Sejamos sinceros:
tem muito Mestre por aí que não tem a mínima noção do que é o Nome
Inefável, sua origem e simbologia. Já outros fazem o favor de inventar
lendas e teorias místicas que vão além da imaginação dos
simples mortais. Entre elas, podemos citar a lenda de que, se você
pronunciar o Nome corretamente, terá poderes ilimitados (Superman?).
Tratemos aqui apenas do que é real:
O
que é Inefável? A palavra inefável descreve algo que não pode ser
pronunciado, ou seja, impronunciável, indizível. Seria algo tão sagrado
que sua pronúncia seria indevida, restrita apenas aos escolhidos, e dita
apenas nos momentos apropriados. Assim, o Nome Inefável seria o nome de
um Deus eterno, único, onipresente e invisível. Afinal de contas, se só
há Ele, então Ele não precisa ser nomeado, e se Ele está presente em
todos os lugares, então Ele não precisa ser chamado. Com essa crença, os
judeus posicionaram seu Deus acima dos deuses de outros povos, pois Ele
não estava vinculado a animais ou aos astros e não possuía
concorrentes.
Mas
para transmitir as histórias e ensinamentos de sua crença, os judeus
precisavam se referir a Ele de alguma forma. Para isso, adotaram
“títulos” como Elohim (a Autoridade), El Shaddai (Todo Poderoso), Adonai
(Senhor), Elyon (Altíssimo), Ehyeh-AsherEhyeh (Eu sou o que sou), e
outros. Esses títulos foram devidamente traduzidos nas bíblias
tradicionais e são amplamente usados pelas igrejas e seus sacerdotes ao
mencionarem o GADU.
Como
em todos os povos das mais remotas eras tinham nos sacerdotes os
guardiões de algum tipo de segredo ou mistério, com os judeus não
poderia ser diferente. Assim, ficou o Sumo Sacerdote, líder religioso do
povo judeu, responsável por guardar a pronúncia do verdadeiro nome do
GADU e pronunciá-lo apenas quando em cerimônia específica no Templo de
Jerusalém. O nome teria sido informado inicialmente a Moisés por Deus
através da Sarça Ardente. Dessa forma, o nome servia como uma espécie de
senha, um segredo que era transmitido pelo Sumo Sacerdote a seu
sucessor e aos Reis coroados por ele, sempre de forma ritualística,
dentro do Templo.
Na
verdade, todo bom judeu sabia como se escrevia o nome verdadeiro de
Deus, mas apenas o Sumo Sacerdote e o Rei sabiam pronunciá-lo. Você deve
estar se perguntando: Como isso é possível? Explicando de uma forma bem
simplista: O hebraico é uma língua que só se escreve com consoantes.
Assim, o leitor judeu precisa conhecer a pronúncia da palavra para
pronunciar as vogais corretas. Para quem achar isso um pouco estranho,
saiba que produzimos exemplos claros disso todos os dias: vc = você; tbm
= também; blz = beleza.
O nome de Deus seria escrito com 04 letras hebraicas correspondentes às letras JHVH de nosso alfabeto (tetragramaton), mas como as pessoas nunca haviam escutado a palavra, não sabiam como pronunciá-la. Poderia ser mais de 100 combinações: Jahavah,
Jahaveh, Jahavih, Jahavoh, Jahavuh, Jahevah, Jaheveh, Jahevih, Jahevoh,
Jahevuh, Jahivah, Jahiveh, Jahivih, Jahivoh, Jahivuh, Jahovah, Jahoveh,
Jahovih, Jahovoh, Jahovuh, Jahuvah, Jahuveh, Jahuvih, Jahuvoh, Jahuvuh,
Jehavah, Jehaveh, Jehavih, Jehavoh, Jehavuh, Jehevah, Jeheveh, Jehevih,
Jehevoh, Jehevuh, Jehivah, Jehiveh, Jehivih, Jehivoh, Jehivuh, Jehovah,
Jehoveh, Jehovih, Jehovoh, Jehovuh, Jehuvah, Jehuveh, Jehuvih, Jehuvoh,
Jehuvuh, Jihavah, Jihaveh, Jihavih, Jihavoh, Jihavuh, Jihevah, Jiheveh, Jihevih, Jihevoh, Jihevuh, Jihivah, Jihiveh, Jihivih, Jihivoh, Jihivuh, Jihovah,
Jihoveh, Jihovih, Jihovoh, Jihovuh, Jihuvah, Jihuveh, Jihuvih, Jihuvoh,
Jihuvuh, Johavah, Johaveh, Johavih, Johavoh, Johavuh, Johevah, Joheveh,
Johevih, Johevoh, Johevuh, Johivah, Johiveh, Johivih, Johivoh, Johivuh,
Johovah, Johoveh, Johovih, Johovoh, Johovuh, Johuvah, Johuveh, Johuvih,
Johuvoh, Johuvuh, Juhavah, Juhaveh, Juhavih, Juhavoh, Juhavuh, Juhevah,
Juheveh, Juhevih, Juhevoh, Juhevuh, juhivah, Juhiveh, Juhivoh, Juhivuh,
Juhovah, Juhoveh, Juhovih, Juhovoh, Juhovuh, Juhuvah, Juhuveh, Juhuvih,
Juhuvoh, Juhuvuh. Isso
sem considerar a hipótese das consoantes estarem misturadas, o que
aumenta as possibilidades de combinação para mais de mil.
De
qualquer forma, seja pela morte daqueles que a sabiam ou pela
destruição do Templo, único lugar onde o nome poderia ser pronunciado, a
palavra se perdeu. Uma versão que surgiu com o tempo foi a utilização
das vogais de Ehyeh-AsherEhyeh (Eu sou o que sou) com o Tetragramaton, o que gerou a versão Jihaveh (Javé, em português). Mas também convencionou-se adotar os sons de Adonai, título mais comum para denominar Deus, em combinação com o Tetragramaton,
o que gera o nome Jihovah (Jeová, em português), que se consolidou como
a “versão correta” do nome do GADU, apesar de não existir quaisquer
outros indícios para tanto. Por esse motivo, o nome continua sendo
“inefável” para os judeus ortodoxos e muitas outras vertentes religiosas
e esotéricas.
Para
nós, Mestres Maçons, independente de qual seja a pronúncia correta, o
que realmente importa são os profundos ensinamentos que esse símbolo
ilustra. E uma dessas lições é de que, apesar do GADU ser chamado de
tantos diferentes nomes e visto de tantas diferentes formas, conforme a
cultura, costumes e crenças de cada povo e cada ser, Ele é o mesmo,
único, oculto aos nossos olhos, mas presente em nossas vidas.
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