos muito e amamos pouco.
Acrescentamos mais anos a nossas vidas,
mas não mais vida à nossos anos. Fomos capazes de chegar à Lua,a Marte e
aos anéis de Saturno, mas incapazes de chegar ao vizinho do lado para
cumprimenta-lo.
Conquistamos o espaço, mas não o nosso interior. Fizemos grandes coisas, só que nem sempre melhores.
Despoluímos o ar, mas poluímos a alma. Dominamos o átomo, mas não os preconceitos.
Planejamos mais e realizamos menos.
Aprendemos a correr, mas não a esperar. Temos cada vez mais
computadores, para guardar cada vez mais cópias de mais e mais
informações... e ainda assim nos comunicamos bem menos.
Estes são os tempos da comida rápida e
da digestão lenta, de homens poderosos e caráter mesquinho, de lucros
enormes e relacionamento insignificante.
Estes são os dias de mais fontes de renda e mais divórcios, de casas bem decoradas e de lares desfeitos.
São tempos de coisas rápidas descartáveis fraldas, copos, modas, opiniões, padrões morais e relações.
Tempo de excessos: muito na vitrine
pouco na despensa. De pílulas que servem para animar, acalmar... e
matar. Tempos em que a tecnologia permite apagar mensagens de otimismo
como esta por um simples apertar indiferente da tecla delete.
Concluímos deixando aos irmãos essa
reflexão:
“-Nunca deixe de aprender. Saiba mais sobre seu computador,
sobre arte, sobre Hobbes, sobre jardinagem, seja lá o que for. Nunca
deixe seu cérebro ocioso. A mente ociosa é a oficina do diabo. E o nome
do diabo é doença de Alzheimer”. (George Carlin).
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